terça-feira, 18 de abril de 2017

100 dias de turbulências em Ribeirão Bonito

Com grande margem de diferença de votos de seus concorrentes nas urnas, Chiquinho Campaner(PSDB) assumiu o Poder Executivo em Ribeirão Bonito, após campanha vitoriosa de um grupo político que soube imprimir ritmo e explorar o lado fraco de seus opositores.

O nome do Chiquinho já estava pavimentado na cidade, visto que em campanha passada já havia marcado território junto ao eleitorado, sinalizando que poderia voltar, após a derrota.

Ouviu-se falar muito em um grupo coeso durante campanha e que o mesmo grupo, caso saísse vitorioso nas urnas, administraria a cidade, onde o Chefe do Executivo teria que se submeter aos conselheiros do grupo. À época indagamos quem seria o chefe de gabinete e a resposta é que não teria esse cargo uma vez que não havia necessidade, pois o grupo é que seria ouvido.

Eleito, Chiquinho Campaner anunciou em entrevista a Rádio BJ, os seus principais auxiliares. Deixou claro que aposentados não fariam parte do grupo e nem mesmo os auxiliares que trabalharam em gestões passadas.

Nesses 100 primeiros dias de governo, o eleitor pode perceber que o discurso inicial não foi levado à risca, pois chamou aposentados para sua equipe e alguns que trabalharam em outras gestões estão atualmente prestando serviço na prefeitura.

Chiquinho é experiente em política, pois participou por quatro vezes da composição do Legislativo chegando a presidir a câmara. Esteve no legislativo durante a cassação de dois prefeitos, votando favoravelmente pelo afastamento dos dois.

Muitos sabiam que o político Chiquinho sempre foi centralizador e teimoso. A teimosia foi admitida pelo próprio Chiquinho em entrevista à BJ. O que não se imaginava é que pudesse derrapar em ações que contrariam a legalidade, como no caso da contratação dos coletores de lixo e na demora em contratar empresa para o tratamento da água da cidade.

Mesmo com algumas críticas quanto à dispensa de 24 servidores da Saúde, entre eles três médicos e três dentistas, e que esse fato vai gerar um passivo para os cofres públicos, uma grande parcela da população apoiou o enxugamento nessa área, bem como vários parlamentares gostaram e também apoiaram a atitude.

O tal grupo que elegeu Chiquinho e que iria servir de conselho de administração de gestão, não existe mais. Alguns auxiliares já deixaram a prefeitura, como é o caso do Marcel Rofeal(assuntos funerários), Regina Cano(Assessora da Saúde) e do advogado Leandro de Almeida Prado(Assessor Jurídico). Dagmar Blota que teve papel fundamental durante campanha e inicio de governo, não está mais ao lado do prefeito como voluntária.

A cada sessão de câmara, percebe-se que a cobrança por parte dos vereadores passa a ser mais crítica ao Executivo pela falta de ação que possa beneficiar a cidade e consequentemente a população. O vereador Eraldo Chiavoloni(DEM) chega a nominar o prefeito de Chico Miséria, pela forma como o prefeito economiza com cortes e gastos e pela  demora na realização de alguns serviços essências. Eraldo elogia a capacidade do prefeito, mas cobra mais ação.

Ontem, segunda(17) foram formadas três comissões com integrantes da câmara que investigarão possíveis irregularidades na gestão do prefeito Campaner. Na casa, tem outras duas a serem avaliadas. O que pôde ser percebido é que os parlamentares serão muito cautelosos e cuidadosos no trabalho que terão a frente. Não há o mínimo indício de perseguição política contra o prefeito, nem mesmo a ideia fixa de cassação. O que existe é a determinação de analisar e avaliar corretamente as denúncias com a máxima cautela. Lembrando que dos 9 vereadores, 5 assinaram a abertura de CEI. Nesse aspecto, poderiam assinar os 9, pois essa é uma fase de inquérito, de investigação apenas.

Seja lá qual for o resultado final das CEI, já podemos dizer que a cidade perde. Perde porque queira ou não, atravanca os trabalhos do Legislativo e desgasta o Executivo. Lembramos que a cidade já sofreu demais com administrações desastrosas que acabaram atrasando o desenvolvimento da cidade.

A percepção do prefeito Chiquinho, ao menos é o que temos percebido, é que logo em breve a tal economia realizada, seja transformada em benefícios com a abertura dos cofres públicos em ações importantes para a cidade e para população. O chefe do Executivo aposta na reversão em curto espaço de tempo das críticas que vem recebendo por parte de parcela dos moradores da cidade, bem como do apoio dos parlamentares na câmara, ao perceberem que muitas das indicações feitas, apesar do atraso,  serão contempladas.

Chiquinho Campaner disse recentemente que quer passar para história de Ribeirão Bonito como um dos três melhores prefeitos que a cidade já teve, para isso, é bom esquecer os 100 primeiros dias de governo e começar a mostrar serviço.

2 comentários:

Celia disse...

Entrar para história????

Será que maneira POSITIVA???

Antonio disse...

Prezado jornalista, quiça tivéssemos 100 dias para resolvermos se pagamos ou não nossa conta de energia elétrica, nossa compra de alimentos, nossos impostos!
Extremamente gentil e paciente essa espera de 100 dias!
Sou totalmente contrário a essa tese. Primeiro porque quem se candidata a um cargo como o de prefeito tem o dever de conhecer em detalhes o que virá pela frente. Segundo, eleito em outubro, são 60 dias para planejar as ações (que já deveriam vir da campanha).
Um bom gestor não precisa de tempo; tem atitude para tomar medidas que mostrem resultados imediatos.
O que fica claro após esses 100 dias, é que mais uma vez Ribeirão Bonito errou.
A população, desconsolada após uma fraquíssima gestão do prefeito anterior (que foi muito bem votado!), embarcou em uma campanha muito bem feita, apostou no "candidato" e agora conheceu o "prefeito".
A desculpa de falta de recursos não cola.
Se houve queda nos repasses, isso não é de hoje. Estamos em crise há 3 anos, não 100 dias.
Redução de despesas é sempre louvável, mas isso por si só não gera receita para investimentos na infraestrutura da cidade; não é suficiente.
O recurso está fora, está no governo estadual e no federal. Agora, como buscar recursos sem projetos? Como fazer projetos sem pessoas? Como administrar se não se sabe como?
Imaginem mais de 5500 municípios parados no Brasil aguardando os 100 dias?
Até quando Ribeirão Bonito vai ficar adormecida esperando ações?
É essa cidade que queremos? Administração letárgica, nenhuma perspectiva, erros infantis na administração que podem levar a mais um processo de cassação?
Nossa cidade está uma vergonha, intransitável. Não há uma rua sem enormes buracos; todas as vias principais estão em penúria.
Todos os municípios de nossa região estão sendo limpos desde janeiro (praças, terrenos, rodovias). Buracos tapados, ruas recapeadas, sinalizadas, ações estão por todos os bairros; só nossa pacífica e sonolenta Ribeirão Bonito continua contando seus 100 dias.
Aí ouvimos - "Calma, tudo está para acontecer" - não, infelizmente não está! Nada acontecerá. Já se provou isso.