O vereador Ronaldo Napeloso renunciou ao cargo na tarde desta
sexta-feira (16), durante uma coletiva de imprensa em Araraquara (SP).
Investigações da Polícia Federal apontam que ele teve enriquecimento
ilícito por suspostos desvios e comandou um esquema de recebimento de propina. O vereador ficou preso por 10 dias e solto na noite de quarta-feira
(14), após um habeas corpus concedido através de uma liminar do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Três coordenadores de secretarias
municipais e uma funcionária da Câmara também são suspeitos de
envolvimento.
O ex-vereador reuniu os jornalistas e leu uma carta anunciando a
decisão. Ele disse que quer dar liberdade à Justiça e à Câmara
Municipal. Com isso, ele perde o direito de legislar nesse mandato e só
pode voltar ao plenário caso seja novamente eleito em 2016.
Ele informou que ficará em Araraquara
e à disposição da Justiça, mas, por orientação jurídica e com a
justificativa do seu momento processual, se limitou a ler a carta e não
respondeu perguntas.
De acordo com Edson Luiz Silvestrin Filho, um dos advogados de
Napeloso, o ex-vereador preferiu não dar declarações para não
influenciar a Justiça diante do caso. Além disso, eles tiveram acesso
parcial ao processo. “Ele renunciou para se dedicar à defesa dele e para
que não digam que ele está influenciando nas investigações. Ele está
tranquilo, vai colaborar com a polícia e provar a inocência dele”,
afirmou.
A defesa agora vai tentar derrubar a medida que impede a presença dele a
uma distância mínima de 100 metros de qualquer prédio público
municipal. Além disso, também será pedida uma perícia contábil para
contestar a alegação da Polícia Federal e do Ministério Público de que o
agora, ex-parlamentar, teve ganhos muito acima do previsto para sua
função.
O processo envolvendo Napeloso segue em segredo de Justiça. Por
enquanto, o advogado dele e dos outros suspeitos ainda não se falaram,
mas, segundo Mário de Oliveira Filho, que também representa o
ex-vereador, isso deve ser em breve.
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