segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Gente Nossa - José Chizzotti



José Chizzotti nasceu  em berço genuinamente italiano.  O pai Mario era filho Valério Ernesto Tommazo Chizzotti e Emilia Ghidella, nascidos e vindos de Altavilla Monferrato, província do Piemonte. A  mãe  Luiza Zampieri Chizzotti, filha de Luigi Zampieri  e Helena Bravo Zampieri,  vindos de Terzo d’Aquilea, província de Udine, divisa com a Áustria. Os irmãos eram seis:  José Chizzotti,  Lenita (Aparecida Helena), Marinho (Mario Chizzotti Filho), Toninho (Antônio Chizzotti), Silvinha (Luzia Silvia Chizzotti) e Margarida (Margarida Maria Chizzotti). Uma família que não podia faltar a macarronada aos domingos, com direito a garrafão de vinho e de vez em quando, uma polenta.

José Chizzotti é casado com Nádia, e dessa união nasceram os dois filhos: José Mario e Camila.

José Mario, Nádia, Camila e José Chizzotti

 A infância de José Chizzotti foi dividida com aulas no grupo escolar, ajudando seus pais no bar da estação ferroviária e frequentando jornadas na Chácara do Torres, mata do João Alves, invernadas do Tostes, onde um grupo de amigos se reunia para buscar  “cabeça de negro”, “mariolo”, “macaúva”, “gabiroba”, “jatobá”, “cambuí”, etc... .

Nesse grupo da infância, estavam - Tisco, Mulinha, Fernando Pastori, já na adolescência, como moleque, Leo Torresan, Toninho Caron, Dilson Lucato, Argemiro Ianhez, Birela, Nenê Pretinho, Pavanelli, Jubileu, Oswaldo Oyama, Asdrubal, João Alberto Ianhez, Demar Basilio e muitos outros. Depois vieram Josmar Verillo, Dudu, Richard, a turma do jornalzinho Estalo.

Chizzotti lembra dos seus professores com muito carinho e que lhes deram a base para que se tornasse um profissional com excelentes oportunidades de trabalho. Cita que alguns mestres vinham de São Carlos e até mesmo de São Paulo. "Foram tantos mestres importantes, que não quero incorrer na injustiça de  deixar de mencionar algum deles. O ensino na nossa época foi de muita qualidade, haja vista os profissionais bem sucedidos, cada qual em sua profissão e que tiveram a oportunidade de receber os ensinamentos dos professores daquela época áurea em Ribeirão Bonito”, disse Chizzotti.

Chizzotti com alguns de seus mestres

No cartório do senhor Hugo Sieguel  foi um dos primeiros trabalhos além de ajudar os pais no bar , quando o trem das 13h30 passava pela estação da cidade e o movimento era intenso.

Sempre sobrava um tempinho ao final da tarde para o futebol, uma das paixões de José Chizzotti que até hoje é elogiado pelo seu talento futebolístico da época, chegando a ser inscrito como profissional quando a equipe de Ribeirão Bonito disputava   a 3ª divisão. Dois nomes que sempre vem a mente de Chizzotti são os dos professores Ary Mélega de educação física e Sidney Pinheiro, este último o treinador que havia jogado profissionalmente e que foi figura importante para que a equipe de Ribeirão Bonito fosse campeã Regional da 3ª divisão.

                                                                                     Foto: Divulgação
Chizzotti o segundo da esquerda para direita(agachados)
A noite os passeios pelos jardins da cidade e as paqueras eram certas, bem como os bailinhos no Ribeirão Bonito Clube.
Ao completar 17 anos, Chizzotti, arrumou uma única mala, deixando os corações de seus pais inconsolados, mas esperançosos, e partiu para São Paulo. Uma pensão foi o primeiro paradeiro do jovem que sonhava em crescer profissionalmente.

A presença importante de José Chizzotti em importantes reuniões com autoridades

 O primeiro emprego na capital paulista, foi em um banco, que o ajudou muito no seu sustento e no pagamento do cursinho com vistas ao vestibular para a Faculdade de Direito, pelo qual já havia decidido.  Depois de trabalhar por um  período em Banco, Chizzotti foi  trabalhar como escriturário na Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.  Com o aproveitamento no cursinho preparatório, ingressou na  Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Josmar Verillo - Presidente do TJSP Celso Limogi  e José Chizzotti

Com o diploma em mãos, iniciou uma carreira gloriosa de jurista. A primeira oportunidade veio  em um escritório de advocacia, no período da tarde, com um juiz cassado pela revolução de 1964, Jorge de Mello Castro, que Chizzotti se lembra com muito carinho, com o qual conviveu por mais de dois anos e com quem admite ter aprendido muito na profissão que escolheu.  Mello Castro havia sido juiz de Ribeirão Bonito. A Secretaria de Segurança Pública continuou sendo o seu porto seguro, até que prestou concurso para  Procurador do Estado de São Paulo, isso em 1971, quando ingressou na carreira e foi trabalhar na Consultoria Jurídica da própria Secretaria da Segurança Pública.

