Crônica: Estou fora de moda....

Estou fora de moda....

  

O tempo passou e no alto dos meus 62 anos, vejo que realmente não acompanhei a evolução dos tempos. O problema está em concordar ou não que na minha época as coisas eram diferentes. Excluindo-se alguns poucos casos, víamos que as pessoas eram cordiais, educadas, éticas, honradas e honestas. Hoje temos medo até mesmo em cumprimentar as pessoas, pois não sabemos sua reação.

 

Na escola o respeito era o mesmo que tínhamos pelos nossos pais, o professor era idolatrado pelos alunos, a ponto de em dias especiais, natal, páscoa e aniversário, levávamos presentinhos a eles. As festinhas nas escolas eram um congraçamento de pais, alunos e mestres. Hoje não é  incomum professor apanhar de aluno em plena sala de aula.

 

A segurança pública era executada pela gloriosa Guarda Civil, homens amigos da população.  Era comum no natal os pais presentearem seus filhos com a farda da guarda civil, tamanho o respeito. Hoje  a insegurança é latente.

Na área da saúde, o médico da família resolvia quase tudo, sem muitos exames solicitados. E parece que funcionava bem, ao menos vivemos parte de nossas vidas nas mãos desses profissionais. No caso de minha família era o Dr. Dionísio e o dentista o Dr. Alex Barci. Hoje se morre na fila  dos hospitais públicos à espera de atendimento.

A juventude curtia a jovem guarda e os bailinhos eram realizados em lugares seguros. O Circulo Militar era um deles. Os passeios eram muito simples como tomar café no Aeroporto de Congonhas ou tomar sopa de cebola no Ceasa. Aos domingos, dia especial nos restaurantes: Papai, Gato Que Ri ou no Moraes, saborear o famoso filé do Moraes. Hoje as refeições são feitas no Mac Donald.

O palhaço da época era o Piolim que fazia sucesso com a garotada. Hoje, nós assumimos o papel de palhaços diante de tanta corrupção e imposição dos mandantes deste país.

 Os heróis da TV eram : As Aventuras de Rin-Tin-Tin,  uma série do gênero western direcionada a um público infanto-juvenil, mas que também os adultos adoravam.. Bat Masterson o herói de bengala, Bonanza, que narrava  a saga do rancheiro viúvo Ben Cartwright, O Zorro em duas versões, do velho oeste que montava no cavalo Silver e do Zorro de capa espada, que tinha um inimigo bondoso, o Sargento Garcia. Hoje se apresentam como heróis uma corja de políticos safados e corruptos.

 

Ainda na TV, o show do dia 7, apresentado pela TV Record, era imperdível, com a apresentação de um dos maiores comunicadores do país,  Blota Junior. Hoje, temos o Brasil Urgente e o Cidade Alerta.

A Rádio Exelcior, do locutor Antonio Celso era a moda do momento, bem como a Mundial do Rio de Janeiro com o Big Boy.

O bonde da Avenida Angélica nos levava próximo a mais paulista das avenidas, a avenida Paulista. Gostava de ficar próximo ao motoneiro e apreciar os movimentos laterais da canopla de comando. Hoje temos o transporte público dos piores.

Não tínhamos internet, celular, watsap, iphone, iped e mesmo assim nos comunicávamos de forma civilizada e educada. Hoje os crimes da internet e de toda a tecnologia nos fazem reféns de bandidos, assaltar e matar por conta de um celular á comum.

Esse tempo passou que pena, estou desatualizado e confesso que decepcionado com os novos tempos....