Há uma cultura no país em se
analisar os 100 primeiros dias de governos e seus gestores. No caso, vamos nos
ater aos primeiros 100 dias de 2018 do governo de Francisco José Campaner(PSDB) a
frente do Poder Executivo de Ribeirão Bonito desde o dia 1º de janeiro de 2017.
Voltemos ao tempo, Chiquinho Campaner (candidato) - Uma campanha projetada pela
desconstrução da administração do ex-prefeito Wilson Forte Junior(PSDB), teve
início nos últimos dois anos de seu mandato. Com essa desconstrução, o grupo
que apoiava Chiquinho Campaner, como é conhecido, trabalhava com a hipótese de
Chiquinho eleito que a cidade pudesse viver o avanço jamais visto no município nos
últimos 20 anos. Aliás, os que trabalharam para o então candidato, diziam que
Ribeirão Bonito estava atrasado em 20 anos. Dessa forma seria eleito o salvador
da pátria, ou melhor, do município.
Para os que conheciam Chiquinho em
seus diversos mandatos como vereador, sabiam o perfil do
político: centralizador, teimoso e contraditório em várias discussões no Legislativo à época.
Mas a campanha foi muito bem
construída e tendo contribuído ainda pela falta de arrojo de Wilson Forte
Junior. Há que se abrir um parênteses, Nenê Forte, sempre foi um gestor que
primou pela legalidade e pelo compromisso com a moralidade no seu governo.
Talvez até por isso mesmo, na dúvida se poderia ou não assumir certas
responsabilidades, sempre recuava por receio e excesso de segurança.
Pois bem, uma vez eleito,
Chiquinho já mostrou a que veio. A contratação de pessoal para coleta de lixo no município, sem vínculo com a prefeitura, sem concurso público, sem equipamento de segurança e de forma atabalhoada, desastrada
e estouvada, lhe causou os primeiros incômodos com a justiça. Denunciado ao
Ministério Público, o caso até hoje tramita
na justiça e sem dúvida, deverá responder pelo ato precipitado. A mídia regional registrou o fato.
Alguns de seus apoiadores o deixaram logo nos
primeiros meses, incluindo-se aí, até mesmo o vice-prefeito que em uma
oportunidade teria se trancado com o
prefeito em seu gabinete dizendo-lhe tudo o que veio a mente com ênfase das promessas que desde então não estavam sendo cumpridas e mais, os limites que Chiquinho estaria ultrapassando resultou na seguinte fala do vice Luiz Arnaldo, o Nanado: " Você vai para o buraco, vai se enterrar em processos e eu não vou te acompanhar". Desde então Nanado nunca mais quis fazer parte ativa da administração.
Como se
tratava de início de mandato, o eleitor ainda lhe dava crédito, pois havia a
promessa de transformar o município em carro chefe da comarca. Campanha pautada na falta
de emprego, pois notória era a crise que se abatia em todo o país, essa era uma
de suas promessas, empregar o maior número de moradores de Ribeirão Bonito.
Para tanto, trouxe alguns empresários logo nos primeiros dias de seu mandato, que segundo Chiquinho dizia e propagava que era os sinais dos novos tempos, o desenvolvimento que batia as portas do município. Passados 100 dias de governo, os tais empresários, nunca mais
foram vistos.
Os dias se passaram e com eles, vieram enormes
trapalhadas administrativas. Em nome do desenvolvimento, Campaner passou o
chapéu como quem pede socorro rebaixando salários de funcionários, deixando apenas aqueles concursados
que não poderiam ser atingidos. Registra-se que o seu salário não foi atingido
pela ação de graça. Secretários que ganhavam em média R$ 3.300,00 passaram a receber R$ 1.200,00/mês. Esse sacrifício de funcionários, em nome do projeto "S.O.S Chiquinho Campaner", durou 20 meses, de janeiro de 2017 a setembro de 2018. Negociou
descontos como pode, com tudo e com todos em nome de uma nova e progressista
Ribeirão Bonito que estaria por vir. É bom lembrar que o salário do próprio Chiquinho não foi rebaixado. Fez cortesia com o chapéu dos outros.
