quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Ameaças e perseguições: o caminho correto é denunciar as autoridades competentes

Sergio Ronco 
"Não passem recibo de qualquer ameaça que porventura venham a sofrer"(RONCO). 

É sabido que a grande mídia age no eixo São Paulo/Rio/Brasília e pouco espaço oferece aos pequenos municípios. É uma pena, pois temos visto absurdos cometidos por gestores municipais sem que a chamada grande imprensa se interesse em divulgá-las. Vez ou outra, uma notinha aqui outra acolá. 

Recentemente fui convidado pela ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo para palestra com o tema "A Pequena Imprensa - Problemas e Desafios". Tive a oportunidade em passar para uma plateia formada principalmente, por jornalistas, sobre minha experiência nesse campo. Muita vezes, a perseguição e a ameaças estão presentes. O que fazer?

Uma situação clara e límpida   começa pelo fato de que grande parte dos políticos das pequenas cidades  não admitirem que sejam criticados e nem mesmo que possa ser mostrada a realidade de seus atos. Não é incomum, a perseguição e ameaças sobre àqueles que os denunciam de indícios de irregularidades cometidas.  De alguma forma tentam desqualificar os que se prestam ao serviço da informação independente, no caso da imprensa.  Na cartilha de Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil, editada pela OSCIP Amarribo Brasil, em sua quinta edição, tem um capítulo que fala exatamente isso.

" Os acusados de desvios vão sempre alegar inocência veementemente, invocar a "Justiça Divina", e acusar, de fraudes diversas, aqueles que estão lutando contra a corrupção para tentar desviar a atenção dos fatos. Não se deve cair no jogo dos bandidos: o foco tem que continuar sendo os desvios do erário público praticados pelo grupo.

Em março de 2018, o então Ministro da Justiça Torquato Jardim, em entrevista ao jornal Folha de São Paço deu essa declaração: 


A orientação e sugestão que a Amarribo Brasil oferece nesses casos, é lavrar boletim de ocorrência na polícia(quantas vezes forem necessárias), caso haja perseguição e ameaça. Levar ao conhecimento do Ministério Público, com cópia do ofício ao Procurador de Justiça do Estado.  Comunicar o fato a amigos e sempre, que possível, divulgar que está sendo perseguido e ameaçado.

Como exemplo próprio posso citar a audiência com o então Secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto e o Delegado Geral de Polícia Civil Marcos Carneiro Lima, que recebeu em seu gabinete em audiência, integrantes da Amarribo Brasil: Josmar Verillo, Dr. José Chizzotti com a minha presença.
Secretário da Segurança Pública ao fundo com integrantes da Amarribo Brasil 

À época, foi relatado ao Secretário da Segurança e ao Delegado Geral, o telefonema recebido por mim(Ronco), onde uma pessoa disse, que um político, em uma roda de mais quatro pessoas, teria feito ameaças,  dizendo que acabaria com a minha vida. Todas as providências foram tomadas e devidamente registradas.  E é assim que tem que ser feito. "Não passem recibo de qualquer ameaça que porventura venham a sofrer"(RONCO).   

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