Manter Lupi é um 'erro', diz representante da Transparência Internacional
Foto: Cadu GomesMárcio Falcão
de Brasília
Folha de São Paulo
O presidente da Amarribo Brasil, que representa a Transparência Internacional no país, Jorge Sanchez, classificou de "erro" a decisão da presidente Dilma Rousseff de manter o ministro Carlos Lupi (Trabalho) mesmo após a Comissão de Ética da Presidência ter recomendado sua exoneração.
Segundo Sanchez, a decisão vai ter "efetivamente prejuízo" na imagem do governo. Para ele, a permanência de Lupi descredencia o colegiado. O ministro está envolvido em suspeitas de irregularidades em convênios da pasta com entidades ligadas ao partido. A Folha também revelou que ele acumulou irregularmente dois cargos públicos por quase cinco anos."Isso abala [a imagem do governo].
Segurar um ministro que tem denúncias de corrupção só prejudica a imagem dela e do governo. Se não demitir, talvez a própria comissão se demita. Talvez exista essa possibilidade."Nesta semana, ONG Transparência Internacional divulgou ranking mostrando que, após três anos de ascensão, o Brasil se manteve estável no ranking que mede a percepção de corrupção nos países do mundo.
A nota atribuída ao Brasil pela ONG variou de 3,7, em 2010, para 3,8, numa escala que vai de 0 (muito corrupto) a 10 (nada corrupto).Sanchez disse que mesmo com esse índice a imagem do país no exterior tem melhorado com o governo Dilma. Ele apontou como um problema a demora da presidente em dar uma resposta a parte dos escândalos envolvendo ministros.
Desde o início de sua gestão, cinco ministros caíram por denúncias de irregularidades."A percepção dos estrangeiros é que, apesar da queda dos ministros, existe interesse boa vontade para investigar os casos de corrupção", afirmou. E completou: "Há um interesse em se colocar uma administração mais voltada ao profissionalismo, a ética moral ", afirmou.Ao analisar o ranking da Transparência, Sanchez apontou que o país precisa melhorar muito e cobrou ações também do Judiciário para acelerar a tramitação dos processos, o que implica na sensação de impunidade.Ele sugeriu medidas como a revisão do currículo escolar.
Outro avanço, segundo ele, são as marchas contra a corrupção, encabeçadas por movimentos jovens e sem ligação com partidos políticos.
Fonte: Folha de São Paulo
Fonte: Folha de São Paulo
Um comentário:
Tirem do governo os malandros e haverá menos interesse em criar ONGs para sugar dinheiro público. Limitem os convênios ministeriais e proíbam as emendinhas ao Orçamento. Com isso, uma porção de brechas será fechada.
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