A arte de administrar em conjunto: Executivo e Legislativo

Editorial
Sergio Ronco

Ano novo, vida nova! Novas eleições, novos administradores! Cada qual com sua forma de gestão, porém para os novatos, a preocupação é sempre maior e, nesse aspecto, não vejo que seja de todo  ruim.

Àqueles que vêm da iniciativa privada estranham a morosidade do setor público, que é o caso do prefeito de Ribeirão Bonito Wilson Forte Junior, o Nenê Forte que passou boa parte de sua vida trabalhando em instituição financeira.

A tendência do Nenê, é a de sentir as dificuldades do cargo público comparado com o privado. No privado a agilidade na solução do problema é vital. Os CEOS, são treinados para assumirem posições rápidas para não colocarem a empresa em risco. Mostram a direção a seguir e lideram o grupo de trabalho. A falta de  rapidez no setor público é um dos grandes entraves para os chefes de Executivo.  Aos poucos vão se acostumando com esse ritmo.

 Wilson Forte Junior

O trabalho desenvolvido pelo Conselho de Administração de grandes empresas privadas, têm muito em comum com o trabalho das Câmaras de Vereadores do setor público, que também tem  papel importante. 

Na troca de gestores do setor público há muita política que muitas vezes geram situações desagradáveis e nem sempre favoráveis ao desenvolvimento da cidade. É difícil a tarefa de "juntar" todos para o bem comum. Sempre haverá rusgas, e quem perde com isso,  é a própria cidade e população

Tenho visto muitas matérias, por exemplo, de prefeitos eleitos recentemente se queixando de que o “maquinário” herdado do antecessor está totalmente sucateado.

Nesse aspecto há que ter uma visão realista da situação antes de “meter os pés pelas mãos”.

 Garagem da Prefeitua

Seria ótimo que o prefeito que está saindo deixasse máquinas e conduções zero km. 

Pergunto: quem faz isso? Quem gasta dinheiro em final de mandato para renovar a frota? Por outro lado, máquinas , automóveis, tratores, ônibus, necessitam de constante manutenção. Salvo pouquíssimas exceções, os prefeitos irão gastar e muito com máquinas e a frota em geral. Nenê Forte como tantos outros irão gastar bons recursos para essa finalidade.

Nunca é demais lembrar que no primeiro mandato de Rubens Gayoso Junior, o maquinário foi apresentado à população em rua pública. Nem por isso deixou de equipar novamente o páteo da prefeitura com novas máquinas.

Acho mais importante que deixar frota em perfeito estado, é ter deixado as finanças equilibradas, sem dívidas para o eleito, mesmo porque a Lei de Responsabilidade Fiscal pune os infratores.

Ainda no caso de Ribeirão Bonito, mais importante é procurar entender a tal reforma administrativa. Para que veio e o que trará de resultados positivos. Sabe-se, por exemplo, que existe um travamento quanto a certos cargos públicos que só poderão ser preenchidos por profissionais que tenham curso superior, cada qual na sua especialidade. 

 A bem da verdade, vários desses cargos são preenchidos por profissionais que apesar da experiência, não cursaram o nível superior. Eu pergunto: é um avanço ou um problema? Os salários que serão oferecidos para os profissionais “formados” atenderão ao que se paga pelo mercado? Será fácil a contratação desses profissionais formados?

 Vereadores eleitos

Essa questão apesar de ter passado pelo crivo da Câmara no final do ano, ainda carece de discussão pelo próprio Legislativo. Pode ser alterado o texto? Os vereadores atuais podem fazer adaptações, e eles(vereadores) querem? Quanto ao Executivo, com certeza espera que os representantes do povo entendam o problema e realize as adequações necessárias.

Esse e outros assuntos de interesse dos envolvidos diretamente e também da população, irão ter início em breve. O que se espera do Executivo e Legislativo é um trabalho conjunto de união de forças que possa contemplar aos anseios da população, sem o jogo politiqueiro que acaba atrapalhando o desenvolvimento da cidade, pois essa é a arte de administrar em conjunto: Executivo e Legislativo.