quarta-feira, 13 de abril de 2016

Polícia prende quase todos os vereadores de cidade do interior do Paraná

Oito dos nove vereadores da Câmara Municipal de Itaipulândia, no oeste do Paraná, foram presos por desvio de dinheiro(Divulgação/Câmara Municipal de Itaipulândia/VEJA)

Com pouco mais de 10.000 habitantes, a pequena Itaipulândia, no oeste do Paraná, ficou praticamente sem vereador nesta terça-feira. Dos nove parlamentares da cidade, oito foram presos em uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual. Eles são acusados de recebimento irregular de diárias de viagens na Câmara Municipal.

Os mandados de prisão temporária foram expedidos pelo juiz criminal da comarca de São Miguel do Iguaçu, Hugo Michelini Junior, atendendo a um pedido do Gaeco. Policiais prenderam inicialmente seis dos oito acusados no início da manhã e outros dois se entregaram no início da tarde desta terça.

Silvani Olivia Groth Mendes (PV), Marlei Kaefer (PSL), Jair Jose Escher (PR), Gelson Lautert (PR), Diacir Ferreira da Silva (PSB) e Adolfo Florencio Preis (PSB) foram encontrados em casa e encaminhados à sede do Gaeco de Foz do Iguaçu. Vilso Nei Serena (PP), que é presidente da Câmara, e Claudinei Vieira (PMDB) se apresentaram horas mais tarde. O único vereador não investigado é Roberto Piano (PT).

Quatro servidores da Câmara de Itaipulândia também foram detidos. O contador e o ex-contador da Câmara foram conduzidos coercitivamente para depor e, em seguida, foram liberados. O pedido de prisão dos acusados vale por cinco dias. A investigação do Gaeco compreende o período entre setembro de 2013 e novembro de 2015.

Os policiais revelaram que os vereadores inscreviam-se em cursos para receber diárias indevidamente, mas, em alguns casos, sequer compareciam ao local da capacitação. "Há casos em que os vereadores se inscreviam em cursos, de preferência, com duração de até quatro dias, registravam a presença, mas voltavam sem participar efetivamente da capacitação. Era uma maneira de receber mais diárias. Além disso, a preferência era por viagem para fora do Estado, que preveem valores mais altos", afirmou um investigador do Gaeco, que preferiu não ser identificado.

De acordo com a promotoria, a Câmara de Itaipulândia gastou 511.000 reais com diárias e 160.000 reais para pagamento de cursos.

Um comentário:

Jeffer disse...

Visshhhh....Tem como transferir essa polícia aqui pra região central de SP não?