sábado, 24 de novembro de 2018

O cavalo, a paixão dos Douradenses.....

Voltamos ao assunto, o cavalo! Pois bem, não é novidade que em toda cidade do interior e de preferência, as menores, o cavalo é uma paixão. Só que tem um detalhe, em Dourado essa paixão é mais latente. Por que será? 
Cavalgada pelas trilhas de Dourado 


Olhando para o retrovisor do passado, obrigatoriamente temos que citar um homem que trouxe para a cidade, o gosto e o carinho pelos equinos. Trata-se de Sebastião Malheiro, nascido  em Dourado no ano de 1904 e falecido em 19 de junho de 1980. Sebastião foi casado com Julia Malheiro, com quem teve dois filhos: Luiz Antonio e Lila.

Em Dourado, Sebastião Malheiro foi proprietário das Fazenda São Manoel e Santa Maria, e que hoje estão aos cuidados dos netos.
Sebastião Malheiro ladeado por familiares

"O homem e o cavalo é uma relação incrível, que só mesmo os que amam as cavalgadas e a parceria que se forma entre o animal e o humano podem descrevê-las. Para que haja uma completa harmonia entre ambos é preciso gostar e admirar o cavalo. O amor de uma pessoa pelos cavalos nasce com ela; o amor do cavalo pelas pessoas tem que ser conquistado". disse Claudia Leschonski.

Sebastião Assumpção Malheiro foi um ícone na formação da raça Mangalarga. No seu criatório em Dourado, garanhões renomados como Absyntho, Talento e Buriti, deixaram filhos que até hoje são respeitados.
Cavaleiros em frente a Casa do Fazendeiro, em Dourado 

Malheirinho, neto de Sebastião e que tem o mesmo nome do avô,  tomou gosto por cavalos a ponto organizar a cavalgada que ainda é recorde mundial registrado no Guines Book. Os irmãos Pedro Luiz Aguiar e Jorge Aguiar juntos com o amigo José Reis, todos de Dourado, à época sessentões, cavalgaram 22 mil km no lombo de animais da raça Mangalarga Marchador. Saíram de Dourado atravessaram do Oiapoque até atingir o Chuí, chegando à capital paulista, após 2 anos de cavalgada. 

 Pedroca como é conhecido Pedro Luiz(foto), da Fazenda Bela Vista, onde está instalado um dos hotéis da cidade, a cavalgada é tida como uma das melhores da região. É comum grupos de franceses programarem com o Pedroca passeios em trilhas em torno do cinturão verde do município, passando por fazendas históricas do centro do Estado de São Paulo.

Jorge Aguiar, na foto ao lado com o filho Marcelo, ao chegar em São Paulo após a maratona do Projeto Brasil 14 mil, que na realidade foram mais de 22 quilômetros percorridos, não parou por aí. Enquanto Pedroca e Zé Reis deram por terminada a cavalgada, Jorge seguiu para a Argentina onde amarrou o seu garanhão no Museu onde estão os animais Gato e Mancha.
Gato e Mancha com o suíço Aimé

Em 24 de abril de 1925, Gato com 16 anos e Mancha com 15 anos, cavalos crioulos argentinos, partiram de Buenos Aires com destino aos EUA, juntos com o suíço Aimé F. Tschiffely. Chegaram nos EUA, em 22 de setembro de 1928, e depois ao entrarem em Nova Iorque, pela famosa Quinta Avenida, o trânsito parou em homenagem ao feito dos três. Foram 3 anos e 5 meses e 21.500 km de uma cavalgada ao longo de todo continente americano, nos mais diversos tipos de solo e clima.

Malheiro seguiu em frente e organizou uma nova cavalgada que levou o nome de “Caminho do Ouro”, onde teve a participação de um repórter da Rede Globo de Televisão.
Cavaleiros de Dourado em nova cavalgada

Outra cavalgada foi idealizada e organizada por Malheirinho, desta feita com a companhia da esposa Telma, e de Pedro Luiz Dias Aguiar, o Pedroca que participaram do projeto conhecido por " Tropel Mangalarga 1.400" . Os cavaleiros partiram de São Paulo, atingindo a capital Federal em Brasília. O tempo de marcha foi de 45 dias.

Ainda em Dourado, um dos nomes mais premiados pela sua criação de equinos da raça Quarto de Milha, linhagem de corrida, é reverenciado pelo alto grau de profissionalismo e seleção de seus animas. Estou falando de Plinio de Resende Kiehl, apaixonado e dedicado com o seu plantel.
Joquei Clube de Sorocaba com páreo em homenagem a Plinio Kiehl

Na cidade de Dourado, em festas comemorativas são comuns as cavalgadas com a presença de dezenas de cavaleiros. Não é exagero dizer que Dourado poderia pleitear para si, o rótulo de Capital do Cavalo de passeio.
 Dourado e as cavalgadas

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