Se não fosse por um detalhe, a casa com 500 anos de idade que está
localizada na cidade de Braunau, na Áustria, seria uma residência como
outra qualquer. Conservado, o edifício de três andares no estilo
renascentista está situado em frente a uma das principais praças da
cidade austríaca e chama atenção por sua beleza arquitetônica. Porém, o
prédio está desocupado há mais de três anos e não há interessados em
alugá-lo. O motivo? É que uma criança chamada Adolf Hitler nasceu no
local. O futuro ditador nazista morou na casa por pouco tempo, entre seu
nascimento e os três anos de idade, porém a residência ficou marcada
para sempre.
Desde 1972, o governo austríaco aluga a casa da atual proprietária,
uma aldeã que herdou o imóvel de seus pais. Mensalmente são investidos
R$ 14,2 mil (€ 4,6 mil) na locação do prédio, porém desde 2011 nenhuma
repartição pública quis se instalar na construção. O Ministério do
Interior que é o órgão responsável pelo local já tentou várias opções a
fim de conseguir se livrar do problema, mas todas foram negadas. Entre
as várias sugestões destacaram-se a ideia do prédio sediar uma Casa de
Imigração ou um Centro Educacional, porém os funcionários se negaram a
mudar para a residência.
Mensalmente são investidos R$ 14,2 mil (€ 4,6 mil) na locação do prédio,
porém desde 2011 nenhuma repartição pública quis se instalar na
construção - Foto: János Korom
O governo da Áustria não pretende se desfazer do imóvel, pois há uma
preocupação que o local se transforme num centro de peregrinação
neonazista. Inclusive, o Serviço Secreto do país já alertou sobre a
hipótese de grupos de extrema direita utilizarem "empresas fantasmas"
para alugarem a residência, caso o Ministério do Interior não renove o
aluguel com a atual proprietária.
Antes do imóvel gerar uma enorme dor de cabeça ao governo austríaco,
ele já abrigou um banco, uma biblioteca e por último, uma ONG que
acolhia pessoas em situação de vulnerabilidade social. Inicialmente, a
ideia era transformar o prédio de 900 m² num Museu sobre os crimes
cometidos pelo regime nazista, mas a sugestão parou no temor de criar
indiretamente um ponto de peregrinação no local.
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