Ativistas de organizações não governamentais (ONGs) de combate à corrupção de todas as regiões brasileiras estarão em Analândia/SP neste sábado (11/12). O objetivo é mobilizar e conscientizar a comunidade sobre a importância do controle e fiscalização social da Administração Pública e o direito do povo a um governo honesto, como formas de reduzir os acentuados níveis de corrupção que se observam na cidade e no país.
Analândia tem 4.289 habitantes e 4.860 eleitores (mais eleitores que habitantes) e ganhou o noticiário nacional depois que um vereador foi brutalmente assassinado por denunciar supostos casos de corrupção na Prefeitura local e outro vereador renunciou a presidência da Câmara Municipal e ao mandato temendo ser a próxima vítima.
A Caravana “Vamos a Analândia” mobilizou militantes do combate à corrupção das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. O objetivo é mobilizar e conscientizar a população de Analândia de que ela não está sozinha na luta contra a corrupção. Num ato simbólico, os manifestantes lavarão o passeio em frente à Prefeitura e à Câmara de Analândia. Também estão programas reuniões com autoridades e com a população.
Ao final do evento, os militantes da luta anticorrupção vão elaborar um documento, denominado “Carta de Analândia”, a ser enviado para autoridades estaduais e federais, inclusive Ministério Público, Governo do Estado, Judiciário, Assembleia Legislativa de São Paulo, Câmara dos Deputados e Senado Federal.
O clima de terror implantado na cidade contrasta com a propaganda oficial. O site da Prefeitura de Analândia menciona “113 anos de paz e muita tranquilidade”. Só neste ano a casa de Sônia Maria Dotta, ex-presidente da ONG Amigos Associados de Analândia (AMASA) foi apedrejada; atiraram ácido no carro da militante Antonia Sodelli Graber; ameaçaram de morte o secretário da ONG, Vanderlei Vivaldini Júnior; assassinaram o vereador Evaldo José Nalin (DEM), atearam fogo em propriedade rural do vereador Rodrigo Balerini (PMDB) e o vereador Leandro Santarpio (DEM) renunciou ao cargo e à presidência da Câmara Municipal, com medo de ser assassinado.
Com 113 anos de emancipação político-administrativa, Analândia, como a maioria dos pequenos municípios brasileiros, nunca recebeu uma fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU) ou do Tribunal de Contas da União (TCU). Apesar de irregularidades verificadas pela população, as contas do município sempre são aprovadas pelo Tribunal de Contas de São Paulo.
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