sábado, 3 de novembro de 2018

Esse é o Marcel Rofeal, o jovem que anuncia as mortes em Ribeirão Bonito, em seu blog

Marcel Rofeal

Bem, conheço o garoto Marcel  há muitos anos.  Um dia  estava na Rádio BJ e Marcel esperou o programa que eu apresentava terminar, pois queria falar comigo. Na saída o menino mostrou o jornal que estava produzindo na escola e me lembro de ter dito que tinha muita simpatia pelo jornalismo. A amizade foi se estreitando e a frequência que nos víamos, também. 
 Na tribuna na câmara de Ribeirão Bonito defendendo os interesses da Santa Casa
  

A primeira entrevista que fiz com o Marcel foi na BJ com alguns colegas de classe. Naquela época já mostrava que tinha mesmo um caminho pavimentado para o jornalismo. Coincidência ou não, a primeira vez que falou em público foi para uma plateia de estudantes na sede da Amarribo, quando convidei o garoto para falar de improviso com estudantes de sua idade. E não é que se saiu muito bem.
Ao lado do amigo Marcel em mais uma tarefa do jornalismo

Marcel emprestou o seu talento ao Jornal Agosto, a Rádio Bom Jesus(BJFM), ao Correio D'Oeste, escreveu para jornais de São Carlos e, sempre impecável na escrita. Seus textos desde cedo sempre foram muito elogiados. Muitas vezes, tarde da noite, Marcel ligava e dizia que no meu e-mail estava um texto que seria publicado e pedia minha opinião. Confesso que nunca opinei pela escrita, pois sempre teve uma redação exemplar e um português correto. O que opinava, era quanto as possíveis ações judiciais que poderiam gerar, pois seus comentários muitas vezes eram fortes demais. 

Muitas vezes fizemos matérias juntos e publicávamos cada qual em seu espaço, via internet.

Cedo também percebi que Marcel era muito ligado ao sobrenatural. Um dia em uma distribuição que fazia do Jornal Agosto, passando em frente ao cemitério, Marcel fez um comentário que me chamou a atenção. Disse que os que ali estavam sabiam de tudo o que ocorria fora dos portões da última morada. Diante disso, parei o carro e o convidei para que distribuíssemos alguns exemplares em alguns túmulos. Se é verdade que os que lá estão são sabedores de tudo, nada mais justo que leiam as notícias do dia também. Marcel topou numa boa e juntos distribuímos alguns exemplares do jornal os quais deixamos em cima dos jazigos. Alguns de seus comentários sobre mortos, confesso que me davam arrepio na espinha, mas com conhecimento de quem realmente entende do assunto, Marcel me tranquilizava.

A partir de então e cada vez mais fiel ao tema de morte e velório, Marcel  acabou por dedicar parte do seu tempo para o necrológico. Marcel iniciou em seu blog com notícias fúnebres. Lembro também que disse certa vez que gostava participar de sepultamento, porém em velório não era muito chegado. Acho que com o tempo passou a  frequentar velórios também. 

O menino cresceu, tomou gosto pela política e candidatou-se vereador. Raspou na trave, quase teve sucesso. Numa segunda empreitada na política participou ativamente da campanha do então candidato Chiquinho Campaner. O prefeito eleito chegou a nomeá-lo como secretário de assuntos fúnebres(se não era bem esse nome era algo parecido). 

Marcel esteve a frente da provedoria da Santa Casa da cidade. Quanto ao cargo político, não demorou muito a se desentender com o chefe do Executivo e acabou deixando o posto de secretário de assuntos fúnebres. 

Hoje recebo uma mensagem do amigo de uma entrevista que concedeu  a EPTV. Confesso que não me surpreendi com o tema, pois mais uma vez Marcel discorreu sobre os mortos. 


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