MATHEUS LEITÃO
LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto decidiu neste sábado demitir ou afastar todos os
servidores envolvidos na Operação Porto Seguro, entre eles a chefe de
gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha.
Operação da PF aponta que ex-senador comprou parecer para ficar em ilha
PF faz busca e apreensão no escritório da Presidência em SP e na AGU
PF desarticula organização criminosa infiltrada em órgãos federais
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A decisão foi tomada nesta manhã em reunião no Palácio do Alvorada.
Em nota, o governo anunciou que "todos os servidores indiciados na
Operação Porto Seguro da Polícia Federal serão afastados ou exonerados
de suas funções".
Rosemary Noronha será demitida do cargo. Ela foi indiciada pela
Polícia Federal por suspeita de envolvimento numa organização criminosa
infiltrada no governo para obtenção de pareceres técnicos fraudulentos.
Logo após a decisão do governo de afastar Rosemary, ela mesmo encaminhou uma carta pedindo para deixar o cargo.
Outro que será exonerado é José Weber Holanda, braço direito do
ministro Luís Inácio Adams na AGU (Advocacia-Geral da União). Holanda
faria parte do esquema e foi alvo de apreensão de documentos por parte
da PF na sexta-feira.
Fabio Guinalz/AgNews | |||
Rosemary de Noronha em festa do programa "Superpop", da RedeTV!, em 2010 |
Segundo a PF, Rosemary é suspeita de corrupção, tráfico de
influência e falsidade ideológica. Na sexta-feira, a PF apreendeu
documentos e copiou arquivos eletrônicos do escritório da Presidência
em São Paulo, onde ela trabalha. A servidora teria exigido vantagens
financeiras em troca de ajudar o esquema dentro do governo.
Os pedidos eram feitos a empresários pelos dois irmãos envolvidos no
esquema, Paulo e Rubens Vieira, indicados por ela para cargos no
governo. O primeiro é diretor da ANA (Agência Nacional de águas) e o
segundo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Os dois também
serão afastados.
Rosemary começou a trabalhar no governo federal em fevereiro de
2003, como assessora especial do gabinete regional. Em 2005, passou a
chefe do escritório da Presidência em São Paulo.
O esquema foi informado à PF por um ex-funcionário do TCU, que
alegou ter sido procurado por um advogado para emitir pareceres
técnicos favoráveis a uma empresa em troca de R$ 300 mil.
Após receber R$ 100 mil, o delator teria se arrependido e prestou
depoimento à PF em São Paulo, em março de 2011, quando começaram as
apurações.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência:
"Por determinação do governo, todos os servidores indiciados na
Operação Porto Seguro da Polícia Federal serão afastados ou exonerados
de suas funções. Todos os órgãos citados no inquérito deverão abrir
processo de sindicância.
No que se refere aos diretores das Agências, foi determinado o afastamento, com abertura do processo disciplinar respectivo.
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República"
3 comentários:
Em todo esse enredo, aplausos para a independência da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. Que continuem revelando ao país quem é quem, "duela a quem duela".
Ronco,
apesar dos esforços de entidades como a Amarribo, a corrupção no Brasil só está aumentando.
Creio que a solução é outra.
Décio
A Solução está na educação. Educação para a vida, aquela que vem do berço.
A formação da personalidade se dá até aos oito anos de idade. Quem não receber os valores referentes a dignidade, respeito, cidadania e amor ao próximo, até essa idade, dificilmente será alguém exemplar.
A certeza da impunidade indus a que isso aconteça.
Frederico A. Verona
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