sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Sem saudosismo, apenas a realidade que vivemos.


É preciso encarar os fatos: muitos municípios passaram por profundas transformações ao longo dos últimos 50 anos — e Ribeirão Bonito é um exemplo claro disso.

Diversas empresas, que em seu auge movimentavam a economia local, fecharam as portas ou se mudaram para outros centros. Podemos citar a fábrica de encerados Manaus (Manaus Agro Industrial), que chegou a empregar cerca de mil funcionários; a Cooperativa de Laticínios São Carlos, que recebia diariamente dezenas de litros de leite produzidos no próprio município; além das duas fábricas de farinha de mandioca — Passarelli e Godoy. A Indústria Torrezan fabricantes de rodas e carretas.

Tínhamos ainda a fábrica de borracha (Borrachas Búfalo), a indústria de caldeiras Domel, a empresa Cobrasp (especializada em perfuração de poços artesianos), e até mesmo uma fábrica de sucos que operou por um determinado período.

No setor de serviços, também houve perdas significativas: o fechamento do escritório da CPFL, a saída dos bancos Banespa (posteriormente incorporado), da Caixa Econômica Estadual, da Coletoria Estadual e, ao que tudo indica, do Bradesco, que também deixará o município.

A agricultura e a pecuária marcaram época com a diversificação de cultura e um número considerável do rebanho leiteiro e de corte.

Estima-se que, ao longo desses anos, mais de 2 mil vagas de trabalho foram perdidas — um número expressivo considerando a população de aproximadamente 12 mil habitantes.

Essa é a realidade que enfrentamos. Difícil imaginar um retorno aos tempos de prosperidade do passado — e mais importante do que alimentar o saudosismo é reconhecer esse cenário e refletir sobre novos caminhos para o futuro.

Ronco

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Fazenda Santa Eliza de Ribeirão Bonito e sua história de sucesso

 História da Fazenda Santa Eliza

A Fazenda Santa Eliza, localizada no coração geográfico do Estado de São Paulo, carrega uma trajetória marcada pela inovação e excelência no setor agropecuário. Desde as décadas de 1970 e 1980, suas terras férteis foram palco de importantes avanços na agricultura e pecuária brasileiras.

Entre as culturas que prosperaram na fazenda, destacam-se o algodão, o milho e as pastagens. O algodão, em especial, ganhou notoriedade: a Santa Eliza foi uma das pioneiras no uso de colheitadeiras desenvolvidas dentro da própria propriedade. A qualidade da fibra colhida era tão elevada que atraía a atenção da indústria têxtil, tornando-se um produto altamente valorizado.

Na pecuária leiteira, a fazenda alcançou números impressionantes para a época, com produção superior a mil litros de leite tipo A e B (classificação vigente à época). A sala de ordenha, equipada com tecnologia de ponta, permitia a ordenha simultânea de 16 vacas das raças Holandesa e Jersey. O leite era retirado por um sistema de sucção conectado a um encanamento de vidro, conhecido como "espinha de peixe", e direcionado a tanques de inox resfriados, prontos para o transporte até o laticínio. Um marco simbólico: essa moderna sala de ordenha foi inaugurada pelo então Ministro da Agricultura, Delfim Netto.

A Santa Eliza também se destacou na suinocultura. Com matrizes das raças Large White e Landrace, vindas do Rio Grande do Sul, e um reprodutor Duroc de excelência, a fazenda abasteceu por muitos anos os municípios vizinhos de Dourado e Ribeirão Bonito com carne de alta qualidade. Essa combinação genética era considerada o que havia de melhor para a produção de carne suína de consumo.

Na avicultura, a produção também era expressiva: granjas de corte geravam cerca de 30 mil frangos a cada 90 dias, consolidando a Santa Eliza como referência regional na produção de proteína animal.

Com o passar dos anos, a dinâmica agrícola mudou. A Fazenda Santa Eliza adaptou-se a esse novo cenário, direcionando suas atividades para culturas como a cana-de-açúcar, o eucalipto e a macadâmia. Além disso, mantém granjas de postura cujos ovos são destinados ao Instituto Butantan, contribuindo diretamente para a produção de vacinas — um novo capítulo de relevância nacional na história da propriedade.

A Fazenda Santa Eliza é, portanto, um exemplo vivo de como tradição, inovação e adaptação podem caminhar juntas, mantendo viva a força do campo brasileiro.

