Walter Casagrande Jr
Como sempre faço aos domingos, controle da TV em mãos “coringando” o que elas oferecem aos telespectadores. Parei no Faustão que apresentava um pouco da vida do ex- jogador de futebol e atual comentarista esportivo Walter Casagrande Jr.
Após a apresentação de alguns de seus maravilhosos gols, Faustão passou a questionar o Casagrande sobre os problemas que teve com o envolvimento com as drogas.
A partir daí, o que se viu foi um relato impressionante do ex-atleta. Eu já havia lido em uma entrevista a uma revista, o que o ex-futebolista passou dominado pelo uso de drogas, mas o relato na TV escancarou não só o problema vivido, mas também a coragem e a perseverança para lutar contra essa dependência química.
Como é ficar sem o glamour do futebol:
Como é ficar sem o glamour do futebol:
“A primeira impressão é o sossego, mas depois o cara começa a sentir falta de alguma coisa. Acho que isso acontece em qualquer profissão. É querer preencher um vazio com outra coisa. Aí surge a depressão. Foi o que aconteceu comigo, eu virei comentarista, mas sentia falta de alguma coisa, sentia um vazio, não conseguia.”
A internação em uma clínica de dependentes químicos foi a solução, pois de acordo com Casagrande, havia chegado ao fundo do poço. Um ano internado, sete meses sem qualquer contato com a família (três filhos, esposa, pai e mãe), e uma possibilidade de uma nova vida sem as drogas é o que se apresentou para quem pensou que fosse morrer.
Casagrande se emocionou com as palavras proferidas pelos amigos. Chorou e disse que cada dia sem a droga é uma vitória. Após o depoimento de dois de seus filhos que os apoiaram em toda a fase do processo terrível vivido por ele, veio o relato do terceiro filho, o mais novo, Symon de 18 anos. Para o jovem, o pai teria traído a sua confiança, pois sempre negou qualquer envolvimento com as drogas.
“Eu senti raiva e tristeza, porque ele fazia uma coisa que falava para a gente não fazer. Hoje eu não tenho mais um melhor amigo, mas ele tem como me reconquistar. Eu o sinto como meu melhor amigo dentro de mim, mas ele tem que me mostrar isso pessoalmente”,. disse Symon
“Eu senti raiva e tristeza, porque ele fazia uma coisa que falava para a gente não fazer. Hoje eu não tenho mais um melhor amigo, mas ele tem como me reconquistar. Eu o sinto como meu melhor amigo dentro de mim, mas ele tem que me mostrar isso pessoalmente”,. disse Symon
Eu não conheço o Casagrande pessoalmente, mas meu irmão Pedro Luiz Ronco o conhece bastante, e sempre disse se tratar de um tremendo bom caráter. Esse bom caráter caiu de quatro com o depoimento do filho. “Foi muito bom ter ouvido meu filho, não vou decepcioná-lo”, disse Casagrande.
Casão, como é carinhosamente conhecido, não conteve as lágrimas: “Se eu tenho vários objetivos na vida, agora eu tenho um maior ainda: reconquistar a amizade do meu filho”
João Blota
Convidei o João Blota para uma palestra em Ribeirão Bonito, para que pudesse passar aos presentes o drama vivido com o envolvimento com as drogas e como conseguiu se livrar delas.
O palestrante começou sua fala ressaltando que aquela era a palestra mais importante da sua vida, pois seu pai Geraldo Blota é um filho de Ribeirão Bonito e sempre fez questão de demonstrar o amor por sua cidade natal.
Blota deixou claro aos presentes que a falta de informação e curiosidade, além das influências das amizades, são fatores importantes na decisão para se experimentar drogas. A juventude se ilude pelo prazer e pelo glamour da droga e, para conseguir aprovação no grupo de amigos, se enturmarem, muitos jovens iniciam-se no mundo das drogas e se tornam viciados.
A experiência do João foi tão terrível que hoje se vê na obrigação de esclarecer as pessoas para que ninguém passe pelo que ele passou. “Mais que uma questão pessoal, o combate às drogas precisa ser enfrentado por todos como parte de sua ação cidadã”, disse Blota.
No auge do vício, João chegou a consumir 40 pedras de crack em um só dia. A internação em clínica especializada também foi a solução para Blota. O apoio de seu pai Geraldo Blota e de sua mãe Dagmar, foi fundamental para que o hoje bem sucedido empresário pudesse descartar de vez as drogas de sua vida.
São duas histórias com final feliz, mas infelizmente, isso nem sempre acontece.
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