sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MP investiga 3 denúncias de vereador assassinado contra prefeitura

Analândia

Outros 15 inquéritos que apuram irregularidades estão em aberto desde 2004

O Ministério Público (MP) investiga três denúncias feitas pelo vereador e escrivão de polícia Evaldo José Nalin, assassinado com sete tiros no sábado (9), em Analândia, relativas a possíveis irregularidades na atual administração do município.
As denúncias foram protocoladas no dia 13 de abril no MP de Itirapina. Segundo Nalin, a prefeitura aumentou a base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em um valor acima do permitido.

O vereador citou como exemplo um terreno que, em 2009, tinha o valor venal de R$ 4.507 e neste ano passou para R$ 10 mil. Nalin apontou também falha no serviço de limpeza pública.
A terceira denúncia é sobre suspeita de fraude no concurso realizado em março pela Prefeitura de Analândia, para contratação de 45 funcionários em diversas áreas. “Informa que havia candidatos semi-analfabetos. Além de candidatos que tiveram pontuação maior, em relação a outros aprovados, e não conseguiram a vaga”, explicou o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua.

As denúncias feitas por ele estão sendo investigadas e a prefeitura já encaminhou explicações à Justiça. Dentro de 15 dias, o MP vai analisar os argumentos.
Apesar disso, existem 15 inquéritos em aberto desde 2004, que visam a investigação de irregularidades. “São problemas graves contra a prefeitura e serão levados a dois promotores de Justiça que darão andamento”, disse Bevilacqua.
Por telefone, o prefeito Luiz Garbuio confirmou que já respondeu aos questionamentos do MP e negou que a prefeitura tenha cometido as irregularidades denunciadas pelo vereador.

Ameaças

No sábado (9), Nalin levou sete tiros na cabeça quando assistia TV com a mulher na casa onde morava no centro. Uma das suspeitas da polícia é de que a morte tenha sido por motivação política.
Um áudio gravado durante uma sessão da Câmara de Vereadores, mostra o vereador acusando o ex-prefeito da cidade e atual chefe de gabinete, José Roberto Perin, de ameaças e perseguição.
Em entrevista à EPTV, Perin negou ter ameaçado o vereador. “Se fosse uma ameaça de fato, ele faria um boletim de ocorrência e entraria com uma ação judicial. Se for ver nas atas das sessões, existem discórdias, discussões, brigas políticas, mas nada pessoal”, disse.
Nalin tinha um pedido de transferência feito pela prefeitura ao delegado seccional de Rio Claro. O prefeito Luizinho Garbuio alega que só fez o pedido porque moradores reclamaram que estavam sendo mal atendidos.

Investigação

Na quarta-feira (13), a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o assassinato. Ao todo, 10 testemunhas já foram ouvidas. As investigações devem ser concluídas em 30 dias.(EPTV)

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