Ronco

terça-feira, 29 de julho de 2025

O “tarifaço” dos EUA e o impacto no Brasil

 Incertezas a vista....certezas que sairemos chamuscados desse episódio....

A decisão dos EUA de aumentar tarifas sobre certos produtos importados (incluindo aço e alumínio do Brasil, por exemplo) é parte de uma política econômica mais ampla do governo Biden, voltada para fortalecer a indústria interna, especialmente em setores estratégicos como energia verde e segurança nacional.

O Brasil foi atingido como “efeito colateral”, e não diretamente como alvo. Outros países também foram afetados, inclusive aliados históricos dos EUA.

Consequência para o Brasil:

  • Prejuízo à indústria exportadora de certos insumos.

  • Potencial queda na balança comercial com os EUA em setores específicos.


 Relação Lula–EUA e política externa do Brasil

Nos últimos anos, o governo Lula tem buscado uma política externa multilateral, se aproximando dos BRICS, defendendo maior autonomia global em relação ao dólar e ampliando relações com países como China, Rússia, Irã e outros do Sul Global.

Sim, isso incomoda os EUA, especialmente quando o Brasil assume posições que desafiam a hegemonia do dólar ou se posiciona em relação a conflitos internacionais (como a guerra Israel-Hamas) de forma diferente da linha adotada por Washington.

No entanto, não é certo afirmar que isso “causou” o tarifaço. Política comercial dos EUA é complexa e envolve interesses internos (eleições, sindicatos, empresas nacionais) e não apenas represálias diplomáticas.


 Episódios polêmicos citados

  • Navio iraniano no Rio de Janeiro: autorizado por norma internacional de navegação e apoio logístico. Não foi um ato isolado de provocação, mas também teve repercussão negativa nos EUA.

  • Declarações de Lula sobre Trump ou Hamas: sim, há falas que geraram mal-estar, como quando Lula comparou a resposta de Israel em Gaza ao “holocausto”, ou quando criticou Trump duramente. São declarações políticas com impacto diplomático, mas estão dentro do contexto da liberdade de expressão política que líderes mundiais costumam exercer.

  • Alinhamento com “nações de esquerda”: Brasil historicamente busca equilíbrio entre potências. Lula tenta reviver uma diplomacia ativa e altiva, mas às vezes isso o coloca em campos desconfortáveis para o Ocidente.


Família Bolsonaro e oposição

A oposição ao governo Lula tem tentado capitalizar esses episódios como prova de que a política externa do atual governo é desastrosa. Porém, há exagero retórico de ambos os lados.

Por exemplo:

  • O governo Bolsonaro também teve embates com os EUA (inclusive com o governo Biden).

  • A aproximação com Trump era pessoal, não institucional.

  • A relação com a China sofreu fortes arranhões durante a pandemia, prejudicando o agronegócio por um tempo.


Conclusão

É verdade que certas ações e discursos do governo Lula contribuíram para um clima de desconfiança com os EUA. No entanto, não se pode afirmar que o “tarifaço” foi motivado exclusivamente por isso. Há fatores internos nos EUA, como a eleição de 2024, a pressão por empregos industriais, e estratégias globais de contenção da China e fortalecimento interno.

O Brasil está no meio de uma disputa de hegemonia global, e precisa navegar com equilíbrio. É legítimo questionar os rumos da política externa, mas também é importante fazer isso com base em contexto e fatos, não apenas paixões políticas.

Se quiser, posso te mostrar fontes ou falas oficiais de Lula, Biden, ou especialistas em comércio exterior sobre o assunto.

Ronco

domingo, 27 de julho de 2025

O retrato de uma região que já foi próspera com a diversidade agrícola

Retrato de uma nova região agrícola

Houve um tempo em que a economia local era impulsionada pela diversidade nas lavouras das propriedades rurais. Em especial, o cultivo do algodão no município de Dourado se destacava, movimentando a economia e gerando empregos em diversos setores relacionados à cultura algodoeira.

Uma indústria de beneficiamento recebia o algodão colhido nas férteis terras de Dourado e região. Mas não era só o algodão: plantava-se de tudo um pouco — milho, café, amendoim, pastagens e até arroz! Sim, arroz! Aproveitava-se cada centímetro de terra disponível. Chegava-se ao ponto de cultivar até mesmo nas áreas pertencentes ao DER.

