terça-feira, 31 de julho de 2018

Este é um país da inversão de valores....Brasilllllllllll

                                                             Sergio Ronco 
Como acreditar em melhoras em um país que paga R$ 750 mil a um técnico de futebol e uma miséria para os professores e policiais que arriscam suas vidas diariamente? Que país é esse mesmo? Não assisto, mas está dentro da casa de cada brasileiro as novelas que trocam os papeis e essa inversão dos valores familiares fica cada vez mais latente no plim-plim. Onde ficaram o respeito aos pais, aos mestres ao próximo que existiam há 50, 60 anos atrás? Onde foi que tudo se perdeu?

Hoje é comum professor ser literalmente agredido em plena sala de aula, no trânsito é possível presenciar brigas chegando a vias de fato, filhos revoltados se insurgindo contra os pais e por aí vai....

Perdemos o pouco que havíamos construído no passado e lamentavelmente as próximas gerações sofrerão para voltar a um passado que está cada vez mais distante, pois vivemos uma clara inversão de valores.

2 comentários:

arnaldo davoglio disse...

A humanidade testemunha, neste início de século, uma triste transformação. No mundo inteiro, e também no Brasil, os valores estão em estado terminal. O valor da honestidade desapareceu, substituído pelo reconhecimento da riqueza, que atualmente é medida pela capacidade de produzir. Já não são vistos como riqueza a cultura, o respeito, a religiosidade, o bem-estar. Um país cuja renda nacional seja elevada, mas concentrada nas mãos de poucos, é considerado mais rico do que outro que tenha sua renda distribuída com mais justiça. Um país que derrube florestas para plantar soja é tido como mais rico do que outro que proteja sua natureza. Uma sociedade que tolere o analfabetismo, a educação de má qualidade e a violência, mas que tenha renda per capita elevada, é classificada como desenvolvida.

Está em estado terminal o próprio valor da palavra. O que vale é a aparência, não o real. O que importa é o que mostra a publicidade, o que traz a televisão, e não aquilo que todos sabemos que de fato existe. Como diz o filósofo francês Jean Baudrillard, a realidade é um simulacro, um espetáculo. As guerras só são reais se forem transmitidas ao vivo pela televisão, têm causas e implicações controladas pelos proprietários das grandes redes de comunicação, e por eles costumam ser moralmente justificadas.

O valor da sabedoria também está em crise. Foi substituído pelo valor da especialização, pelo domínio e utilização de técnicas para enriquecimento próprio. No mundo de hoje, por exemplo, Sócrates não seria considerado um sábio: não teve um ofício que o enriquecesse, ensinou o que lhe parecia correto, e não o que tinha utilidade. Pior: morreu, porque não aceitou se corromper.

Está em estado terminal o valor da sensibilidade. No mundo em que vivemos e trabalhamos, não temos o direito de ter sensibilidade. A banalização da maldade nos torna frios, indiferentes, insensíveis. Os sensíveis são considerados fracos.

Vivemos ainda uma grave crise no valor da semelhança. A desigualdade reinante é tão grande que não se pode mais afirmar que os seres humanos cultivam o valor de se sentirem semelhantes. Quando observamos a diferença na qualidade de vida de crianças em países africanos e nos países europeus, ou de crianças ricas e pobres nas várias regiões do Brasil, e olhamos o futuro que terá cada uma delas, podemos nos perguntar se ainda existe o valor da semelhança entre a espécie humana. Dependendo do poder aquisitivo, e do conseqüente acesso aos produtos da ciência e da tecnologia, alguns terão uma vida mais longa e saudável, enquanto outros viverão menos e doentes. Muito em breve, apenas poucos seres humanos vão se reconhecer como semelhantes e cultivarão um sentimento crescente de distância e dessemelhança com relação aos demais. O valor da semelhança da nossa espécie está em fase terminal.

Decididamente, nosso mundo vive a morte dos valores

Joaquim Carlos disse...

Não se esqueçam que quem criou e educou essa geração que não tem respeito por nada, foi justamente as gerações dos anos 50, 60, 70, pois a justificativa que davam para a criação dos seus filhos era a mesma "vou dar aos meus filhos tudo o que eu não tive", só se esqueceram de dar também tudo o que tiveram "educação e respeito pelo próximo".
Ouvindo uma entrevista do J.P. Oliveira para o repórter Flávio Prado na Jovem Pan, onde lhe foi perguntado "quando os alunos começaram a perder o respeito pelos professores" e a resposta foi simples "quando começaram a chamar os professores de tio e tia".