Sergio Ronco
Em março de 1985 eu já me encontrava em Ribeirão Bonito, quando fui a São Paulo passar uma semana na casa de meu irmão Pedro Luiz Ronco que à época era repórter da Rádio Bandeirantes AM. No dia 15 de março desse ano, Tancredo Neves foi eleito Presidente do Brasil e como todos sabem, logo adoeceu, ficou internado no Hospital de Base em Brasília e depois transferido para São Paulo em uma unidade do Hospital das Clínicas, o Instituto do Coração.
Em março de 1985 eu já me encontrava em Ribeirão Bonito, quando fui a São Paulo passar uma semana na casa de meu irmão Pedro Luiz Ronco que à época era repórter da Rádio Bandeirantes AM. No dia 15 de março desse ano, Tancredo Neves foi eleito Presidente do Brasil e como todos sabem, logo adoeceu, ficou internado no Hospital de Base em Brasília e depois transferido para São Paulo em uma unidade do Hospital das Clínicas, o Instituto do Coração.
Foto histórica mostra Tancredo Neves no Instituto do Coração
Como disse, eu estava em São Paulo e a Rádio Bandeirantes enviou o meu irmão Pedro Luiz para acompanhar o tratamento de Tancredo naquele hospital. Foram dias angustiantes para todo o país. A cobertura para todas as emissoras de rádio e TV foi muito cansativa. Resolvi que ajudaria meu irmão no que fosse preciso assessorando, buscando informações, horários de entrevistas com médicos e com o porta-voz do presidente Antonio Brito, que acabou anunciando a morte de Tancredo no dia 21 de abril de 1985, vítima de infecção generalizada.
Pois bem, a imprensa de todo o Brasil se encontrava nas Clínicas e dezenas de correspondentes do mundo inteiro relatavam o dia a dia de Tancredo para suas emissoras e jornais. Lembro-me bem que a Globo escalou, entre outros profissionais, Carlos Nascimento para esse trabalho e, foi lá que o jornalista se consagrou na carreira, pois as entradas ao vivo eram constantes e com a firmeza de sempre, Nascimento realizou um belo trabalho.
A Rádio Bandeirantes recebeu elogios do público e até do Sr. João Saad, Presidente do grupo Bandeirantes pela cobertura daqueles dias tristes.
A relíquia(documento) que guardo são 2 boletins médicos divulgados pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República relatando o estado de saúde do presidente Tancredo Neves. Um deles datado em 27.03.1985, portanto 24 dias antes da morte de Tancredo Neves.
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A Globo ao vivo com o repórter Caco Barcellos, anuncia a morte de Tancredo. Pedro Luiz Ronco não suporta a emoção e cai no choro.
2 comentários:
Ronco, nesta época eu era interno (5º ano da faculdade de medicina) e passava pelo estágio de Doenças Infecciosas no Hospital Emília Ribas que fica bem atrás do INCOR e de cujo terraço pude acompanhar toda movimentação que ocorria lá embaixo e vi muitas vezes Antonio Brito atravessas a rua para ir ao Centro de Convenções Rebouças divulgar boletins, informes e ar entrevistas. Algumas vezes, cumprindo minhas funções de interno, fui até o HC/INCOR testemunhando mais de perto tudo que ocorria até o fatídico 21 de abril. No dia seguinte, após tido grande dificuldade para chegar ao Emílio Ribas em razão da multidão que já tomava toda a Rua Eneas Carvalho de Aguiar que corta o HC, Av. Rebouças e Dr. Arnaldo assistimos do terraço, eu e toda a equipe do hospital, consternados a saída do féretro em meio a um silêncio desconcertante!
Dois anos, depois fui para o HC fazer residência médica onde fui aluno dos principais atores médicos dessa triste epopeia, dentre ele os Professores Henrique Walter Pinotti, Angelita Habr Gama, Joaquim Gama-Rodrigues e Ivan Cecconelo, equipe cirúrgica de inestimável talento e competência, mas que se viram impotentes em razão da gravidade do quadro infeccioso.
Deles ouvi os mais fidedignos relatos e pude dirimir qualquer dúvida que ainda tivesse a respeito dos boatos e teorias conspiratórias a respeito do ocorrido e que pode ser resumido da seguinte forma: um homem idoso, de saúde frágil que escondeu por dias sua doença agravando todos os prognósticos e evoluindo com um grave quadro infeccioso como aconteceria e acontece até hoje com qualquer cidadão comum em qualquer lugar do mundo!
fala Ronco,
tinha esquecido de como foi triste aquele momento.
gostei da lembrança. Muito bom seu arquivo.
abraço
Guilherme
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