As pastagens, por sua vez, eram ocupadas por rebanhos leiteiros. A produção era significativa: os laticínios de Dourado e Ribeirão Bonito recebiam diariamente centenas de litros de leite, fortalecendo ainda mais a economia rural e garantindo renda a diversas famílias.

No entanto, nas últimas quatro décadas, a paisagem rural passou por uma mudança drástica. As lavouras diversificadas deram lugar ao cultivo predominante da cana-de-açúcar. Os proprietários, buscando acompanhar a nova realidade do setor agrícola, removeram até mesmo as cercas de suas propriedades para facilitar o trabalho das grandes máquinas que passaram a dominar o campo.

As fazendas, por sua vez, esvaziaram suas colônias de trabalhadores. Muitos migraram para os centros urbanos, em busca de novas oportunidades. O que se viu foi uma região que, aos poucos, foi perdendo seu dinamismo. Arrisco dizer que houve um empobrecimento geral — não apenas econômico, mas também social e cultural.

Ainda assim, fica a esperança de que as novas gerações possam reencontrar caminhos para revitalizar nossa região. Quem sabe, com inovação, sustentabilidade e valorização das raízes, possamos escrever um novo capítulo de prosperidade.

Ronco


sexta-feira, 25 de julho de 2025

A matança de gatos em Ribeirão Bonito se repete após alguns anos

 Lamentavelmente, a matança de gatos que ocorre atualmente em Ribeirão Bonito não é um fato novo.

Já em 2012, o Blog do Ronco denunciava casos semelhantes, expondo criminosos desalmados responsáveis por envenenamentos em massa. Naquela época, os gatos eram dizimados por um veneno conhecido como "chumbinho".

O "chumbinho" é um produto altamente tóxico cujo princípio ativo, utilizado na agricultura, é comercializado sob rigoroso controle. Porém, quando usado de forma criminosa, provoca a morte não apenas do animal envenenado diretamente, mas também de outros que entrem em contato com ele – um verdadeiro efeito em cadeia.

A seguir, relembramos matéria do Blog do Ronco, publicada em 2012, que denunciava esse tipo de crueldade.

https://blogdoronco.blogspot.com/2012/08/animais-continuam-morrendo-em-ribeirao.html

terça-feira, 15 de julho de 2025

É desumano e criminoso: precisamos agir contra os maus-tratos aos animais

Todos juntos nessa causa!!!!

A ação de certas pessoas em relação aos animais é cruel, desumana e, acima de tudo, criminosa. Infelizmente, essa realidade ainda está longe de ter um fim. O que falta é vontade política para que cada município assuma a responsabilidade por seus animais e implemente políticas públicas efetivas de proteção.

Ainda é comum presenciar casos de envenenamento, principalmente de gatos. Em grande parte das vezes, o produto utilizado é o famigerado "chumbinho", um veneno extremamente perigoso que, apesar de proibido, continua sendo comercializado de forma ilegal. Com uma fiscalização rigorosa, é possível chegar aos responsáveis por essa venda criminosa.

Basta andar pelas ruas das cidades para ver o cenário de abandono: cães e gatos doentes, feridos, famintos, vivendo em condições deploráveis. Já passou da hora de agirmos. Isoladamente, poucas ações têm efeito duradouro. O poder público precisa liderar essa causa, com políticas sérias, fiscalização, campanhas de conscientização e punição exemplar para quem abandona ou maltrata animais.

Essa guerra contra o abandono e os maus-tratos precisa ser abraçada por toda a sociedade. Os animais merecem respeito, cuidado e proteção. A omissão também mata.

Nota: Os políticos que estão nessa luta, os meus respeitos!!!

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Secretário Jorge Lima visita Dourado e destaca potencial econômico e turístico do município

Jorge Lima Secretário de Desenvolvimento Economico do Estado de São Paulo traz boas notícias para Dourado

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, esteve em Dourado nesta quinta-feira (10), onde foi recebido pelo  prefeito Juninho Rogante

A visita faz parte de uma iniciativa do governador Tarcísio de Freitas, que solicitou ao secretário que percorra os 645 municípios do estado para identificar as vocações econômicas locais e promover o desenvolvimento regional de forma estratégica.

Durante a reunião, que contou com a presença de empresários, comerciantes e autoridades locais, Lima apresentou o plano do governo estadual, que tem como foco principal os municípios com menor número de habitantes. Uma das propostas destacadas foi a criação de uma CPL – Cadeia Produtiva Local, visando fortalecer setores com maior potencial em cada região.

