segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sem mão de obra, Santa Catarina importa haitianos


Milio Louicinol e Olson Pierre deixaram o Haiti para tentar nova vida no Brasil
Milio Louicinol e Olson Pierre deixaram o Haiti para tentar nova vida no Brasil - Mariana Pollara Zylberkan

O haitiano Olson Pierre, de 30 anos, tem dois diplomas de nível superior – psicologia e serviço social – e fala três línguas – francês, espanhol e inglês. Seu conterrâneo, Milio Louicinol, de 32 anos, tem uma carreira como engenheiro químico e já trabalhou em multinacionais. Há oito meses, eles decidiram trabalhar como operários da linha industrial de abate de suínos no frigorífico Aurora, na cidade de Chapecó, no oeste de Santa Catarina. O objetivo é tentar fugir da miséria que assola seu país desde o terremoto que matou 220.000 pessoas – o equivalente a uma Chapecó inteira – e deixou 1,5 milhão de desabrigados há quatro anos. Louicinol trabalha oito horas por dia em uma câmara frigorífica em temperaturas negativas. Desacostumado ao frio, ele diz ter sofrido com dores de cabeça diárias quando chegou, mas não desistiu. Nos últimos meses, conseguiu poupar boa parte do salário de 1.500 reais e agora pretende trazer a noiva que vive no Haiti para o Brasil, como fez o colega Pierre, que vai se casar até o final do ano. Pierre e Louicinol fazem parte de um grupo de 800 haitianos que chegaram a Santa Catarina no ano passado atraídos pela oferta de trabalho, segundo dados da Polícia Federal.

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