terça-feira, 12 de julho de 2016

Mitos e verdades da ração canina e o impacto na saúde do bichinho

Patrícia Guimarães
Colaboração para o UOL, em São Paulo
Além de mostrar que você é um tutor responsável, preocupar-se em dar uma boa alimentação para o seu animal vai resultar, em médio ou longo prazo, em menores despesas com veterinários e medicamentos. Sem contar a grande vantagem de ter em casa um bicho com bom funcionamento intestinal: conforto e bem-estar para eles e para nós também.

Hoje, há um enorme cardápio de opções para oferecer ao seu bichinho, por isso é importante saber escolher o que mais se aproxima do ideal para cada um em particular. As rações são fáceis de encontrar, atendem às necessidades dos bichinhos, são práticas e têm custo razoável.

Contudo persiste uma crença de que as rações industrializadas provocam doenças, inclusive câncer, em razão do excesso de conservantes químicos, mas veterinários especializados em nutrição animal discordam. Não há evidências científicas que comprovem a tal teoria. Rações de melhor qualidade passam por certificação rigorosa e utilizam conservantes como vitamina E e antioxidantes naturais, ou conservantes químicos em baixíssima quantidade. 

A ração não é a vilã

Segundo os especialistas, é comum ouvir que o número de casos de câncer entre os animais aumentou. Para eles, isso é atribuído à longevidade alcançada pelos bichos de estimação. Antes, os animais que chegavam aos sete anos já eram considerados idosos. Agora, espera-se que ultrapassem os 15. Com isso, cresceu também a incidência de doenças, o que não deve ser atribuído ao uso de rações.

Na contramão, dietas caseiras sem balanceamento têm levado animais aos consultórios com deficiências nutricionais, que muitos veterinários sequer haviam atendido. Quando a opção do tutor for a alimentação natural, que bem feita pode ser benéfica, é necessário que o balanceamento do preparo seja feito por profissionais capacitados para compreender as necessidades específicas daquele bicho. 

Por dentro das rações

As rações recomendadas por profissionais são as chamadas premium e super premium. Elas reúnem carboidratos, gorduras, fibras, minerais e vitaminas. A proteína, que é um dos ítens importantes, deve compor cerca de 20% do produto. Também deve-se observar o extrato etéreo, que é a gordura da ração e um ingrediente caro, por isso, está presente em rações de melhor qualidade.

Para que o produto seja considerado bom, a ração deve conter em torno de 14% dessa gordura em sua composição. Assim como ocorre com os humanos, o teor de gordura é importante para garantir energia ao animal. Na embalagem, encontram-se os prebióticos como mananoligossarideo, inulina e frutooligossacarideos, que tornam o produto mais digestivo.

Já o exametafosfato de sódio ajuda a prevenir a formação da placa dentária. As rações com grande quantidade de fibras ou minerais são consideradas de pior qualidade, mas, dependendo da necessidade, são indicadas para ajudar no tratamento de animais obesos ou diabéticos. Portanto, é necessário ficar atento a cada bichinho. 

Avanços da indústria

O segmento viabiliza a criação de produtos cada vez mais específicos para os animais, de acordo com a espécie, raça, tamanho, idade e doenças. Até mesmo os alimentos classificados como de manutenção ou terapêuticos apresentam características variáveis para que os bichos respondam melhor à determinada sensibilidade, como predisposição para doenças de pele, por exemplo.
Os alimentos terapêuticos funcionam como coadjuvante no tratamento. Para os animais com problemas renais, foram desenvolvidos produtos com baixa quantidade de sódio e potássio. Do mesmo modo, existem produtos para os diabéticos ou com colesterol alto. As rações mais específicas contribuem para que a necessidade do medicamento seja reduzida. 

Ainda de acordo com os especialistas, o mais prático para uma boa alimentação é optar por rações de alta qualidade e ficar atento à quantidade oferecida, evitando o sobrepeso. Os tutores devem evitar produtos de baixa qualidade, que podem conter microtoxinas em sua composição, causando danos aos bichanos. 


Fontes: Gustavo Almeida Gonçalves, conselheiro efetivo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro; e Leandro Zaine, médico veterinário graduado pela Unesp, atua com nutrição de cães e de gatos desde 2007 e é sócio-fundador da Alimentar Vet - Nutrologia Veterinária.
Fonte: Uol

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