quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ONGs criticam respostas genéricas - Amarribo foi uma das participantes

Roldão Arruda  
O Estado de S.Paulo
Convidados pelo Estado para assistir ao debate de ontem, representantes de quatro organizações da sociedade civil criticaram a ausência da candidata do PT, Dilma Rousseff, e falta de objetividade dos três candidatos participantes na apresentação de propostas. As quatro entidades convidadas participaram do movimento pela aprovação da Lei da Ficha Limpa. 
 
"Eles falam de forma genérica, sem deixar claro o que é de fato possível fazer com os recursos e o tempo disponível. Deixam o eleitor sem elementos para poder cobrá-los no futuro", disse o advogado Jorge Sanchez(foto), presidente da Amigos Associados de Ribeirão Bonito (Amarribo), organização que congrega cerca de 200 entidades dedicadas à fiscalização de órgãos públicos do Executivo e do Legislativo.

"Perdem muito tempo falando do que fizeram, discutindo a corrupção de forma genérica, mas deixam de apresentar propostas objetivas para combatê-la", endossou Luciano Santos, que também é advogado, especialista em direito eleitoral, e diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
Logo na abertura do debate, quando foi confirmado que Dilma não participaria, as reações de desagrado foram unânimes. "O debate é um instrumento democrático. Ela pode ter razões do ponto de vista do marketing eleitoral, mas prejudica os eleitores, que ficam sem condições de avaliar suas propostas e compará-las com as de outros candidatos", afirmou Roberto Livianu(foto à direita), promotor de justiça e presidente do Movimento do Ministério Público Democrático.

A educadora Rosângela Torrezan Giembinsky,(foto à esquerda) vice-diretora do Movimento Voto Consciente, foi ainda mais taxativa: "Não faz sentido não participar. O debate é um momento autêntico, fora do mundo cor de rosa da propaganda eleitoral. É o que o cidadão mais quer ver."
Ao fim do debate, os quatro participantes manifestaram insatisfação com o desempenho geral dos candidatos. Embora tenham achado importante levantar o tema da violação de dados sigilosos da Receita Federal, criticaram o denuncismo e a falta de propostas objetivas para combater esse problema e, de maneira geral, a corrupção eleitoral. Uma das poucas intervenções elogiadas nesta área foi feita pela candidata do PV, Marina Silva.

"Ela conseguiu elevar um pouco o nível do debate quando começou a falar das providências que podem ser tomadas para combater a violação de dados e a corrupção, destacando sobretudo o seu compromisso com a transparência na administração pública", observou Rosângela.
"A transparência é fundamental e é bom ver quando algum candidato começa a assumir compromissos nessa área, embora não tenha feito isso de forma detalhada", completou o promotor Livianu. "O José Serra perdeu uma excelente oportunidade quando apresentaram esse assunto de bandeja para ele. Poderia ter apresentado propostas de proteção do patrimônio público, em vez de ficar insistindo na mesma denúncia de violação de dados sobre a qual tanto já se falou."
Fonte: Estadão

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