No caso de Dourado, o secretário citou como exemplos o setor moveleiro, já consolidado no município, e o turismo, que segundo ele, possui um "enorme potencial" ainda pouco explorado. A ideia é que um diretor regional, responsável por cerca de 40 cidades, retorne a Dourado para dar continuidade aos estudos e, a partir daí, desenvolver um plano específico para o município. Lima enfatizou que a parceria entre o município, o estado e o empresariado local será fundamental para o sucesso dessa iniciativa.

Outro destaque da visita foi a apresentação do “Programa Trampolim”, considerado o maior site de empregabilidade do estado. A plataforma tem como objetivo oferecer cursos e trilhas formativas alinhadas às demandas específicas de cada setor, garantindo mão de obra qualificada e atualizada. O programa também amplia o acesso a talentos de diferentes perfis, regiões e níveis de qualificação, facilitando as contratações pelas empresas.

Ao final da reunião, o prefeito douradense Rogante, agradeceu a visita do secretário Lima, destacando a importância da parceria com o governo do Estado, trazendo benefícios ao município.

Fotos: Ronco

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Santa Eliza Eco Resort recebe empresários do Zimbábue

O Santa Eliza Eco Resort recebeu nesta manhã de sexta(27) um grupo de empresários do Zimbábue, organizado pela Câmara de Comércio Brasil/Ásia, composto por 14 integrantes, interessados na visitação do empreendimento: Fazenda/Resort.

Na oportunidade foi apresentada a plantação de Macadâmia e todo o processo industrial.

O proprietário Josmar Verillo conduziu a apresentação e visitação.
Apresentação do Resort Santa Eliza
Grupo presente no Santa Eliza
Apresentação do processo industrial da Macadâmia
Fotos: Ronco

domingo, 16 de março de 2025

Morreu neste domingo (16), aos 95 anos, o jornalista Salomão Ésper, ícone do radiojornalismo brasileiro.

Salomão Esper é um dos nomes mais representativos do radiojornalismo brasileiro. Foi um dos apresentadores do Jornal Gente, ao lado de José Paulo de Andrade e Rafael Colombo, na Rádio Bandeirantes de São Paulo. Jornalista e radialista, formado em Direito pela Faculdade de Direito da USP, é um dos nomes mais representativos do radiojornalismo no Brasil.

Uma de suas maiores características é seu português corretíssimo, sua voz grave, seu tom sempre firme.
Chamado de Mestre, Salomão deixa uma legião de radio ouvintes e outros tantos profissionais que tiveram a oportunidade de trabalhar ao seu lado.
Todos nós perdemos o amigo! A família Saad, em especial, perde um excelente profissional e irmão, que durante anos representou o jornalismo do Grupo Bandeirantes com excelência.
Para muitos, e aqui me incluo, aprendemos muito do dia a dia do jornalismo com o Salomão e outros profissionais excepcionais que passaram pela emissora do Morumbi.
Salomão marcou o jornalismo radiofônico de maneira única e jamais será esquecido.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Parabéns Ribeirão Bonito pelos seus 135 anos

 
História de Ribeirão Bonito - SP

Ribeirão Bonito foi fundada pelos irmãos Antônio, Thomaz e Ignácio Alves Costa, como resultado de uma doação de terras para a construção de uma capela ao Senhor Bom Jesus. Consta que no dia 6 de agosto da década de cinqüenta, do século 19, procedendo a uma derrubada de árvores, na região de Ouro Fino, em Minas Gerais, Antônio foi atingido por um tronco e ficou logo doente. Lembrado das palavras dos irmãos de que não seria bom trabalhar no dia 6, dia do Bom Jesus, prometeu que, se salvasse, ofereceria ao Santo, terras de sua propriedade para a construção, em sua honra, de uma capela, o que realmente cumpriu, quando, em 1862 aportaram por estas regiões, dando origem à primeira paróquia. A capela, que anos mais tarde foi destruída para dar lugar á atual imponente igreja matriz, foi batizada de Bom Jesus da Cana Verde.

O povoado, que se origina à volta da capela, cresceu rapidamente, tanto que, a 8 de março de 1882, através da lei provincial nº 16, foi elevado à categoria de freguesia e distrito de paz de Ribeirão Bonito.

