Parte dos animais mortos em uma propriedade da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros |
O domingo chuvoso, ao invés de calmaria, trouxe problemas ao dono de
uma fazenda localizada na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros
(Bauru-Marília), em Bauru. Durante todo o dia de anteontem, cerca de 280
cabeças de gado do seu rebanho de 800 animais morreram misteriosamente.
O fato mobilizou até o poder público, que cedeu funcionários e
maquinário da Secretaria Municipal de Obras como, por exemplo, pá
carregadeira e retroescavadeira para que os animais pudessem ser
enterrados.
O prefeito Rodrigo Agostinho também foi até o local para acompanhar o
trabalho e os exames que estavam sendo feitos nos bovinos.
“Foi uma cena muito triste, parecia cenário de guerra. Antes tinha uma
suspeita de que a morte era em decorrência de um raio, mas essa hipótese
foi descartada porque os animais continuaram morrendo aos poucos,
agonizando. Foi muito triste”, relatou o prefeito.
Inicialmente o proprietário acionou a prefeitura acreditando que um
raio tivesse caído na propriedade, já que tinha chovido bastante no
sábado. No entanto, as primeiras análises dos veterinários da própria
fazenda descartaram essa hipótese, de acordo com o prefeito.
“O proprietário pediu a nossa ajuda e fomos até lá, como fazemos em
casos como este. É preciso maquinário grande para enterrar o animal
corretamente. Não sabermos a causa da morte então é preciso precaução,
evitar contaminação”, esclareceu o prefeito.
Intoxicação?
Em entrevista à reportagem na noite de ontem, o proprietário da
fazenda, que pediu sigilo da identidade, afirmou que os médicos
veterinários colheram sangue e partes do fígado e coração, para
encaminhar para análises laboratoriais. “Foi eu que vi os primeiros
animais mortos. Estamos fazendo análises do coração, fígado, ração para
saber o que é. Fica pronto entre 10 e 15 dias”.
“Não sabemos se foi uma ação criminosa ou motivo de doença. O
proprietário tem que saber a origem dessa intoxicação que levou a morte
dos animais. Os animais estavam andando e, de repente, começavam a ficar
com as pernas fracas e vinham a óbito. Parece envenenamento, mas há
doenças, principalmente intoxicação alimentar, que também causam óbito”,
salientou o prefeito sobre a cena que viu no domingo.
Procedimentos
Rodrigo Agostinho afirmou que o proprietário possui todos os selos de
inspeção de animal era mantido em confinamento para corte. “Foram
encaminhadas amostras de água, de alimento, de carne dos animais, de
sangue, para análise. As coletas foram feitas pelos veterinários,
entraram dentro do sistema de notificação compulsória do Ministério da
Agricultura e estão sendo acompanhadas por técnicos da Vigilância
Sanitária e Secretaria de Agricultura”. Por enquanto, o proprietário
isolou os animais restantes. Ele disse que não tinha calculado seu
prejuízo e que não possuía seguro dos animais. O caso foi registrado em
boletim de ocorrência ontem, na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de
Bauru.
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