Sergio Ronco
A geração de adolescentes que
viveu os anos 70 jamais esquecerá a magia de uma época áurea, marcante e
apaixonante. Foi uma década polêmica e vibrante, dos grandes movimentos
como Woodstock, quando 400 mil pessoas
se reuniram durante três dias ao som de Jimi Hendrix e Janis Joplin.
Na música, as portas estavam
abertas para o sucesso de muitos artistas que são lembrados até hoje. Donna
Summer, Gloria Gaynor, ABBA, Bee Gees, George McCrae, Michael Jackson. Os Beatles ficaram em atividade até os anos 70.
A era dos festivais encantaram
toda uma geração ligada na música. Nem mesmo a chamada Ditadura Militar, atrapalhou os
movimentos orquestrados por jovens dos cabelos compridos e das calças de boca larga.
A copa do mundo com a seleção
canarinho encantou o mundo levantando uma das taças mais cobiçadas do futebol
internacional.
Mesmo sendo programa para os mais
abastados, as boates dos anos 70 fizeram tremendo sucesso: La Licorne,
Scarabociu, Cave, Vagão, Catedral do Samba, Hippopotamus, Aquárius, Hi-Fi ,
Mau-Mau e Dobrão. Este último de propriedade de Cassiano Gabus Mendes e do ator
Hélio Souto, tido como o galã da televisão.
Aqui cabe um parênteses, Helio
Souto morava na rua Albuquerque-Lins, 977, no mesmo edifício que eu morava.
Hélio era casado com Maria Helena Morganti, que a conhecera em um dos
filmes(Dioguinho) que foi rodado em uma propriedade da família Morganti.
Na porta do edifício Umuarama, era
comum a presença de fãs à espera do ator bonitão. Certa vez ganhei do Hélio um
convite para conhecer o Dobrão que ficava na Alameda Lorena, nos Jardins.
Como o convite era para um
determinado dia, não via a hora que chegava o momento de poder conhecer ao vivo
e em cores uma boate de sucesso e de muito glamour. Vesti minha melhor roupa, o
melhor perfume, o Pinho Silvestre, sai de casa com mais de 1 hora de
antecedência. Peguei o ônibus na avenida Angélica, desci na avenida Paulista e
marchei até a Alameda Lorena, local do Dobrão. Era uma noite especial em que
gravariam ao vivo um long play com as músicas de sucesso da boate. Logo que
cheguei encontrei o Helio Souto que me colocou em um lugar privilegiado. Lembro
que fiquei até fechar as portas do Dobrão, noite inesquecível e única.
As rádios: Mundial e Excelcior
faziam grande sucesso na voz do Big Boy e de Antonio Celso. Passear na Rua
Augusta era o charme da época. As vitrines detalhadamente enfeitadas faziam do
local uma passarela de gente bonita.
O primeiro shopping, o Iguatemi
foi uma inovação dos anos 60/70 que na esteira dele, vieram outros tantos. A
lanchonete em frente ao Iguatemi era um ponto de encontro da moçada.
Particularmente, não citar a "Turma Jaguar", maravilhoso grupo, do qual participei, seria um pecado mortal.
Tomar café no Aeroporto de Congonhas e a sopa de cebola no ceasa, eram programas top.
Tomar café no Aeroporto de Congonhas e a sopa de cebola no ceasa, eram programas top.
A geração que vivenciou esses
grandes momentos jamais esquecerá de um período majestoso, cheio de arte,
cultura e realização.
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