Ramos de Azevedo, arquiteto famoso que entre os seus trabalhos, está a beleza do Teatro Municipal de São Paulo, assinou ao menos dois projetos de sedes de fazendas, em Dourado.
Teatro Municipal de São Paulo
Em Dourado duas belíssimas sedes de fazendas, a São José e a Monte Verde, muito bem cuidadas até os dias de hoje, levam os traços e a exuberância do arquiteto Francisco
de Paula Ramos de Azevedo (1851 – 1928), popularmente conhecido por Ramos de Azevedo. Há quem diga que Ramos de Azevedo remodelou a cidade de São Paulo.
A sede da Fazenda São José, em Dourado foi inaugurada em 1905. A encomenda do projeto para Ramos de Azevedo foi feita por José Luiz de Oliveira Borges, filho do Barão de Dourado (O Barão José Luís Borges, foi um nobre brasileiro. Era tenente-coronel da Guarda Nacional).
Há informações de que essa obra teria demorado três anos. Ramos de Azevedo precisou da ajuda do também arquiteto Domiziano Rossi para concluir o projeto e acompanhar a obra que possui as característica do movimento Eclético.
Sede da Fazenda São José
Em arquitetura, o ecleticismo é a
mistura de estilos arquitetônicos do passado para a criação de uma nova
linguagem arquitetônica. Apesar de que sempre há existido alguma mistura de
estilos durante a história da arquitetura, a expressão "arquitetura eclética"
é usada em referência aos estilos surgidos durante o século XIX que exibiam
combinações de elementos que podiam vir da arquitetura clássica, medieval,
renascentista, barroca e neoclássica.
Uma boa parte do material empregado na construção da sede da Fazenda São José de 1.170m², veio da Europa.(Com informações da Família Haehling)
Ramos de Azevedo
Jovem ainda, dirigiu-se a Gante,
na Bélgica, para estudar Engenharia Civil. Segundo seus biógrafos, no entanto,
conta-se que o diretor do curso de Arquitetura da escola surpreendeu-se com a
qualidade de seus trabalhos e ordenou-lhe que trocasse de carreira. Naquela
escola estudou a arquitetura clássica, mas foi influenciado a seguir as
proposições do ecletismo arquitetônico.
Recém-formado, estabeleceu-se em
Campinas onde executou seus primeiros projetos. Foi responsável pela conclusão
da construção da catedral da cidade, o primeiro de seus grandes trabalhos.
No fim do século XIX foi
convidado a projetar as residências de alguns membros da elite paulista.
Decidiu estabelecer na cidade de São Paulo um escritório técnico, que levou seu
nome, o qual em pouco tempo se transformou no principal influenciador da arquitetura
local.
Durante algumas décadas foi deste
escritório que saíram praticamente todos os projetos residenciais da elite e os
principais projetos públicos da cidade.
Ramos de Azevedo participou da
fundação da Escola Politécnica junto de um grupo de aristocratas paulistas
ligados às correntes políticas consideradas progressistas, estabelecendo na
escola um modelo similar ao que experimentou na Europa. Sua ligação com o
ensino também aconteceu quando se tornou diretor do Liceu de Artes e Ofícios de
São Paulo, onde promoveu uma reforma de ensino que tornaria a escola
autossuficiente e reconhecida em todo o país.
Devido à importância de sua obra
para a cidade de São Paulo, foi erigido em frente ao prédio do Liceu, na
Avenida Tiradentes, o Monumento a Ramos de Azevedo. Devido às obras do metrô na
década de 1970, este monumento foi transportado para o campus da Universidade
de São Paulo, na capital, e está hoje na Praça Ramos de Azevedo, em frente à
Escola Politécnica que ajudou a criar.
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