Em 5 de março de 1890, pelo decreto nº 24; tornou-se município e, em 10 de setembro de 1892, pela lei nº 103, ficou comarca, que hoje abriga os municípios de Boa Esperança do Sul, Dourado e a sede, Ribeirão Bonito. Uma série progressiva de bons fatos vieram sucedendo: a Cia. Paulista de Estrada de Ferro inaugura sua estação a 10 de maio de 1894; em 1899 inaugura-se o sistema de abastecimento de água domiciliar; em 1911 instala-se o sistema de iluminação elétrica; em 1913 inaugura-se o sistema de esgoto sanitário. Dessa forma, firma-se no cenário geográfico do Estado de São Paulo e do Brasil a presença de um novo e pujante município, cujas origens se prendem a um ex-voto de um piedoso brasileiro.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Raceville, em Brotas, empreendimento nota 10

Raceviille, um show de lugar


Pista das melhores do mundo
Automóveis que irão participar de evento neste próximo final de semana

Nesta tarde fui visitar o “Raceville Speed Club”, em Brotas. A expectativa era das melhores em função de ter visitado o site. Ocorre que dificilmente a agência de marketing, seja ela qual for, conseguirá transportar on line com a realidade do empreendimento.

É algo maravilhoso em todos os aspectos. Para quem pensa que o clube é só uma pista de corrida de automóveis das melhores do mundo, está redondamente enganado. É muito mais que isso!
Desde a entrada, o visitante já pode imaginar o que é por dentro!

A começar pela natureza que foi generosa com o local. Jardins impecáveis, córregos cortando toda a área. Paisagismo perfeito!
Restaurante, quadras de esporte, play ground, hotel, tudo à disposição dos sócios e convidados.

A pista, nem se fale! O traçado dos mais perfeitos, segundo os pilotos mais experientes. Emerson Fittipaldi ganhou uma sala. Uma linda homenagem ao pioneiro brasileiro que desbravou o mundo do automobilismo, deixando um caminho para grandes outros pilotos.
Sala Fittipaldi, em homenagem ao Emerson que deixou vários equipamentos para visitação

O Santa Eliza Eco Resort, colocou sua pista de pouso à disposição Raceville. Dois dos três sócios me receberão muitíssimo bem, o Paulo e o Cacá, este último veterano do automobilismo.
Fica aqui os meus cumprimentos aos proprietários e aos sócios que adquiriram cotas do RACEVILLE.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Ribeirão Bonito poderá ganhar um Condomínio Aeronáutico

Apresentação do projeto "Condomínio Aeronáutico Santa Eliza"
(foto: Vinicius Souza)

Josmar Verillo, proprietário da Fazenda Santa Eliza e do Santa Eliza Eco Resort, apresentou na manhã desta segunda(17) ao prefeito de Ribeirão Bonito Paulo Veiga, vereadores e convidados, um anteprojeto de construção de um Condomínio Aeronáutico, próximo ao Aeródromo Clemente Verillo, atual pista do resort. 

Antes da apresentação, o grupo visitou o local onde deverá receber toda a infra-estrutura necessária para o início das obras.

O projeto seguirá um rito o qual deverá ser apreciado na câmara municipal pelos parlamentares e, em seguida, seguirá para o Executivo.

Após a apresentação, todos foram convidados a almoçar no resort.

               A reunião foi realizada no salão de eventos do Santa Eliza Eco Resort

O prefeito Paulo Veiga cumprimentou a iniciativa de Verillo, se colocando à disposição para que o projeto possa avançar, integrando em seu plano de governo, o desenvolvimento do municipio em áreas importantes como do turismo.

Os convidados passearam de trenzinho do resort, visitando o local do futuro Condomínio Aeronáutico

Detalhes do projeto apresentado:

1. Público-Alvo

  • Proprietários de aeronaves: Serão os compradores dos lotes e possivelmente utilizarão a infraestrutura para abrigar suas aeronaves.
  • Aficcionados de aviação: Pessoas que têm interesse na aviação e podem querer morar na região ou participar de eventos.
  • Amigos e familiares desse público: Indivíduos que poderiam estar interessados no estilo de vida do empreendimento, como lazer e contato com a aviação.
  • Prestadores de serviços aeronáuticos: Empresas que prestam serviços na área de aviação, como manutenção, abastecimento, etc.
  • Interessados da comunidade: Profissionais e entusiastas da região que podem querer se envolver de alguma forma com o ecossistema da aviação local.