O fornecimento de água na cidade sempre foi
complicado, pois como o serviço não é terceirizado, a manutenção das represas
sempre foi problemática. Ocorre que Chiquinho teria vindo para solucionar a questão
e em nome dela triplicou os valores da conta de água que o consumidor passou a
receber e a pagar. A população não gostou, mas pensando que o liquido precioso fosse ter a atenção que a saúde pública preconiza, acabou aceitando a majoração. Desde o início de sua gestão, laudos e mais laudos comprovaram a péssima qualidade da água, incluindo em
várias delas a bactéria Escherichia Coli. A falta de água em alguns bairros
perdura até hoje, sendo necessário o caminhão pipa para o abastecimento que é
realizado de forma “meia-boca”. O senhor prefeito contratou uma empresa recentemente para fazer reformas na represa conhecida por Cidoca, resultado segundo o vereador Tuca, a prefeitura gastou R$ 144 mil e sumiu abandonando a obra.
O ITBI - Imposto sobre transmissão de bens e imóveis, deixava 100% de alíquota ao município. Hoje deixa somente 50%, perdendo-se mais de R$ 250 mil/ano de arrecadação, pois não foi cumprido certa exigências. (Veja AQUI).
Como o chefe do Executivo perdeu parte do grupo
que o apoiou logo no início do seu mandato, como dissemos, acabou importanto de Boa Esperança do Sul alguns assessores do município
vizinho. Chiquinho disse certa vez ao Blog do Ronco que estava trazendo quem
realmente conhecia de administração pública para a cidade. Deixo aqui para que
os próprios funcionários, os que já estavam na prefeitura de administração anteriores,
para que façam essa avaliação quanto ao conhecimento técnico desses servidores.
Nos parece que o prefeito não é muito chegado às belezas do meio ambiente e nem mesmo a sua conservação, pois iniciou na cidade o corte de árvores sem muitas justificativas.
Primeiro foi na estrada que liga a cidade com o Distrito de Guarapiranga,
depois a velha e quase centenária árvore ao lado da prefeitura, veio depois as do campo de futebol do distrito e outras na cidade. A última que recebeu sentenciada de morte, foi uma atrás da
rodoviária. Dizem que o prefeito tem “praga de machado”.
O corte do transporte escolar urbano, deixou a
cidade indignada. Soltou um comunicado que nada tinha a ver com a realidade,
justificando a falta de recursos do Estado ao município. Recentemente caiu em contradição ao publicar
no Diário Oficial o transporte a alunos que se dirigem a cidade de Jau. Disse que
é obrigação oferecer transporte a esses estudantes. Eu pergunto: não é
obrigação oferecer transporte urbano aos estudantes também?
A vinda da UNIVESP - ensino gratuito à distância, foi denunciado por moradora da cidade, pois a prefeitura não estaria cumprindo o acordado com o Estado. Alunos aguardam o local que terá que ser informado pela prefeitura do prédio onde será oferecido o curso aos inscritos, o que já deveria ter ocorrido e até o momento, somente o endereço foi divulgado.
O efeito bumerangue atingiu em cheio o prefeito Chiquinho Campaner, pois no passado o então vereador Campaner votou pelo afastamento do prefeito Gayoso por ter se utilizado de dinheiro público para promoção pessoal em jornal de circulação na região. Pois bem, não é que Chiquinho Campaner fez o mesmo?
Hoje responde em Ação Civil Pública na justiça e também em Comissão Processante que tramita no Legislativo pelo mesmíssimo motivo, ou seja, fez propaganda pessoal em revista, com o
dinheiro do contribuinte.
Nota-se que o
chefe do Executivo ainda mantém a maioria dos parlamentares ao seu favor, mas
eu pergunto até quando os vereadores darão aval ao seu governo? Até quando irão
se empenhar com tantas trapalhadas? Afinal, muitos deles sonham com um novo mandato,
e a depender da população, terão que se desdobrar em convencimentos de que estavam corretos na defesa dos atos do prefeito.
Nunca se viu na
prefeitura um número tão grande de MEIs – Micro Empreendedor Individual.
Aliás, tem vereadores no rastro dessas MEIs. Essa questão está sendo avaliada com lupa.
No Ministério Público, Chiquinho Campaner
acumula mais que duas dezenas de processos, tanto em nome da prefeitura quanto
em seu nome próprio. Poucas foram arquivadas, a maioria já tramitando em Inquérito
Civil e até mesmo com Ação Civil Pública em andamento.
Por fim, o tal chefe do Executivo que viria para mudar positivamente o município, até aqui, os 12 meses de 2017 e os 100 primeiros dias de 2018, foram um verdadeiro fiasco, e quem sofre é a população que acreditou em suas promessas.
Foto: Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário