segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Muita atenção para este relato - Os perigos da Aranha Marron

Preservando o nome real da vítima, vou chamá-la de Maria. Conheço Maria há pelo menos 3 anos. Trabalhadora, inteligente e muito esclarecida. É profissional preparadora de equinos de esporte, no caso prepara animais para salto.
Amputação da falange de um dos dedos de Maria - Causa: Picada da Aranha Marron

Maria tem 38 anos e reside em uma propriedade rural muito bem estruturada. Casa boa, com conforto, jardim no entorno e muita área verde.

No dia 13 de julho de 2015, Maria acordou às  2h30, com a mão direita muito inchada e avermelhada. No momento não sentia dor. Perto da 11h00 do mesmo dia, além do inchaço e vermelhidão a dor começou a incomodá-la. Um funcionário da fazenda a levou a um pronto-socorro, próximo das 12h00.

Chegando ao PS os médicos fizeram todos os protocolos de emergência, porém sem saber até o momento o que havia acontecido na mão de Maria.

No dia seguinte, dia 14 de julho, foi a um hospital, pois a dor havia piorado, o inchaço não havia sumido e o vermelhidão continuava. Nesse hospital Maria fez uma bateria de exames.

O primeiro diagnóstico foi de que uma bactéria havia se alojado na corrente sanguínea de Maria, mais precisamente em sua mão direita. Foi receitado antibiótico e a orientação era para ficar em observação.

No dia 15 de julho, Maria voltou ao hospital com a mão inchada, com vermelhidão, porém sem dor(provavelmente pela dose de antibióticos que estava tomando). Nesse mesmo dia, a ponta do dedo indicador apresentava sinais de necrose. Por esse motivo, Maria ficou internada até o dia 17 de julho em observação sob rígidos cuidados médicos. Maria foi atendida também por médico vascular no dia 17. Nesse dia foi liberada.

No dia 22 de julho, a ponta do dedo começou a "secar"(necrosar por completo).

No dia 27 de julho, além da necrose na ponta do dedo indicador da mão direita, havia uma forte infecção, pois havia pus. O dedo médio apresentava coloração avermelhada.

No dia 28, foi internada e realizada a primeira cirurgia e a amputação da falange do dedo indicador(ponta do dedo com necrose).

No dia 5 de agosto, foi feito enxerto de pele no dedo médio, pois parte dele havia sinais de necrose. O enxerto serviu também para o dedo indicador. A pele foi retirada do pulso do mesmo braço direito.

Diagnóstico: Maria foi picada por uma Aranha Marron ou Armadeira(como é conhecida). Maria entrou em contato com o Instituto Butantã e até mesmo com um especialista que apresenta casos de animais em um programa de grande audiência na TV. A resposta que deram a Maria, foi  de que realmente essa Aranha é muito perigosa devido ao seu potente veneno.

Maria disse ao Blog do Ronco que ficou muito satisfeita com o atendimento médico e que está convicta que fizeram o que estava ao alcance dos profissionais.

Este relato tem o objetivo de alertar a todos sobre o perigo dessa Aranha Armadeira, que é comum  encontrarmos. Pelo seu tamanho, julgamos que seja inofensiva, quando na realidade é altamente perigosa. Que sirva de alerta a todos.

Maria está iniciando fisioterapia. No momento não  tem os movimentos completos na mão direita.

ARANHA Armadeira (também conhecida como aranha-macaco ou aranha-de-bananeira) é a designação comum às aranhas do gênero Phoneutria (do gregophoneútria, "assassina"), da família dos ctenídeos. O nome comum armadeira vem da sua atitude invariável de ataque, com as patas dianteiras erguidas.
Originárias da região sul-americana, com um corpo de 3,5 cm a 5 cm e pernas de até 17 cm de envergadura (fêmea). São altamente agressivas e peçonhentas, pois produzem um veneno cujo componente neurotóxico é tão potente que apenas 0,006 mg é suficiente para matar um rato. Freqüentemente entram em habitações humanas à procura de alimento, parceiros sexuais ou mesmo abrigo, escondendo-se em roupas e sapatos. Quando incomodadas, picam furiosamente diversas vezes, e centenas de acidentes envolvendo essas espécie são registrados anualmente: são responsáveis por aproximadamente 42% dos casos de picadas por aracnídeosnotificados no Brasil.
É considerada a aranha mais venenosa do mundo, segundo o Guiness Book, devido a potência do seu veneno de ação neurotóxico. No Brasil, é a segunda aranha que mais causa acidentes, perdendo apenas para a aranha-marrom, porém, ao contrário da Loxosceles, é extremamente agressiva, razão pela qual não se aconselha nem se permite sua criação em cativeiro.

 Veneno

peçonha da Phoneutria é composta por polipeptídeos básicos, além de histamina e serotonina. Sua ação é neurotóxica e cardiotóxica. A ação neurotóxica ocorre noSNC, mais precisamente nos canais de sódio, provocando despolarizações nas terminações nervosas, (sinapses) sensitivas e motoras, fibras musculares e nosistema nervoso autônomo, induzindo a liberação de neurotransmissores(principalmente a acetilcolina e catecolaminas.). A ação cardiotóxica interfere na atividade contrátil do músculo liso, ativação do sistema de calicreína tissular, ativação de fibras sensoriais e esvaziamento gástrico.A picada da Phoneutria em muitos casos é fatal.

 Sintomatologia

Os pontos de inoculação sobre a pele são vistos acompanhados de inchaço,vermelhidão e sudorese local. A dor é queixa comum, pode ser local ou irradiada, tem intensidade variada e é acompanhada de parestesias (formigamento). Dependendo do estado da pessoa, além da dor, os sintomas mais comuns são taquicardia com alterações no eletrocardiogramahipertensão arterial, sudorese com visão turva evômitos ocasionais. O hemograma pode apresentar leucocitose com neutrofilia ehiperglicemia.
O quadro em crianças com menos de seis anos e idosos muito debilitados pode evoluir para edema pulmonar e choque representando um risco não desprezível de morte.

 Tratamento

Apesar da alta toxicidade da peçonha da armadeira, a absoluta maioria dos casos registrados são considerados leves e de prognóstico benéfico. Nestes casos o tratamento é sintomático resumindo-se a analgésicos como a dipirona, infiltrar anestésico local xilocaína e, em caso de ânsia de vômito, um antiemético como Plasil (Metoclopramida). Nos moderados que apresentam sudorese acompanhada de leve taquicardia e hipertensão, o tratamento sintomático é acompanhado do específico com soro antiaracnídeo. Nos casos graves que apresentam grandes alterações na pressão arterial com taquicardia/bradicardia e sudorese profusa, uma dose maciça de soro antiaracnídeo juntamente com cuidados médicos intensivos tornam-se necessários.
Fonte: Wikipédia


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