2. Estrutura e Infraestrutura

  • Pista de pouso (SJEH):
    • Pavimentada com 1.000 metros de comprimento e 25 metros de largura.
    • Homologada pela ANAC, com balizamento noturno.
  • Hangar: Capacidade para 10 aeronaves, com a construção de taxiways laterais.
  • Lotes:
    • 75 lotes de 28 metros de frente por 20 metros de fundo, totalizando 560 m².
    • Acesso tanto para aeronaves quanto para veículos, com acesso inicial pela portaria do hotel e, posteriormente, via entrada própria.
    • Requisitos específicos para construção de casas/hangares (não é uma chácara).

3. Infraestrutura e Serviços

  • Água e energia: Subterrâneos com registros individuais.
  • Esgoto: Sistema de fossa séptica individual, conforme normas da ABNT.
  • Internet: Sistema com individualização de usuários.
  • Coleta de lixo e outros serviços: Realizados pelo condomínio.

4. Funcionamento e Gestão

  • O condomínio será operado com regras de funcionamento e gestão específicas, com um foco em aviação.
  • Os proprietários poderão usufruir da infraestrutura do Eco Resort, conforme regras definidas.
  • Possibilidade de agregar serviços como abastecimento de combustível, torre de controle, hangaragem geral, segurança de voo, entre outros.

5. Desenvolvimento Regional

  • Geração de empregos: Com a ampliação do hotel, a construção de casas e a infraestrutura do condomínio, haverá um aumento da geração de empregos na região.
  • Conexão com Brotas (Racing Village): Potencial para desenvolvimento regional integrado.
  • Voos panorâmicos e Escola de Aviação: Oferecer esses serviços pode atrair turistas e entusiastas da aviação.
  • Parcerias com a Prefeitura: Para trazer eventos e fortalecer a comunidade aeronáutica.
  • Criação de um polo de aviação: Com feiras aeronáuticas, eventos, indústria e centro de comercialização de aeronaves e peças.

6. Atividades e Serviços

  • Oficinas aeronáuticas: Para prestação de serviços de manutenção, reparo, etc.
  • Feiras aeronáuticas e eventos: Para promover a aviação e criar um centro de negócios e exposição na região.

7. Etapas do Projeto

  1. Finalização do Projeto e Documentação:
    • Preparação para dar entrada no licenciamento junto à Prefeitura.
  2. Elaboração das Regras do Condomínio:
    • Definir as normas para o funcionamento do condomínio e uso das áreas comuns.
  3. Formação da EPE (Empresa Proprietária do Empreendimento):
    • Criar a estrutura jurídica inicial para a gestão do condomínio e comercialização dos lotes.
  4. Material de Marketing:
    • Desenvolver materiais para divulgação e atração de potenciais compradores.
  5. Precificação dos Lotes:
    • Definir o preço de cada lote com base em estudos de mercado e viabilidade do projeto.

8. Considerações Finais

  • Licenciamento e aprovação da Prefeitura: Garantir que todos os aspectos legais, ambientais e regulatórios estejam em conformidade.

  • Marketing e Divulgação: Desenvolver campanhas voltadas para o público-alvo, destacando as vantagens de se viver em um local com forte conexão com a aviação e infraestrutura especializada.

  • Desenvolvimento contínuo: Ao longo dos anos, buscar expandir o polo aeronáutico e atrair mais investidores e parceiros.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

SESI São Carlos abre Chamamento Público para cessão de uso não oneroso de área para funcionamento de cantina.

 Edital prevê visita técnica obrigatória. Os envelopes devem ser entregues na unidade no dia 25/02/25, até às 10h.

O SESI São Carlos deu início ao Chamamento Público para cessão de uso não oneroso de área para funcionamento de cantina, localizada no Centro de Qualidade de Vida da unidade. Os interessados em participar poderão retirar o edital de chamamento através deste link (acesse o documento aqui).
Para participar da licitação, além de atender aos requisitos do edital, é obrigatória a visita ao local. As empresas interessadas devem agendar a visita previamente com o Gerente Administrativo e Financeiro do Centro de Atividades do SESI-SP, pelo telefone (16) 3306-1050. Ele será responsável pela emissão do Atestado de Visita, necessário para a habilitação no processo.
O contrato prevê um ressarcimento mensal de R$ 876,56 (oitocentos e setenta e seis reais e cinquenta e seis centavos) pelas despesas de energia elétrica e água no primeiro ano de operação da cantina. Interessados devem entregar os envelopes no SESI São Carlos até as 10h do dia 25 de fevereiro. A reunião de abertura dos envelopes ocorrerá no mesmo dia, às 11h.
Detalhes sobre os requisitos estão disponíveis no documento de Chamamento Público.

