Dinheiro público jogado no esgoto
Passados 5 anos, Ribeirão Bonito continua sem tratar seu esgoto
Placa indica o investimento aportado nas obras da ETE em Ribeirão Bonito
Em junho
de 2010 a empresa que ganhou a licitação para construir as lagoas de
decantação na Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Bonito(ETE),
dentro do programa “Água limpa” do Governo do Estado de São Paulo,
iniciou os trabalhos de medição do terreno que foi desapropriado pela
Prefeitura na gestão do então prefeito Paulo Gobato Veiga. A área onde
abriga a obra, foi regularizada e o valor de desapropriação foi
depositado judicialmente.
Em imagem aérea o registro das lagoas de decantação construídas
A
obra, segundo inúmeras declarações de Paulo Veiga, estava programada
para ser concluída em 12 meses a partir do mês de abril daquele ano.
Depois o prazo foi prorrogado para o término em outubro de 2011. Vale
lembrar que o município foi condenado a tratar o seu esgoto desde 1998.
Paulo Veiga disse também que se houvesse atraso nas obras seria
responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo e não do Município.
Segundo
dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a partir
da agência de Araraquara, são despejados, diariamente, 1,5 milhão de
litros de esgoto nos córregos que cortam Ribeirão Bonito, sendo eles: o
Rio Jacaré Guaçu, o Rio Boa Esperança e o Ribeirão Bonito.
A
lagoa de decantação foi construída para fazer parte da Estação de
Tratamento de Esgoto do Município de Ribeirão Bonito, com o objetivo de
tratar 100% do efluente proveniente do esgoto sanitário da cidade.
Busca-se com esta estação, a redução na contaminação dos rios e
afluentes próximos à cidade e, consequentemente, gerar uma melhoria na
saúde da população.
No
convênio que celebraram o Estado de São Paulo e o Município de Ribeirão
Bonito foi dada a justificativa que a cidade de Ribeirão Bonito tratava
parcialmente seus afluentes domésticos, lançando parte deles "in
natura" no Ribeirão Bonito, que passa pelo município. A justificativa do
anexo I - Plano de Trabalho, do referido convênio não deve estar
correta, pois não consta que a prefeitura ou outro órgão tratava o
esgoto, nem mesmo parcialmente.
A referida obra foi orçada em R$ 2,78 milhões. Não
se sabe o porque, colocaram a carroça na frente dos burros, pois as
obras das lagoas de decantação e a estação de bombeamento ficaram
prontas e os emissários não constavam no projeto e nem mesmo a área
havia sido desapropriada para essa finalidade. O projeto foi encaminhado
ao Palácio dos Bandeirantes posteriormente, e ficou na dependência de
verbas adicionais. Segundo informação à época, o município não arcaria
com nenhuma despesa nessa segunda fase, cabendo ao Governo do Estado
total responsabilidade com 100% dos recursos.
A
estação de tratamento do esgoto que compreende 4 tanques de tratamento ,
onde a matéria orgânica do esgoto é degradada , a água será tratada é
devolvida ao rio com aproximadamente 90% de pureza. As lagoas de
tratamento estão situadas a 3 km da cidade , na estrada municipal
RBB149.
Lona de PEAD, própria para a retenção de esgoto
A
estação de bombeamento do esgoto, no caso de Ribeirão Bonito, é
necessária uma vez que os tanques de tratamento estão situados em um
nível acima da captação do esgoto.
Após 5 anos, as obras continuam paralisadas e o pior, em estado de deterioração
Placa do Governo do Estado de São Paulo anunciando a obra e o valor do investimento
Os anos se passaram e o que foi construído já sofre com os
prejuízos de uma obra parada , sem conclusão.. Vândalos agiram no local
depredando e furtando parte do material ali instalado. Para a impermeabilização das quatro lagoas de decantação foram utilizadas lonas de PEAD lisa
e de cor azul, para evitar a infiltração do efluente parcialmente
tratado no solo, o que poderia gerar contaminação tanto do próprio solo
como de rios e afluentes próximos.
O mato tomou conta no entorno das lagoas de decantação
Dinheiro
público foi jogado no esgoto, literalmente. Muito do que foi
construído precisa ser reparado e para funcionar a estação de
tratamento e de bombeamento, o governo estadual ou municipal vai
precisar gastar de novo, dinheiro que já foi investido e desperdiçado. A
pergunta que se faz é a seguinte, de quem é a responsabilidade do mau
uso do dinheiro público? Quem irá arcar com os prejuízos causados?
A água das chuvas estão represadas e o perigo da proliferação do mosquito da dengue
As
instalações do jeito que se encontram, com equipamentos e materiais
valiosos e sensíveis precisam de manutenção preventiva para não se
deteriorarem e de vigilância 24 horas para evitar incidentes de
vandalismo e depredação. De quem é esta responsabilidade?
A
AMARRIBO já vem fazendo há muito tempo gestões junto ao DAAE, e junto à
Prefeitura de Ribeirão Bonito para que esses órgãos tomem providencias
para colocar o tratamento de esgoto para funcionar na cidade. Outras
cidades vizinhas já inauguraram os seus sistemas, e em Ribeirão Bonito o
assunto ainda está longe de ser resolvido.
Não há segurança no local, a depredação é visível. Em uma das portas com sinal de arrombamento
Fotos:Ronco
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