terça-feira, 24 de setembro de 2013

A Praça é do Povo!!!

 Praça da Matriz - 1955

Este é um assunto que apesar de ter enorme interesse de toda a comunidade uma vez que se trata de uma praça, porém não deixa de ser um tanto quanto delicado em face de alguns aspectos que poderão ir de encontro com interesses da Mitra Diocesana de São Carlos, proprietária do espaço em frente à Matriz. Trata-se apenas de um comentário, uma opinião.

Antes de mais nada, não vamos misturar religiosidade e religião com o meu comentário. Nada a ver! É bom que fique registrado que sou católico!
 Ondas formam o mosaico no piso com as pedras portuguesas

 
É sabido que a Praça da Matriz está em péssimas condições, desde os jardins até o piso que no passado formava um belo mosaico com as tradicionais pedras portuguesas, hoje os remendos e os buracos saltam aos olhos.

É difícil  encontrar quem realmente faça um trabalho artesanal e com perfeição  com esse tipo de pedra.  Quando as pedras são deslocadas por algum motivo, a reconstrução não fica perfeita. Remendo é sempre remendo e ele aparece de forma clara.
Remendos no piso 

A calçada portuguesa, tal como o nome indica, é originária de Portugal, tendo surgido em meados do século XIX. Esta é amplamente utilizada no calcetamento das áreas pedonais, em parques, praças, pátios, etc. No Brasil, este foi um dos mais populares materiais utilizados pelo paisagismo do século XIX, devido à sua flexibilidade de montagem e de composição plástica. A sua aplicação pode ser apreciada em projectos como o do Largo de São Sebastião, construído em Manaus no ano de 1901 e que inspirou o famoso calçadão da Praia de Copacabana (uma obra de Roberto Burle Marx) ou nos espaços da antiga Avenida Central, ambos no Rio de Janeiro(Wikpedia)

Para piorar ainda mais, a construção permanente da "Barraca da Festa de Agosto" contribuiu e muito no aspecto "falta de beleza". Cá para nós, de bonito aquela obra não tem nada! No passado a barraca era montada e após o término das festividades era desmontada. Houve até um acidente grave onde o fogo destruiu toda a tenda montada.
 
A  estrutura é metálica cercada  com tela de arame destoando totalmente com a arquitetura do local.

É muito comum também, quando não há eventos no local, visualizarmos automóveis ali estacionados. É  praça ou estacionamento? 


O piso da barraca da festa foi substituído da tradicional pedra portuguesa por concreto armado.  Isso sem falar dos parques que chegam e se instalam destruindo ainda mais o piso existente sem a menor preocupação de como ficará após “baterem em retirada”. Sabemos que a praça é da Mitra, mas pecaram na utilização do espaço.                                                                   Praça São Benedito
 

Quem se arrisca a bater fotográfica da parte frontal da Matriz, acaba levando na imagem uma placa com os dizeres: Pipoca, amendoim e algodão doce. Placa essa afixada em um poste de concreto com direito a ligação de energia elétrica. Imaginaram se todos tiverem o mesmo direito?
Incêndio na barraca 

Não sei se alugado ou doado, o espaço serve também para a exposição de carros que são ofertados por empresas comerciais. Falta bom senso, falta mais carinho com o visual do local mais visitado pelos turistas. 
                             Visto do alto. Concreto no lugar das pedras portuguesas
Com relação às pedras portuguesas, o mesmo pecado foi cometido no passado por administradores que desprezaram o "mosaico" e em troca colocaram bloquetes de concreto. O fato ocorreu no Largo São Benedito.

Sabemos do direito de propriedade do local pela igreja católica, não estamos discutindo esse direito, porém  como diz a letra de uma música famosa: "A Praça é do Povo", mesmo estando sob a guarda da Mitra.  Agora é só aguardar as "bordoadas" pelo meu comentário".
Ronco

Fotos arquivo: Jornal Agosto

9 comentários:

Juliana disse...

Parabéns pela matéria Ronco...faço minhas as sua palavras!!!!

Unknown disse...

Perfeito no comentário Ronco! O espaço está sendo mal utilizado e mal cuidado...

Vitória disse...

Concordo com o Senhor, pois quando eu ainda era pequena, a Praça da Matriz era um lugar que se podia brincar, tirar fotos bonitas e dar uma volta com a família. A geração dos meus avós, por exemplo é muito mais preocupada em manter as tradições, a cultura e a história, do que as pessoas de hoje em dia. Um exemplo do que falei é a construção da barraca na Praça, a qual teve que destruir um lindo mosaico de pedras portuguesas para ser colocado concreto no lugar, tudo isso para ser usado poucas vezes ao ano.

juninho disse...

Parabéns!!

Ana Maria disse...

Valeu Ronco! É o que muita gente tem vontade de falar e não tem coragem. Parabéns pela colocação.

Paulinho disse...

Objetivo, verdadeiro e sincero. Só isso!

Elvio disse...

Muito bem elaborada e oportuna sua matéria; separando bem as coisas e focando no que realmente interessa.
A praça da Matriz é uma das piores de toda nossa região. Poderia ser nosso cartão postal, associado ao morro, trazendo beleza para o centro da cidade e despertando o interesse de quem nos visita.
Há anos que os canteiros parecem um pasto, nenhuma planta, flores ...nada; "plantaram" uma quantidade absurda de bancos, sem lógica nenhuma; o piso está destruído, deteriorado e abandonado; e a jóia da coroa é a eterna e permanente barraca!!!!!!
E para completar, lota-se de carros o que deveria ser espaço de pedestres!!!
Como pode alguém planejar, permitir e autorizar tamanho descaso?
Acho que há muito tempo as festas
que ocorrem no centro da cidade deveriam ser transferidas para o recinto. Lá sim, há espaço para barracas, shows, parque, estacionamento. Lá sim, já foi investido um bom dinheiro em estrutura e está ocioso, abrigando apenas alguns eventos de motocross.
O centro de nossa cidade precisa ser pensado para abrigar um belo comércio, com opções de alimentação, sobremesas e petiscos. Precisamos reunir pessoas em um ambiente agradável, silencioso, confortável.
Algo urgente precisa ser feito, aproveitando-se a futura reforma anunciada para a praça de baixo.
Vamos pensar em um "pacote" de melhorias, bons projetos, modernidade.
Vamos abandonar essa cultura de atraso que instalou-se em nossa cidade. Ninguém está satisfeito com a situação que estamos vivendo.

Joaquim Carlos Alves Costa disse...

Não podemos nos esquecer das lanchonetes que se instalaram nas praças públicas de Ribeirão Bonito e Guarapiranga.
Como conseguiram a concessão?

Thiago disse...

a verdade é que a tal da "barraca da festa" está mais com cara de galinheiro ou uma estufa, com aquelas telas horríveis.