Mais informações poderão ser obtidas pelo e-mail suscarlos@sesisp.org.br.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Queremos que o nosso café seja o melhor, e produzido só por mulheres, dizem produtoras(Folha de São Paulo)

 Mônica Bergamo

Teté Ribeiro

Julia e Nadia Nasr, proprietárias do Café por Elas - Ronny Santos/Folhapress

A sede do Café Por Elas, um mix de escritório, laboratório e torrefação parece cenário de filme de Hollywood. Tudo é interessante e charmoso, organizado, sem bagunça nem barulho excessivo.

A decoração, entre móveis vintage, maquinário moderno, muitas cafeteiras, balanças e xícaras, dá a impressão de que foi tudo armado para ser fotografado, como se um decorador tivesse acabado de passar por ali para impressionar quem chega.

Mas é só um sintoma do cuidado que as irmãs e sócias Julia, 29, e Nadia Nasr, 33, têm com sua empresa, fundada em 2018 com o objetivo de homenagear a mãe, a cafeicultora Adabia Gomes da Silva.

A torrefação do Café Com Elas fica no coração de Santa Cecília, na rua Barão de Tatuí, um lugar que abriga também uma outra empresa de café, a FAF, sigla para Fazenda Ambiental Fortaleza, que comercializa grãos especiais.

Há pelo menos quatro boas cafeterias no entorno e, onde tem café, tem bolinho, pão de queijo, amigos, namorados ou colegas de trabalho se encontrando.

Mas esse microcosmo tão especial não surgiu assim, prontinho. Teve força de vontade, trabalho duro, reações contrárias, atrito em família e até uma terapia pontual para superar os desafios de trabalhar em família.

"Nossa mãe sempre quis produzir café, ela é uma apaixonada por esse cultivo", conta Julia. "Ela tinha uma terra na região de São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais, um lugar muito bom para café, onde aprendeu muito sobre o plantio. Mas era longe demais para ir e vir de São Paulo, mais de quatro horas de estrada".

"Então ela e meu pai [o descendente de libaneses José Augusto Nasr] decidiram comprar um pedaço de terra no estado de São Paulo, em Dourado, onde ela botaria em prática o sonho de cultivar o próprio café", completa Nadia.

A região de Dourado, bem no coração de estado, é quase toda tomada por plantações de cana, um tipo de monocultura geralmente feita por indústrias que arrendam terras e utilizam aviões de pesticidas tóxicos para quem vive na área.

Tudo que Abadia não queria. E, assim que assumiu a propriedade, cheia de sonhos, teve o primeiro encontro com o pior do patriarcado, tão enraizado na história do cultivo do café e do Brasil.

"Nossa mãe recebeu, na chegada, um pedido de demissão em massa de todos os homens que trabalhavam na fazenda", conta Julia. "Então começou a contratar mulheres em posições em que, normalmente, não se vê mulher, como mecânica, tratorista e também em cargos administrativos. Foi tudo de uma forma orgânica, e fez uma rede de mulheres para trabalhar com ela no campo".

Por volta de 2016, Julia e Nadia, cada uma batalhando por suas próprias conquistas, decidiram —como algo extra na vida já bastante atribulada de duas jovens advogadas— produzir um café especial, de qualidade superior, dentro da plantação de sua mãe.

Um café para ser considerado especial precisa atender a uma série de regras técnicas, que vão desde o tipo de grão até uma nota mínima de 80, numa escala de zero a 100, dada por uma organização global chamada Specialty Coffee Association (SCA, na sigla).

Julia e Nadia Nasr em um dos espaços do Café por Elas, na rua Barão de Tatuí - Ronny Santos/Folhapress

Mas não basta atingir a nota: o cultivo e a colheita precisam ser feitos em situações específicas para que os grãos verdes e maduros não se misturem com os que já passaram do ponto. O armazenamento das sacas de café tem que ser controlado e a produção deve ter um olhar para a sustentabilidade, com valorização especial de pequenos produtores.

