Pelo menos 200 pessoas foram
demitidas nesta segunda-feira (13). Raízen diz que falta de cana-de-açúcar
motivou encerramento das atividades por dois anos.
Unidade da Usina Tamoio em Araraquara (Foto: Reprodução/EPTV)
As cerca de 200 demissões da usina Tamoio, em Araraquara (SP), surpreenderam funcionários e o sindicato da categoria nesta segunda-feira (13). A Raízen, dona da usina, alegou falta de cana-de-açúcar para o encerramento das atividades na cidade por dois anos.
Demissões
A usina é uma
das mais antigas da região e funcionou por 100 anos. Em nota, o grupo Raízen
informou que a cana que já foi plantada vai ser usada em outras usinas do
grupo. A assessoria de imprensa informou também que a empresa estuda transferir
funcionários para outras unidades.
Outros funcionários da usina também foram dispensados, mas o
sindicato rural e o de trabalhadores do transporte ainda não têm um balanço das
demissões.
“A empresa nos chamou para uma reunião no dia de hoje e nós
pensávamos que a empresa iria conversar sobre a reforma trabalhista, mas para a
nossa surpresa foi falar sobre a demissão dos funcionários da usina Tamoio”,
disse Antonio Gonçalves Filho, presidente do sindicato dos Trabalhadores das
Indústrias de Alimentação.Funcionários tentam entender
O eletricista Bruno Gomiero Barone foi um dos demitidos e
disse que a usina não apresentava sinais de que poderia fechar.
“Nossa meta de produção foi alta, teve cana, tanto que a
gente moeu antes do prazo. A gente bateu [a meta] em segundo ou terceiro
colocado. Não dá pra entender”, lamentou.O operador de tratamento de caldo
Carlos Donizetti Françozo trabalhou por 23 anos na usina. Ele preparava o caldo
da cana para ser transformado em açúcar. “A gente fica triste pelo que
aconteceu. Não só por causa de mim, mas pelos meus amigos também, que perderam
o emprego. Tem muitos que pegaram aquela casinha para poder pagar e, de
repente, acontece isso que ninguém esperava”, disse.
O operador de caldeira José Miguel da Costa tem orgulho de
contar que era bom em controlar as altas temperaturas da caldeira. Ele está
desconsolado com a demissão. “Tenho 54 anos e não tenho estudo. No meu aso é
zero a chance de emprego”, afirmou.
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