Dourado - vista aérea - foto Ronco
A eleição em Dourado foi marcada
pela esperança da população em mudar os rumos da política local. Para muitos a
cidade ficou estagnada nos últimos oito anos, outros acham que os quatro
primeiros anos da atual administração tiveram desempenho melhor que a segunda
gestão, tendo a frente do Executivo, Edmur Buzzá.
Buzzá foi eleito prefeito de
Dourado em seu primeiro mandato em 2004 com 37,49% dos votos válidos derrotando
o então candidato João Fantim que ficou em segundo lugar com 34%. Ironicamente,
Fantim veio a ser o vice no segundo mandato.
Havia uma expectativa muito
grande por parte dos eleitores, na capacidade administrativa de Edmur Buzzá. O
vice à época foi o empresário Gino Torrezan, que traria a sua experiência como
gestor da iniciativa privada. O plano de governo apresentado pela dupla em 2004
empolgou o eleitorado elegendo-os para administrar a cidade.
É notório que as pequenas cidades
do interior, na sua maioria, sofrem com falta de emprego, Em Dourado passou a
ser preocupante, pois a cana de açúcar passou a ser o carro chefe na
agricultura, quase que baseados na monocultura. Havia a promessa de empregos, o
que na realidade não acabou acontecendo.
Ainda assim, a avaliação do
primeiro mandato de Buzzá foi positiva, tanto que se reelegeu em 2008, com 58,16%
dos votos válidos derrotando uma importante liderança na cidade, Dr. Ídio
Carli.
Veio a segunda gestão. Um
verdadeiro desastre administrativo. Dourado literalmente estagnou. Emprego?
Nada novamente! Obras iniciadas e paralisadas, a área da saúde muito aquém das
necessidades da população. A Santa Casa, para piorar, fechou as suas portas com
dívidas enormes, sem muito apoio da prefeitura, comparado a ajuda que são
efetivas por outras cidades vizinhas.
A tão aguardada obra de
recuperação da avenida da Saudade, foi muito criticada e mal avaliada.
A Câmara nunca sinalizou como adversária do
prefeito e nem mesmo mostrou aptidão para exercer o seu papel principal, o de
fiscalizador. Perto das eleições esboçou alguma reação com início de
descontentamento por denúncias de irregularidades, instalando comissão especial
de inquérito. O desfecho foi o arquivamento do processo.
Até mesmo a segurança pública ficou em cheque
na cidade. Assaltos a caixas eletrônicos, três deles, deixaram a população
apavorada.
Claro que nesse quesito, o Estado
é o maior culpado, mas acabou por desgastar ainda mais a imagem administrativa
dos atuais governantes.
Uma reunião organizada pelo Blog
do Ronco colocou mais de 200 pessoas no salão paroquial, para discutir a
segurança na cidade, com a presença de autoridades policiais, a maioria dos
vereadores, secretários de governo e a presença do prefeito Buzzá e de seu vice
Fantim.
Outro convênio sugerido durante
reunião foi a Operação Delegada, colocando policiais em folga às ruas, com
provado sucesso em algumas cidades, incluindo São Paulo.
Por motivos inexplicáveis, o
convênio com a PM não aconteceu até o momento. Quanto à Operação Delegada,
Buzzá sempre se mostrou contrário. Até mesmo a formação de uma guarda
municipal.
Cargos importantes de confiança
foram trazidos de fora da cidade, o que desagradou ainda mais uma parcela dos
douradenses. As reclamações eram muitas e de diversas naturezas.
Apesar de pequena a cidade, pouco se viu o
prefeito conversando com populares e com os empresários, mostrando-se
avesso às idéias e até mesmo reclamações ou cumprimentos que porventura pudessem receber.
Nesse cenário, dois postulantes
ligados à atual administração, Gino Torrezan e Sami Shibli, disputam o último
pleito municipal. Apesar da informação de que Buzzá não apoiaria nenhum dos
candidatos, para a população o simples fato da ligação com o atual governo pesou negativamente nas urnas. Juninho Rogante foi eleito!
Jovem com novas idéias, com apoio
de outras lideranças políticas e coligado com vários partidos, Juninho Rogante
foi às ruas levar o seu recado. Rogante acabou conquistando a confiança da maioria
dos eleitores de Dourado. Foi eleito com votação expressiva, conseguindo 828
votos à frente do segundo colocado Gino Torrezan.
A verdade é que Edmur Buzzá teve
sua chance de mostrar à população do que é capaz. Tempo não lhe faltou, foram 8
anos. Avaliação maior sobre sua administração, fica por conta de cada morador
da cidade. Agora é a vez de Juninho Rogante mostrar o que pode e o que é capaz
de fazer.
O que esperar do novo prefeito Juninho Rogante
As promessas no Plano do Governo
distribuídas pela cidade por Rogante, levam a população novamente a sonhar com
dias melhores para Dourado. O bem elaborado programa, cita as áreas mais
importantes para o crescimento e desenvolvimento da cidade, passando por
habitação, emprego e renda, saúde, educação, esporte e cultura e lazer.
As esperanças se renovam. Dourado
precisa e deve se desenvolver rapidamente, pois estamos correndo atrás do
prejuízo. É notório que na região, Dourado perdeu espaço. Nossos votos para que
o novo administrador consiga realizar os seus projetos colocando a cidade de
volta na dianteira.
Não podemos deixar de cobrá-lo a
total transparência com as contas públicas. Tenho dito reiteradas vezes, que
prefeito que não abre as suas contas, está mal intencionado. O discurso do
Juninho mostra exatamente o contrário, quer gerir a cidade com a população
acompanhando tudo.
Só nos resta torcer para que a
cidade seja um exemplo de administração.
O Blog do Ronco está tentando
contato com o prefeito eleito Juninho Rogante para uma entrevista neste espaço.
Ronco
Ronco
Um comentário:
O povo precisa saber que o delegado de polícia, o juiz de direito, o promotor, o diretor de escola pública e, principalmente, o prefeito - por serem pagos com dinheiro público-, nada mais são que "seus empregados" e, ele povo, na qualidade de "patrão", deve fazer a cobrança nos moldes da lei.
Quando o patrão chega numa repartição pública, deve ser tratado, no minimo, com respeito...
Ser político não é profissão. É encargo. Encargo passageiro de quem se comprometeu a servir ao próximo; a representar a vontade popular; a colaborar para os destinos do país.
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