segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dourado, as esperanças se renovam...



 Dourado - vista aérea - foto Ronco

A eleição em Dourado foi marcada pela esperança da população em mudar os rumos da política local. Para muitos a cidade ficou estagnada nos últimos oito anos, outros acham que os quatro primeiros anos da atual administração tiveram desempenho melhor que a segunda gestão, tendo a frente do Executivo, Edmur Buzzá. 

Buzzá foi eleito prefeito de Dourado em seu primeiro mandato em 2004 com 37,49% dos votos válidos derrotando o então candidato João Fantim que ficou em segundo lugar com 34%. Ironicamente, Fantim veio a ser o vice no segundo mandato.

Havia uma expectativa muito grande por parte dos eleitores, na capacidade administrativa de Edmur Buzzá. O vice à época foi o empresário Gino Torrezan, que traria a sua experiência como gestor da iniciativa privada. O plano de governo apresentado pela dupla em 2004 empolgou o eleitorado elegendo-os para administrar a cidade.

É notório que as pequenas cidades do interior, na sua maioria, sofrem com falta de emprego, Em Dourado passou a ser preocupante, pois a cana de açúcar passou a ser o carro chefe na agricultura, quase que baseados na monocultura. Havia a promessa de empregos, o que na realidade não acabou acontecendo.

Ainda assim, a avaliação do primeiro mandato de Buzzá foi positiva, tanto que se reelegeu em 2008, com 58,16% dos votos válidos derrotando uma importante liderança na cidade, Dr. Ídio Carli.

Veio a segunda gestão. Um verdadeiro desastre administrativo. Dourado literalmente estagnou. Emprego? Nada novamente! Obras iniciadas e paralisadas, a área da saúde muito aquém das necessidades da população. A Santa Casa, para piorar, fechou as suas portas com dívidas enormes, sem muito apoio da prefeitura, comparado a ajuda que são efetivas por  outras cidades vizinhas.

A tão aguardada obra de recuperação da avenida da Saudade, foi muito criticada e mal avaliada.

 A Câmara nunca sinalizou como adversária do prefeito e nem mesmo mostrou aptidão para exercer o seu papel principal, o de fiscalizador. Perto das eleições esboçou alguma reação com início de descontentamento por denúncias de irregularidades, instalando comissão especial de inquérito. O desfecho foi o arquivamento do processo.

 Até mesmo a segurança pública ficou em cheque na cidade. Assaltos a caixas eletrônicos, três deles, deixaram a população apavorada.

Claro que nesse quesito, o Estado é o maior culpado, mas acabou por desgastar ainda mais a imagem administrativa dos atuais governantes.

Uma reunião organizada pelo Blog do Ronco colocou mais de 200 pessoas no salão paroquial, para discutir a segurança na cidade, com a presença de autoridades policiais, a maioria dos vereadores, secretários de governo e a presença do prefeito Buzzá e de seu vice Fantim.

Lá, a população teve direito a opinar. Alguns momentos tensos marcaram a reunião, com cobranças firmes. Duas principais reivindicações foram realizadas. O convênio entre prefeitura e PM, para que os policiais pudessem agir com multas à infrações de trânsito e até mesmo em desrespeito às normas legais da “Lei do Silêncio”, que faz referência a diversas leis federeais, estaduais ou municipais que estabelecem restrições objetivas para a geração de ruídos durante dia e noite, em especial no caso de bares, casas noturnas e condutores de veículos que abusam do som em rádios e toca CDs.

Outro convênio sugerido durante reunião foi a Operação Delegada, colocando policiais em folga às ruas, com provado sucesso em algumas cidades, incluindo São Paulo.

Por motivos inexplicáveis, o convênio com a PM não aconteceu até o momento. Quanto à Operação Delegada, Buzzá sempre se mostrou contrário. Até mesmo a formação de uma guarda municipal.

Cargos importantes de confiança foram trazidos de fora da cidade, o que desagradou ainda mais uma parcela dos douradenses. As reclamações eram muitas e de diversas naturezas.

Apesar de pequena a cidade, pouco se viu o prefeito conversando com populares e com os empresários, mostrando-se avesso às idéias e até mesmo reclamações ou cumprimentos que porventura pudessem receber.

Nesse cenário, dois postulantes ligados à atual administração, Gino Torrezan e Sami Shibli, disputam o último pleito municipal. Apesar da informação de que Buzzá não apoiaria nenhum dos candidatos, para a população o simples fato da ligação com o atual governo  pesou negativamente nas urnas. Juninho Rogante foi eleito!

Jovem com novas idéias, com apoio de outras lideranças políticas e coligado com vários partidos, Juninho Rogante foi às ruas levar o seu recado. Rogante acabou conquistando a confiança da maioria dos eleitores de Dourado. Foi eleito com votação expressiva, conseguindo 828 votos à frente do segundo colocado Gino Torrezan.

A verdade é que Edmur Buzzá teve sua chance de mostrar à população do que é capaz. Tempo não lhe faltou, foram 8 anos. Avaliação maior sobre sua administração, fica por conta de cada morador da cidade. Agora é a vez de Juninho Rogante mostrar o que pode e o que é capaz de  fazer.

O que esperar do novo prefeito Juninho Rogante
As promessas no Plano do Governo distribuídas pela cidade por Rogante, levam a população novamente a sonhar com dias melhores para Dourado. O bem elaborado programa, cita as áreas mais importantes para o crescimento e desenvolvimento da cidade, passando por habitação, emprego e renda, saúde, educação, esporte e cultura e lazer.

As esperanças se renovam. Dourado precisa e deve se desenvolver rapidamente, pois estamos correndo atrás do prejuízo. É notório que na região, Dourado perdeu espaço. Nossos votos para que o novo administrador consiga realizar os seus projetos colocando a cidade de volta na dianteira.

Não podemos deixar de cobrá-lo a total transparência com as contas públicas. Tenho dito reiteradas vezes, que prefeito que não abre as suas contas, está mal intencionado. O discurso do Juninho mostra exatamente o contrário, quer gerir a cidade com a população acompanhando tudo.

Só nos resta torcer para que a cidade seja um exemplo de administração.

O Blog do Ronco está tentando contato com o prefeito eleito Juninho Rogante para uma entrevista neste espaço.
Ronco

Um comentário:

arnaldo davoglio disse...

O povo precisa saber que o delegado de polícia, o juiz de direito, o promotor, o diretor de escola pública e, principalmente, o prefeito - por serem pagos com dinheiro público-, nada mais são que "seus empregados" e, ele povo, na qualidade de "patrão", deve fazer a cobrança nos moldes da lei.

Quando o patrão chega numa repartição pública, deve ser tratado, no minimo, com respeito...

Ser político não é profissão. É encargo. Encargo passageiro de quem se comprometeu a servir ao próximo; a representar a vontade popular; a colaborar para os destinos do país.