A convite de Chizzotti, o Ministro Paulo Brossard participa de evento da Amarribo Brasil em Ribeirão Bonito. 

Em 1976 José Chizzotti foi agraciado com uma bolsa de estudo do Governo Italiano para fazer um curso de pós-graduação em Direito Processual Civil, na Facoltà Statale di Milano, com o Professor Enrico Tullio Liebman , que havia estado no Brasil quando do Governo Fascista italiano. Chizzotti permaneceu em Milão por 2 anos, que além dos conhecimentos jurídicos aprendeu a língua italiana.

Chizzotti e Tonico Galdino  durante reinauguração da Santa casa em Ribeirão Bonito 

De volta ao  Brasil foi convidado para implantar o Centro de Estudos da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Dalí foi designado para chefiar a Consultoria Jurídica da Secretária de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo e, depois, para o Gabinete do Procurador Geral do Estado de São Paulo.

Após dois anos, o já experiente jurista, foi  designado para chefiar a Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília. Seu trabalho e seus conhecimentos eram reconhecidos na área jurídica por figuras expressivas da República.
O Chefe de Gabinete tem um relacionamento direto com o Ministro, ocupa uma sala contígua à do Ministro e diariamente despacha com ele assuntos do Ministério bem como as correspondências que chegam diariamente a ele; transmite e supervisiona  o cumprimento de suas determinações  aos órgãos do Ministério;  representar o Ministro nas cerimônias oficiais quando impossibilitados de comparecer; acompanhar o Ministros nas cerimônias oficiais; recebe as autoridades que têm audiência com ele; tem ainda que implementar as determinações do Ministro aos órgão vinculados ao Ministério (Polícia Federal, Departamento de Estrangeiros;  etc...)

Chizzotti, José Cardoso Ministro da Justiça e o jurista Marcio Cammarosano

 Convidado  a assumir um Departamento do Ministério da Justiça pelo então  Ministro Paulo Brossard, não hesitou em assumiu o importante cargo e acabou sendo Chefe de Gabinete do Ministro  Brossard. Pela forma impecável em que se dedicou ao trabalho, não tardou para ser promovido a assessor  do Ministro Brossard.
Ao deixar o Ministério para assumir o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, Paulo Brossard fez o convite a Chizzotti para ser seu assessor no STF, o qual aceitou o convite e o novo desafio.

1º Encontro de Cidadania com a presença do Ministro Paulo Brossard

O trabalho de Chizzotti no Supremo Tribunal Federal como assessor do Ministro Brossard entre tantas tarefas importantes estava a responsabilidade de preparar as decisões dos Ministros. Algumas o próprio Ministro, tendo em vista a relevância da matéria, faz pessoalmente pedindo apenas pesquisas sobre a matéria. Outras, mais corriqueiras e repetitivas, eram  preparadas e submetidas à consideração do Ministro. “Era um trabalho estafante quantas vezes permaneci, até a meia noite, no Supremo”, disse Chizzotti.
Nesse cargo, o já tarimbado jurista ficou por 5 anos em Brasília. “Durante toda esta minha vida em Brasília sacrifiquei muito a minha família, Nadia, Camila e Zé Mário. Estava na hora de conviver mais com eles e retribuir a ausência da convivência”, concluiu Chizzotti.

Jorge Sanchez, Leo Torresan, José Chizzotti, Huguette Labelle Presidente da Ong  Transparência Internacional, Guilherme Hahling, Toninho Chizzotti e Marcio Cammarosano.
Ainda, quando estava para se aposentar, Chizzotti recebeu um convite do Ministro Octavio Gallotti, que estava na Presidência da Suprema Corte maior do país, para assessorá-lo e com o qual, já estando aposentado no cargo de Procurador do Estado de São Paulo, permaneceu por mais três anos e meio com Galotti. 

Atualmente, Chizzotti faz alguns trabalhos específicos com direcionamento nas esferas superiores da justiça federal.

Chizzotti, foi fundador da Oscip Amarribo Brasil, exerceu o cargo de Presidente, atualmente é conselheiro. Chizzotti é um doas autores da cartilha “O Combate à Corrupção nas  Prefeituras do Brasil”, editada pela entidade.

José Chizzotti, é Gente Nossa!!!
 Fotos: Ronco

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