Nunca a Corrupção foi tão comentada como nas últimas semanas, por conta da
matéria espetacular da Rede Globo em seu programa Fantástico do domingo (18).
Não que não soubéssemos que ocorria o que foi mostrado, porém com uma câmera
escondida o cidadão teve acesso às cenas inescrupulosas dos bastidores das
negociatas que ocorrem em órgãos públicos.
O uso da câmara escondida no jornalismo investigativo é fundamental quando
há prejuízos ao erário e à população. É claro que tem que ser usada com muito
critério e por profissionais que detém o domínio dessa prática. O que a
Globo mostrou a todos os brasileiros foi um serviço de alta qualidade.
O governo federal já se mexeu, a CGU - Controladoria Geral da União já está
tomando as devidas providências, inclusive com um comunicado em seu site.
A imprensa não pode deixar cair no esquecimento o que foi veiculado em horário nobre da tv. Temos obrigação de continuar esse trabalho de mostrar a cara dos corruptos. É preciso que o brasileiro junte-se aos movimentos de combate à corrupção.
Um comentário:
Antes de aplaudirmos a Rede Globo, sugiro uma leitura e uma reflexão na reportagem http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/questionamentos-sobre-a-reportagem-do-fantastico
Enviado por luisnassif, qua, 28/03/2012 - 12:10
Já dá pra ter uma ideia dos questionamentos, logo no incio da matéria:
"Boa parte dos brasileiros sabe perfeitamente que as Organizações Globo não pregam prego sem estopa. A recente reportagem apresentada no Fantástico sobre as denúncias de corrupção de quatro empresas flagradas oferecendo propinas para ganhar contratos em um núcleo do hospital da UFRJ, o Instituto Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, está sendo apresentada como grande exemplo de jornalismo.
Mas um fato não está sendo levado em conta, chama a atenção e deve ser melhor analisado. O repórter da TV Globo foi acionado e autorizado para se apresentar como funcionário público do departamento de compras do núcleo do hospital que intermediaria o negócio lucrativo para as empresas.
p>Pergunta-se por que o diretor do núcleo do hospital, Edimilson Migowski, convocou a TV Globo e não a Polícia Federal para dar o flagrante e prender os pilantras? Por que só agora houve a denúncia quando até os postes do Rio de Janeiro sabem que há maracutaias nos mais diversos setores.
Lépidas e faceiras
É legal um jornalista se passar por funcionário de um organismo público, como o núcleo do hospital da UFRJ? Ambiente desta natureza pode ser ocupado por alguém estranho aos quadros? O que dispõe o Estatuto do Funcionalismo sobre a questão? Pelo estatuto do funcionário público, o diretor Edimilson Migowski não cometeu uma irregularidade sujeita a sanção por ter convocado alguém fora dos quadros do núcleo ou do hospital para exercer a função que não lhe cabe?
Por que tanto interesse da TV Globo em fazer isso num núcleo de atendimento às crianças no hospital universitário, ou seja, na área de saúde, e não também em outros organismos públicos e ministérios onde a corrupção campeia e não chega a ser nenhum segredo? Por que, por exemplo, não foram procurar as construtoras que utilizam o mesmo mecanismo corruptor e com valores até mais altos?"
É bem interesante ir até o fim... e depois pensarmos se devemos, mesmo...ou não... apontar a Globo com exemplo de jornalismo.
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