Milio Louicinol e Olson Pierre deixaram o Haiti para tentar nova vida no Brasil - Mariana Pollara Zylberkan
O haitiano Olson Pierre, de 30 anos, tem dois diplomas de nível
superior – psicologia e serviço social – e fala três línguas – francês,
espanhol e inglês. Seu conterrâneo, Milio Louicinol, de 32 anos, tem uma
carreira como engenheiro químico e já trabalhou em multinacionais. Há
oito meses, eles decidiram trabalhar como operários da linha industrial
de abate de suínos no frigorífico Aurora, na cidade de Chapecó, no oeste
de Santa Catarina. O objetivo é tentar fugir da miséria que assola seu
país desde o terremoto que matou 220.000 pessoas – o equivalente a uma
Chapecó inteira – e deixou 1,5 milhão de desabrigados há quatro anos.
Louicinol trabalha oito horas por dia em uma câmara frigorífica em
temperaturas negativas. Desacostumado ao frio, ele diz ter sofrido com
dores de cabeça diárias quando chegou, mas não desistiu. Nos últimos
meses, conseguiu poupar boa parte do salário de 1.500 reais e agora
pretende trazer a noiva que vive no Haiti para o Brasil, como fez o
colega Pierre, que vai se casar até o final do ano. Pierre e Louicinol
fazem parte de um grupo de 800 haitianos que chegaram a Santa Catarina
no ano passado atraídos pela oferta de trabalho, segundo dados da
Polícia Federal.
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