quinta-feira, 8 de abril de 2010

Crianças das escolas municipais de Bocaina têm sistema apostilado de Ensino

É o que relata matéria da Folha de S.Paulo, publicada no dia 3 de abril passado no caderno Ribeirão

A escolha da Prefeitura de Bocaina, ainda em 2005, pela adoção do sistema apostilado de Ensino do Grupo Positivo (Apreende Brasil) para as escolas da rede municipal de Ensino – mostrou-se e continua apontando a opção correta da administração do município. É o que aponta pesquisa do jornal Folha de S. Paulo – caderno regional Ribeirão Preto (matéria da edição do dia 3 de abril passado, caderno C, página 6). De 7.000 escolas particulares do Brasil do ensino fundamental e médio (das 21 mil existentes), 2.100 delas (isto é, 30%), a maioria, trabalham com o sistema apostilado do Grupo Positivo.

Em segundo lugar, vem o grupo Objetivo, com 917 escolas (13%); seguido de Pitágoras, 654 (9%); de Anglo, 600 (8%); de Dom Bosco, 585 (8%); Uno, 500 (7%); Maxi, 350 (5%); Ético, 334 (5%); COC, 302 (4%); FTD, 250 (4%); Pueri Domus, 125 (2%); CPV, 106 (1%); Lesde, 100 (1%); Opet, 76 (1%) e Poliedro (74 (1%), mostra a Folha de São Paulo.

“Nossas crianças estão tendo aprendizado igual à maioria dos alunos das escolas particulares do país, que adotam o mesmo sistema de Ensino Positivo”, comemora o prefeito de Bocaina, João Francisco Bertoncello Danieletto, o Kiko Danieletto (PV). De acordo com o diretor municipal de Ensino, João Batista Gabriel, a opção pelo sistema apostilado do Grupo Positivo, “foi baseado somente em critérios profissionais, técnicos e de conteúdo do Ensino deles”. “Pesquisamos vários sistemas apostilados e achamos melhor a do Positivo para nossas crianças e professores. A matéria da Folha de São Paulo nos aponta que acertamos”, completa Gabriel.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ribeirão Bonito tbm tem.

Meire Cavalcante disse...

Estava pesquisando sobre sistema apostilado e caí aqui. Gente, é preciso começar a discutir onde é que queremos chegar com as apostilas nos sistemas públicos de ensino. Isso é um perigo! Quem disse que o que se faz nas escolas particulares é o melhor? Quem disse que nossas escolas particulares têm bons resultados? Baseado em quê afirma-se que tudo o que é feito no sistema privado tem qualidade? Ao contrário. As particulares do Brasil beiram a mediocridade, no geral.

E como podemos, afinal, querer que nossas crianças e jovens sejam autônomos, emancipados intelectualmente e cidadãos proativos se os professores não precisam pensar pra planejar suas aulas (não têm autonomia) e eles próprios não têm espaço para criar (porque têm apostila pra preencher). Sistemas de ensino apostilado servem para treinar alunos para o vestibular. Mas, para a maioria dos jovens pobres, a universidade não é uma realidade. E o Enem traz, na contramão desse sistema de "treino", uma avaliação de outra natureza, bem diferente do vestibular.

Outra questão gravíssima que precisa ser levada em conta: os estudantes das escolas particulares não têm o futuro totalmente comprometido pelas tais apostilas porque, desde a infância, vivem no mundo letrado: seus pais são leitores e escritores competentes. Suas famílias fazem uso da língua escrita cotidianamente. Eles têm acesso a mais bens de consumo e culturais. Viajam, conversam com outros pares e adultos letrados... Tudo isso ameniza os possíveis prejuízos trazidos por uma educação limitadora e voltada ao treino. Mas e as crianças e os jovens pobres? Além da malfadada apostila e de professores que são sistematicamente estimulados a não pensar, o que mais esses estudantes têm? Muito pouco.

Por fim, um secretário de educação que "acha que acertou" porque um jornal que não entende nada de cobertura em educação escreveu algo é alguém que não tem noção do que está fazendo e não tem ideia de qual deveria ser o verdadeiro objetivo da educação.