O Cremesp enviou oficio a todos os senadores e deputados federais solicitando a derrubada do veto presidencial ao Projeto de Lei (PL) nº 1.826/2020, que concede indenização aos médicos e demais profissionais de saúde vítimas da Covid-19.
A proposta prevê uma compensação financeira de R$ 50 mil, a ser paga pela União, aos profissionais de saúde que se tornarem incapacitados permanentemente, devido a atividades ligadas ao combate do coronavírus. Em caso de óbito, o valor pode ser pago aos dependentes. A concessão do auxílio aos médicos foi solicitada pelo Cremesp ao Legislativo, sendo endossada pela deputada Soraya Manato (PSL/ES), na forma do PL 2.168/2020, que foi apensado ao PL nº 1.826/2020.Ao ser apreciado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, a matéria teve ampla aprovação entre os parlamentares de diversos partidos, mas foi vetada integralmente pelo Executivo.Para a presidente do Cremesp, Irene Abramovich, os parlamentares demonstraram senso de responsabilidade pública em relação aos profissionais de saúde e à sociedade brasileira que precisa de cuidados. "Entretanto, o veto presidencial à proposta não se compatibiliza com a posição do Executivo e desvaloriza o papel dos médicos e demais profissionais de saúde, que são imprescindíveis no enfrentamento da pandemia", afirmou.O documento enviado aos parlamentares destaca que os profissionais de saúde "nunca se eximiram de cuidar dos enfermos, mesmo expondo-se a graves riscos. Contudo, com o veto, o Estado se exime de cuidar de quem cuida da população". O Conselho paulista pontuou que os médicos vêm arriscando as próprias vidas no enfrentamento da pandemia. Muitos se afastaram de suas famílias para preservá-las e estão trabalhando em jornadas extenuantes para garantir assistência aos doentes.Com a rejeição da proposta pelo Executivo, caberá agora ao Congresso Nacional analisar a decisão, podendo aceitar ou derrubar o veto. No ofício, o Conselho paulista também destaca que os alegados conflitos legais utilizados para justificar a obstrução são frágeis e devem ser debatidos com muita acuidade pelo Legislativo."O Cremesp espera que a divisão dos Poderes, tão fundamental para o processo democrático, permita que esses vetos presidenciais não prosperem. Para isso, conta com os excelentíssimos parlamentares para manter o mesmo elevado grau de responsabilidade pública assumido, quando da aprovação do PL nas duas Casas Legislativas", reforça o documento.Dados do Ministério Saúde (MS) mostram que, dos profissionais da área, os óbitos são maiores entre enfermeiros e médicos. O levantamento, que compilou dados até 1º de agosto, apontava 42 óbitos confirmados de médicos por Covid-19 no País
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