GLOBO REPÓRTER
Qualidade de vida em
Trabiju é destaque nacional na TV
Foto: Ronco
O
conto de fadas da vida real está no município paulista de Trabiju, cidade de 1,3
mil habitantes, onde a agenda telefônica cabe na memória da telefonista da
prefeitura. Suzana Ribeiro de Souza conta que guarda na cabeça os números de 156
telefones.
A vida em Trabiju tem um ritmo diferente. Seu Jorge abandonou a
carreira de ferroviário na capital para limpar as ruas de Trabiju. “Eu adoro
essa cidade, de verdade, melhor do que São Paulo, que tem trânsito, muita
população, muita fumaça e muito barulho também. Aqui nós estamos no céu”, diz o
funcionário público Jorge Henrique da Silva.
Como a maioria, ele ganha
salário mínimo, o suficiente para realizar o maior dos sonhos, a casa,
financiada em 25 anos. Sobra dinheiro para pagar a prestação, luz, água. “Graças
a Deus. É chique dez”, conta.
Dona Cida está de volta à cidade após viver
mais de 20 anos em São Paulo. Hoje, serve cafezinho, mas já teve vida de madame.
“Eu tinha tudo o que eu queria: meus filhos estudando nas melhores escolas, eu
com duas empregadas em casa”, relembra a funcionária pública Maria Aparecida
Colim.
Após a falência da empresa e a morte do marido, ela decidiu
reconstruir a vida em Trabiju junto com os dois filhos. ”Eu precisava de uma
escola boa perto da minha casa, porque eu não tinha condução nem dinheiro para
levar meus filhos em escola nenhuma. Tinha posto de saúde onde eu poderia levar
meus filhos... Tudo no lugar”, afirma Cida.
A cidade é tão tranquila que a
porta fica aberta à noite. “Durmo com porta aberta, durmo com janela aberta. Se
virem uma matéria dessa, vou ter que começar a fechar a porta”, brinca.
Como
não tem carro, dona Cida vai a pé ao supermercado. Mas em Trabiju nada é longe.
A curiosidade é que ela também vai sem carteira. Como ela paga a conta? Na
confiança.
“Sempre no quinto dia útil de cada mês eu pago a minha conta”, diz
ela. O dono do mercado conta que mais de 80 clientes só pagam no fim do mês. “A
gente tem aquela confiança um com o outro. Eu confio neles e eles confiam em
mim”, aponta o empresário Pedro Opini.
A compra só não pode ser feita na hora
do almoço, quando o mercado e todo o comércio fecham as portas para a sesta. As
cinco indústrias do agronegócio também respeitam o intervalo. Na fabrica de
ração, Reginaldo Aparecido Servidone faz o que muita gente da cidade grande não
pode: a refeição em casa com a família. “É um privilégio, porque lá os caras não
têm como almoçar em casa assim, saem tarde, chegam tarde em casa. É muito
trânsito, cidade grande é muito corrido, não dá nem tempo”, avalia o
carregador.
Nas cidades do interior, a correria é outra. Sem o trânsito dos
grandes centros sobra mais tempo para respirar o ar puro, cuidar da saúde e da
família. Enfim, buscar a tão sonhada qualidade de vida, que caminha junto com o
progresso.
Nesse pedaço do Brasil, o tempo é aproveitado jogando conversa
fora com os vizinhos ou novos amigos. Seu Zé Luis morou em Curitiba, mas foi
buscar a felicidade no banquinho de Trabiju. “À tardezinha, o banco vem para
fora, o pessoal se reúne e bate papo”, compara o militar aposentado José Luis
Possato.
Para sobrevivência, o fundo do quintal virou um sítio. Mais uma
história do interior com final feliz. “Hoje eu posso dizer que estou feliz
quanto a isso”, comemora seu Zé Luis.
(Texto publicado no site do
Globo Repórter)
2 comentários:
Que maravilha o serviço de jardinagem feito em Trabiju.
Quem executa esse serviço o faz com muito amor, carinho e competência.
Deve estar muito orgulhoso pelo bom serviço que faz e que é motivo de aplausos de todos nós.
Oarabens.
Fredrico A. Verona
Moro a 10 anos em Ubatuba,mas morei boa parte da minha vida em Dourado.Antigamente mesmo estilo de vida..de calamaria como a cidade de Trabiju.No dia da reportagem,fiz questão de assisti-la inteirinha,para assim matar a saudade que sinto da minha tbem Linda cidade Dourado.
Parabéns a cidade de Trabiju.
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