quarta-feira, 28 de março de 2018

Servidores de Ribeirão Bonito estão em estado de greve

Reunidos em assembleia na noite de ontem, 26, os servidores municipais de Ribeirão Bonito decidiram rejeitar a proposta do governo de conceder apenas 1,81% de reajuste salarial e entraram em estado de greve. Veja aqui a pauta completa com todos os pedidos, protocolada em 16 de fevereiro.
Servidores aprovam Estado de Greve - Foto: Simar

Até agora, o prefeito José Campaner (PSDB) simplesmente ignorou os pedidos da categoria, não respondeu ao ofício do Sindicato e encaminhou para a aprovação da Câmara Municipal um projeto com reajuste não negociado e muito abaixo da inflação, desrespeitando os funcionários e o processo de negociação.

A assembleia lotou o plenário da Câmara e os servidores receberam apoio de vários vereadores.
Declarado o estado de greve, o recado foi dado: a categoria está insatisfeita com a proposta e com a postura de Campaner de não negociar. Manifestações, carreatas, panfletagem e até uma paralisação pontual poderão ser realizadas para pressionar o governo, caso as negociações não avancem. Ainda não há data prevista para esses atos.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Prefeitura já foram comunicados da decisão da categoria na manhã desta terça-feira (sim, mesmo com uma pequena parcela da categoria na assembleia, por lei, a decisão tomada ali vale para todos os servidores). Em poucos dias, o prefeito e o Sindicato devem ser chamados para uma audiência no MTPS. Uma comissão de servidores, escolhida na assembleia, vai acompanhar o Sindicato nas audiências e futuras rodadas de negociação.
O SISMAR comunicará imediatamente a categoria assim que tiver alguma resposta da Prefeitura ou do MTPS.

Números favoráveis
Ao contrário dos boatos que circularam pela cidade, a Prefeitura de Ribeirão Bonito tem margem de sobra dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para conceder até 17% de reajuste salarial para os servidores sem atingir o limite prudencial de 51,3%, segundo os cálculos feitos pelo Sindicato, que tem uma administradora pública (Nayla Perez) contratada especificamente para fazer essas análises.

Ela estava, ontem, na assembleia, e passou as informações financeiras para os servidores presentes. De acordo com o relatório mais atualizado, disponibilizado pela Prefeitura, as despesas com pessoal (folha de pagamento dos servidores e encargos) representam hoje 49,86% da Receita Corrente Líquida (RCL).
O orçamento feito pela Prefeitura para o ano de 2018 e aprovado pelo Câmara prevê um crescimento das receitas, ou seja, há expectativa de que a Prefeitura arrecade mais (com aumento da água e outras mudanças). Considerando esse orçamento e esse crescimento, se o prefeito conceder 17% de reajuste, os gastos com pessoal chegarão a 51,16% da RCL, abaixo ainda do limite prudencial (51,3%) e muito abaixo do limite real (54%).

Outro detalhe das finanças de Ribeirão Bonito que chamou a atenção dos servidores foram os chamados “Restos a Pagar”, que são a principal dívida das Prefeituras e que exigem pagamento em curto prazo. O Município fechou 2017 devendo pouco mais de R$ 3 milhões, mas, tem R$ 6 milhões em caixa. Em outras palavras, não tem desculpa para querer dar só 1,81% de aumento, a situação financeira de Ribeirão Bonito está muito melhor do que a das cidades da região.

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