Por fim, a torra, a ser feita com o maior cuidado do mundo, para que os sabores e os aromas de cada café sejam realçados. Quando um café é plantado, colhido e armazenado sem tanto cuidado, o que se costuma fazer é torrar demais, o que pode mascarar possíveis problemas, mas resulta numa bebida mais escura e amarga que os cafés especiais. É o café de todo dia, aquele que a gente toma na padaria da esquina, em casa, no trabalho e segue a vida. Bom também, ninguém duvida. Mas o especial é melhor.

Quando conseguiram uma safra que tinha todos os quesitos de um café especial, Julia e Nadia criaram uma embalagem para oferecer a novidade para amigos e possíveis compradores e criaram o nome que celebra a história de sua mãe: Café Por Elas.

No caminho, as duas também se pegaram apaixonadas pelo novo campo de trabalho que se abria. E, dois anos depois da primeira colheita, decidiram abrir mão de seus empregos no mundo corporativo e dedicar todo o tempo e energia à empresa familiar. Faltava um único elemento para elas: uma torrefação.

"E muito conhecimento técnico também", conta Julia, que foi fazer uma especialização em degustação de café, para ter ela mesma a habilidade de ajustar o produto que chega ao mercado. Nadia focou em aumentar a gama de produtoras de café, já que Abadia não seria mais a única fornecedora de grãos.

"Acabei de voltar de uma viagem para a Chapada Diamantina. Fui conhecer umas produtoras de café especial de lá. É um movimento que começou há uns cinco anos e vem ganhando muita força", conta Nadia, que tem mais ou menos 20 produtoras em seu portfólio, entre São Paulo, Minas, Espírito Santo e Bahia.

"Café especial gosta de sombra e água fresca, mas não tolera muito frio. Qualquer geada acaba com a produção, mata a árvore", diz ela. "Por isso não tem muito nos estados mais ao sul".

Mas o destino ainda tinha um obstáculo para botar no caminho das meninas, como um teste de sobrevivência. As irmãs, que se dão tão bem e trocam elogios durante a conversa, uma exaltando as qualidades profissionais da outra, começaram a se desentender no gerenciamento da empresa.

"A gente não conseguia se comunicar direito, parece que eu falava uma coisa e a Nadia ouvia outra e vice-versa", conta Julia. "Teve um momento que eu pensei ‘isso não vai dar certo. A ideia é linda, mas impraticável’", afirma Nadia.

Antes de desistirem da empreitada, as irmãs decidiram dar uma chance para a psicologia, e contrataram um terapeuta de família. "Foi nossa salvação. A gente nem fez muito tempo, mas, ali, na presença de uma profissional de desatar nós entre as pessoas, descobrimos que nossa falha de comunicação era até fácil de resolver. E resolvemos", comemora Julia.

E já que desafio pouco é bobagem, elas agora combinaram com a mãe de transformar completamente a maneira de plantar café. Em vez de monocultura, como costumava ser, Abadia, Nadia e Julia estão apostando em uma agricultura regenerativa e agroflorestal.

"Na prática, isso significa que vamos cultivar outras plantas junto com as árvores de café. Algumas serão mais altas, para dar ao café a sombra que ele gosta, outras rasteiras, que ajudam a regenerar o solo.

"A gente precisa retribuir um pouco para a terra tudo que a gente consome", diz Nadia. "E pensar na nossa matéria-prima mesmo, no que a gente produz e no impacto que isso tem no meio-ambiente. Dá para fazer as coisas de uma forma menos agressiva, a gente não pode não olhar para o todo", diz Julia.

Outra vontade é chegar até a casa dos consumidores. Hoje em dia, o Café Por Elas é servido nos restaurantes Le Jazz, Nelita, Mag, na Âme Patisserie e na Padoca do Mani, onde também é possível comprar o café para tomar em casa. Além desses, o restaurante carioca Teva Deli e o supermercado Santa Luzia vendem o café, comercializado ainda pelo site da empresa.

"E se alguém bater na porta da nossa torrefação, de segunda a sexta, no horário comercial, a gente vende o nosso café", confessa Julia. "Mas meu maior desejo é chegar dentro de muitas casas, pelo Brasil inteiro, e contar as histórias das nossas produtoras", diz Nadia.

Café não vai faltar, garantem elas, e a conversa, essa eu posso comprovar, é muito boa.

 Fonte: Folha de São Paulo