Mercedes-Benz realiza segunda edição do Integrity Dialog no Brasil
A Mercedes-Benz do Brasil sediou no mês passado a segunda edição do Integrity Dialog
(Diálogo de Integridade, em português). Mais de 100 executivos da
Mercedes-Benz do Brasil, Daimler Latina e Banco Mercedes participaram do
evento, que contou com a participação de Philipp Schiemer – presidente
da Mercedes-Benz do Brasil – e Bernd Barth – presidente do Banco
Mercedes. A AMARRIBO Brasil e a Transparência Internacional estiveram
presentes participando como palestrantes convidados.
O Integrity Dialog faz parte dos treinamentos do Programa de Integridade e Compliance da Mercedes, voltado à ética e a transparência nos negócios. De acordo com Alexandre Bolz, gerente sênior de Compliance
para a América Latina da Mercedes-Benz, a iniciativa surgiu da
necessidade da empresa inserir discussões sobre ética em seu programa. O
evento objetiva promover o diálogo sobre o tema e incentivar a
discussão de alternativas que orientem a tomada de decisão em situações
onde há um dilema.
“Como a integridade não é um valor objetivo, que se exterioriza de
forma igualitária entre todos, utilizamos os diálogos e discussões para
alinhar entendimentos básicos sobre o tema e gerar um entendimento comum
das regras adotadas pela empresa”, disse Bolz.
Jorge Sanchez, conselheiro da AMARRIBO Brasil, fez uma breve
apresentação sobre a Lei Anticorrupção, que responsabiliza e permite a
punição de empresas envolvidas em atos de corrupção contra a
administração pública nacional, e discutiu oscustos da corrupção para a
sociedade.
“A corrupção afeta negativamente a atividade econômica e a
competitividade do país como um todo. As empresas possuem um papel
fundamental na prevenção e combate desse mal. Dialogar sobre o tema e
debate-lo internamente, como faz a Mercedes neste evento, é
fundamental”, disse Sanchez.
Susan Côté-Freeman, gerente do Programa Setor Privado da Transparência
Internacional, organização que a AMARRIBO representa no país, falou
sobre o papel do setor privado. “Quando uma empresa, ou um representante
de uma empresa, concorda em pagar propina para um funcionário público
para ganhar um contrato ou licitação, por exemplo, essa ação tem um
custo para a sociedade, como um verdadeiro crime. Pagar propina não é
diferente de assaltar um banco ou uma loja”, disse.
Jorge Sanchez conselheiro da AMARRIBO Brasil - Foto: Mercedes Benz
A Transparência Internacional acredita que empresas e empresários
possuem a responsabilidade legal de agir dentro da lei, mas também
possuem a responsabilidade com a sociedade e com seus clientes de agir
de forma íntegra, honesta e transparente. “Há muitos lugares no mundo
onde a corrupção é parte da forma como os negócios são feitos. A
corrupção é um problema complexo que não pode ser resolvido de forma
isolada pelo governo, pelo setor privado ou pela sociedade civil. Cada
setor tem seu papel, mas devem atuar com o mesmo objetivo para deter a
corrupção. Negócios limpos não são bons somente para o setor privado,
são bons para toda a sociedade”, completou Susan.
Compliance
Para assegurar a integridade em todos os níveis, a Daimler, matriz da Mercedes, conta com um forte programa de Integridade e Compliance, que é implementado mundialmente, seguindo o mesmo padrão para todas as localidades. O Integrity Dialog
foi realizado em 28 países em 2012, e os resultados do diálogo foram
integrados ao Código de Integridade da empresa, publicado ao final do
mesmo ano, buscando criar um programa fiel a realidade corporativa da
Daimler.
De acordo com Bolz, para a empresa, compliance significa o
cumprimento de todas as leis aplicáveis ao negócio, de todas as regras e
obrigações, bem como das diretivas e processos internos pertinentes em
todas as atividades da empresa. Além das normas e dos treinamentos, a
empresa conta com um canal corporativo que permite a todos os
colaboradores se manifestarem ao notarem indícios de irregularidade em
seu local de trabalho e violações aos códigos de ética e integridade. O
Programa de Compliance da Mercedes ainda utiliza o Índice de
Percepção da Corrupção (IPC), divulgado anualmente pela Transparência
Internacional. Com base nele a empresa classifica os mercados mundiais
em alto, médio e baixo risco de corrupção.
“Compliance é tão importante quanto os produtos que produzimos.
Para nós, significa o cumprimento de forma sustentável das regras,
legislações e políticas. A mesma qualidade que queremos em nossos
produtos, devemos ter nos processos internos e externos, de forma a
assegurar que estamos fazendo negócios eticamente reconhecidos. Não
queremos nos orgulhar só daquilo que fazemos, como também de como
fazemos”, explica Bolz.
Para o CEO mundial da Daimler, Dieter Zetsche, “Compliance não é opcional, mas sim um componente integrante e permanente de nossa cultura corporativa”.
Susan Côté-Freeman, da Transparência Internacional e Jorge Sanchez. (Foto: Mercedes-Benz)
Durante o diálogo, além de debater diferentes pontos de vista sobre o
que é integridade, os participantes discutiram dilemas reais com os
quais podem se deparar no dia a dia da empresa e discutiram as posturas e
alternativas que devem ser buscadas. Os executivos que participam
sempre são incentivados a promoverem o mesmo debate em suas áreas de
trabalho, para comunicar e desenvolver um entendimento comum sobre o
tema em toda a empresa.
Para Bolz, “integridade é fazer a coisa certa, mesmo quando ninguém
está olhando. Integridade vai além do que a Daimler refere-se quando
falamos sobre compliance: significa não apenas obedecer às leis, mas também, pautar as ações pessoais de cada um em valores compartilhados”.
Susan ressaltou a importância da iniciativa da Mercedes, para ela
eventos internos como esse mantém sempre a discussão viva e reafirmam as
regras e valores da companhia. “A presença dos presidentes, CEO e de
outros executivos de alto nível, durante toda a manhã, discutindo o tema
e ouvindo seus funcionários, demonstra a importância que a empresa dá
para o assunto. Os depoimentos dos funcionários de diferentes níveis,
também mostraram que os valores éticos são muito bem disseminados
internamente”, concluiu Susan.
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