Incertezas a vista....certezas que sairemos chamuscados desse episódio....
A decisão dos EUA de aumentar tarifas sobre certos produtos importados (incluindo aço e alumínio do Brasil, por exemplo) é parte de uma política econômica mais ampla do governo Biden, voltada para fortalecer a indústria interna, especialmente em setores estratégicos como energia verde e segurança nacional.
O Brasil foi atingido como “efeito colateral”, e não diretamente como alvo. Outros países também foram afetados, inclusive aliados históricos dos EUA.
Consequência para o Brasil:
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Prejuízo à indústria exportadora de certos insumos.
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Potencial queda na balança comercial com os EUA em setores específicos.
Relação Lula–EUA e política externa do Brasil
Nos últimos anos, o governo Lula tem buscado uma política externa multilateral, se aproximando dos BRICS, defendendo maior autonomia global em relação ao dólar e ampliando relações com países como China, Rússia, Irã e outros do Sul Global.
Sim, isso incomoda os EUA, especialmente quando o Brasil assume posições que desafiam a hegemonia do dólar ou se posiciona em relação a conflitos internacionais (como a guerra Israel-Hamas) de forma diferente da linha adotada por Washington.
No entanto, não é certo afirmar que isso “causou” o tarifaço. Política comercial dos EUA é complexa e envolve interesses internos (eleições, sindicatos, empresas nacionais) e não apenas represálias diplomáticas.
Episódios polêmicos citados
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Navio iraniano no Rio de Janeiro: autorizado por norma internacional de navegação e apoio logístico. Não foi um ato isolado de provocação, mas também teve repercussão negativa nos EUA.
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Declarações de Lula sobre Trump ou Hamas: sim, há falas que geraram mal-estar, como quando Lula comparou a resposta de Israel em Gaza ao “holocausto”, ou quando criticou Trump duramente. São declarações políticas com impacto diplomático, mas estão dentro do contexto da liberdade de expressão política que líderes mundiais costumam exercer.
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Alinhamento com “nações de esquerda”: Brasil historicamente busca equilíbrio entre potências. Lula tenta reviver uma diplomacia ativa e altiva, mas às vezes isso o coloca em campos desconfortáveis para o Ocidente.
Família Bolsonaro e oposição
A oposição ao governo Lula tem tentado capitalizar esses episódios como prova de que a política externa do atual governo é desastrosa. Porém, há exagero retórico de ambos os lados.
Por exemplo:
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O governo Bolsonaro também teve embates com os EUA (inclusive com o governo Biden).
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A aproximação com Trump era pessoal, não institucional.
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A relação com a China sofreu fortes arranhões durante a pandemia, prejudicando o agronegócio por um tempo.
Conclusão
É verdade que certas ações e discursos do governo Lula contribuíram para um clima de desconfiança com os EUA. No entanto, não se pode afirmar que o “tarifaço” foi motivado exclusivamente por isso. Há fatores internos nos EUA, como a eleição de 2024, a pressão por empregos industriais, e estratégias globais de contenção da China e fortalecimento interno.
O Brasil está no meio de uma disputa de hegemonia global, e precisa navegar com equilíbrio. É legítimo questionar os rumos da política externa, mas também é importante fazer isso com base em contexto e fatos, não apenas paixões políticas.
Se quiser, posso te mostrar fontes ou falas oficiais de Lula, Biden, ou especialistas em comércio exterior sobre o assunto.
Ronco
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