Laura Capriglione
Diz-se que, assistidos por profissionais de saúde, os feridos serão mais
bem atendidos -como se os PMs não aprendessem primeiros socorros na
academia- e que, assim, se garantirá a preservação dos locais de crime
para a realização de perícia e investigações.
Viu-se na TV em novembro do ano passado a cena chocante do sujeito vivo e
sacudido que apareceu morto logo depois de topar com PMs num bairro
pobre da capital. O governador Alckmin reconheceu que "houve execução de
preso por parte de policial militar".
Em 2012, foram ao menos 24 chacinas (80 mortos) na Grande São Paulo, só
uma esclarecida. E 2013 começou mal, com sete homens assassinados por um
grupo de mascarados. Testemunhas dizem que os matadores anunciaram-se
gritando "Polícia!".
Apenas policiais estão proibidos de socorrer. Eu posso. Você, leitor,
pode. O dono da padaria pode. Mas, na periferia profunda da cidade,
muitas vezes é apenas a PM que está lá para ajudar. E ela, agora, não
pode mais. A mensagem que o governo dá é clara: a tropa está sob
suspeita. Entrar em um carro da PM, sei lá... quem tem juízo não deveria
fazê-lo.
Tem razão o deputado Olímpio Gomes (PDT), major da reserva da PM, ao
dizer que, em vez de apertar os controles sobre a polícia, punindo os
maus soldados, monitorando por áudio e vídeo a conduta deles (a
tecnologia já permite inclusive acoplar uma microcâmera à boina do
policial), o secretário optou por lançar a sombra da sus-peita sobre
toda a corporação. A população perde. Mas, convenhamos, se é ele quem
desconfia, quem sou eu para confiar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário