quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Aulas da Escola Senador, em Dourado, estão suspensas a partir de amanhã, quinta(28)

Em reunião tensa com pais de alunos, diretoria e Secretário da Educação, ficou acordado a suspensão das aulas, em função das condições precárias da estrutura física da escola.
Escola Senador Carlos José Botelho - Dourado/SP

Em reunião realizada com pais de alunos, diretoria, professores e Secretário da Educação da Escola Municipal de Ensino Fundamental "Carlos José Botelho",  em Dourado, ficou decidido pela suspensão das aulas dos mais de 400 alunos da referida escola, a partir de amanhã, quinta(28) por conta de problemas apresentados na estrutura do imóvel com rachaduras em paredes, infiltrações e outros problemas que preocupam os pais dos alunos quanto à segurança de seus filhos. As fotografias das condições precárias em que se encontram a escola, correu pelas redes sociais e chegou ao conhecimento do Jornalista José Carlos Magdalena da Rádio Morada do Sol e Cultura, que cobrou a prefeitura pela pronta manutenção, ameaçando ingressar no Ministério Público com uma representação.

Durante a reunião tensa, de acordo com o vereador Ricardo Fattore, por várias vezes os pais exigiram explicações convincentes sobre a transferência de seus filhos para o Centro Juvenil São Domingos Sávio, para onde a prefeitura anunciou que os mais de 400 alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental em idade aproximada de 6 a 14 anos deverão ser alojados até que a a escola em questão seja devidamente reformada.

De acordo com Fattore, inicialmente foi proposto por Luiz Mário, Secretário da Educação, que a suspensão das aulas se desse a partir do dia 11 de de março, o que não teria sido aceito pela maioria dos pais presentes que exigiram que a suspensão fosse a partir de amanhã, quinta(28), temendo pela segurança de seus filhos.

Num dado momento a vereadora Claudia Batista disse que foi preciso acionar a mídia para que a prefeitura tomasse a devida providencia. Luiz Mário rebateu dizendo que as providências já estavam sendo tomadas antes mesmo da veiculação por parte da mídia. 

Um dos pais dos alunos quis saber se a transferência para o Centro Juvenil não seria de forma precária com "ganbiarras", o que poderia colocar os alunos em risco da mesma forma. Luiz Mario, segundo Fattore, disse que que ali já abrigou 80 crianças sem qualquer problema, foi quando o pai em réplica disse que 80 não eram 400.

Outro pai, ainda segundo Fattore, questionou se o engenheiro que atesta que a escola não vai cair é o mesmo que atestou que a barragem de Brumadinho, em Minas Gerais,  não iria romper, ou o mesmo que atestou regularidade nos alojamentos dos jovens atletas do Flamengo que morreram carbonizados no Rio de janeiro. 

Em algum momento da reunião, Luiz Mario teria dito que em Dourado existem muitas casas com mais de 100 anos, como é o caso do prédio da Escola Senador, foi quando um pai teria dito , que nenhuma delas abrigou ou abriga 400 crianças.

Ainda no relato do vereador Ricardo Fattore, Luiz Mario não garantiu o tempo que deverá levar para a devida reforma na escola Senador, e a data do dia 1 de abril, foi a data limite para o início, das aulas já no local improvisado, o  Centro Juvenil São Domingos Sávio, onde a prefeitura teria alugado o espaço.

Com o problema instalado, os professores não entrariam em férias em julho próximo e sim a partir de amanhã, quando as aulas estarão suspensas por determinação da prefeitura e acordado com os pais dos alunos.

Ricardo Fattore disse ao Blog do Ronco que foi uma reunião muito tensa. "Independente de minha posição como vereador, sou professor, e temo pela segurança dos alunos. Faço votos que tudo corra bem e com a garantia de que os mais de 400 alunos estejam em segurança", disse Fattore que afirmou que quatro vereadores estiveram presentes a reunião - Claudia Batista, Evandro Carmona, Danilo Inocente e o próprio Ricardo Fattore.

Atualizado às 13h00 - Veja AQUI a matéria do Portal da Morada

4 comentários:

arnaldo davoglio disse...

A humanidade testemunha, neste início de século, uma triste transformação. No mundo inteiro, e também no Brasil, os valores estão em estado terminal. O valor da honestidade desapareceu, substituído pelo reconhecimento da riqueza, que atualmente é medida pela capacidade de produzir. Já não são vistos como riqueza a cultura, o respeito, a religiosidade, o bem-estar. Um país cuja renda nacional seja elevada, mas concentrada nas mãos de poucos, é considerado mais rico do que outro que tenha sua renda distribuída com mais justiça. Um país que derrube florestas para plantar soja é tido como mais rico do que outro que proteja sua natureza. Uma sociedade que tolere o analfabetismo, a educação de má qualidade e a violência, mas que tenha renda per capita elevada, é classificada como desenvolvida.

Está em estado terminal o próprio valor da palavra. O que vale é a aparência, não o real. O que importa é o que mostra a publicidade, o que traz a televisão, e não aquilo que todos sabemos que de fato existe. Como diz o filósofo francês Jean Baudrillard, a realidade é um simulacro, um espetáculo. As guerras só são reais se forem transmitidas ao vivo pela televisão, têm causas e implicações controladas pelos proprietários das grandes redes de comunicação, e por eles costumam ser moralmente justificadas.

O valor da sabedoria também está em crise. Foi substituído pelo valor da especialização, pelo domínio e utilização de técnicas para enriquecimento próprio. No mundo de hoje, por exemplo, Sócrates não seria considerado um sábio: não teve um ofício que o enriquecesse, ensinou o que lhe parecia correto, e não o que tinha utilidade. Pior: morreu, porque não aceitou se corromper.

Está em estado terminal o valor da sensibilidade. No mundo em que vivemos e trabalhamos, não temos o direito de ter sensibilidade. A banalização da maldade nos torna frios, indiferentes, insensíveis. Os sensíveis são considerados fracos.

Vivemos ainda uma grave crise no valor da semelhança. A desigualdade reinante é tão grande que não se pode mais afirmar que os seres humanos cultivam o valor de se sentirem semelhantes. Quando observamos a diferença na qualidade de vida de crianças em países africanos e nos países europeus, ou de crianças ricas e pobres nas várias regiões do Brasil, e olhamos o futuro que terá cada uma delas, podemos nos perguntar se ainda existe o valor da semelhança entre a espécie humana. Dependendo do poder aquisitivo, e do conseqüente acesso aos produtos da ciência e da tecnologia, alguns terão uma vida mais longa e saudável, enquanto outros viverão menos e doentes. Muito em breve, apenas poucos seres humanos vão se reconhecer como semelhantes e cultivarão um sentimento crescente de distância e dessemelhança com relação aos demais. O valor da semelhança da nossa espécie está em fase terminal.

SONIA BORGES disse...

Graças a Deus, uma posição foi tomada. Lecionei naquela escola e em 2016 o vereador Fernando, mais conhecido como Bode, já tinha levado este problema à administração que na época fez uma gabiarra. A diretora Rosana sempre avisando as autoridades e NADA era feito. Infelizmente a população hoje depende muito de vocês da imprensa, que se não nos ajudarem corremos o risco de perder vidas. E de novo parabéns aos vereadores que estão ao lado do povo.Que absurdo os outros 5 vereadores não estarem nessa reunião!

Emilio Minutti disse...

Só uma pergunta, cancelaram as aulas, mas o carnaval e o rodeio continuam ...CERTO ?!

Heitor Failla disse...

Pobre Brasil !!!
Tico, parabéns pelo comentário!!
Heitor Failla