Karina Caciola, aos 20 anos deu um tempo em todas as atividades, focou nos estudos, e como recompensa passou no vestibular em cinco faculdades de medicina.
Karina Caciola
Cursar medicina é o sonho de muitos, porém poucos
conseguem chegar até a porta de entrada de uma faculdade. O curso se
mantém entre os mais concorridos em universidades públicas e privadas, sendo que
nesta última, a privada, não basta ter conseguido o êxito e deixar para trás
muitos concorrentes, é preciso muito dinheiro também. Mensalmente em média, um
aluno deve pagar algo em torno de R$ 6 mil para realizar o sonho tão almejado. Os
desafios são grandes durante o curso, mas nada se compara com a fase de
preparação para ter acesso a uma cadeira na universidade. Foto: arquivo pessoal
O cursinho Poliedro foi muito importante para Karina
Karina Caciola, uma jovem de 20 anos, durante o
ano de 2014 teve uma rotina restrita aos estudos. Entrava no cursinho
preparatório às 7h00 e saia às 22h00, de segunda a sexta-feira, portanto 15
horas diárias dedicadas à profissão que tanto sonhou, a medicina. Aos finais de
semana o ritmo de estudo passava a 11 horas diárias. Para chegar ao êxito de
ter conseguido entrar em 5 faculdades, deixou de lado muita coisa que gostava e
que naturalmente faz parte da vida de um jovem.
Foto: arquivo pessoal
Nas aulas de piano que durante
quatro anos foi assídua uma vez por semana, com duração de duas horas, teve que
abandonar temporariamente para não perder o foco principal que tinha como meta
passar no vestibular. “Deixei de sair com meus amigos, abandonei a academia, as aulas de piano e
até mesmo as saídas com o namorado que é médico diminuíram. "O pouco tempo que
restava eu dormia”, disse Karina. Em aulas de transparência com o uso de retroprojetor onde as
luzes do ambiente tinham que ser apagadas era problema para Karina e outros
alunos, pois o cansaço e o sono estavam sempre presentes. O café, apesar de não
ser uma bebida apreciada por Karina, teve papel importante para mantê-la
acordada em determinados momentos.
Durante a semana Karina chegava em casa por volta
das 22h30, tomava um copo de leite e cama, pois no dia seguinte às 7h00 sabia que o compromisso com o cursinho era sagrado.
Uma curiosidade de quem “rachou” durante um ano, foi o fato de que nesse período oito canetas do tipo bic, literalmente secaram com
o uso diário. “Olhava contra a luz e não via sinal de tinta nas canetas” observou
Karina.
Uma dica para os vestibulandos e que ajudou muito
a Karina, foi resolver provas antigas do vestibular e fazer as provas e
exercícios formulados pelo cursinho. “Eu sempre me preparei para cada prova,
pois cada uma delas tem um estilo diferente” Ressaltou Karina.
O sacrifício teve como resultado o ingresso na
Usp (Universidade de São Paulo), Unesp(Universidade
Estadual Paulista), Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas), Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo) e UFMG(Universidade Federal de Minas Gerais),
sendo que nessas duas últimas em primeiro lugar. As demais em primeira lista.
“Quero aproveitar tudo o que a faculdade oferece,
tem cursinho comunitário que eu quero participar como professora, a liga da
psicanálise, o esporte para competir. A anatomia que teremos desde o início,
tudo isso me empolga", disse Karina que está ansiosa para iniciar o curso que receberá os calouros nesta segunda(23).
Foto: arquivo pessoal
Karina Caciola em outdoor em São Paulo
A mensagem que a Karina deixa para quem quer
chegar onde chegou não requer
nenhuma fórmula mágica a não ser estudar e fazer sempre as questões formuladas
pelo cursinho desde o início e as redações semanais, pois 50% da prova de
português é redação.
Karina ladeada pela mãe Lourdes e a tia Rosa
Em apenas um só dia, Karina recebeu no facebook pedido
de amizade de 1.300 pessoas, até que o sistema travou. “Médicos do Brasil
inteiro estão na lista”, disse Karina que virou estrela e está sabendo lidar com o sucesso.
Sites de
notícias, jornais e até mesmo TVs estão na mira da Karina que tem outdoor espalhado
por São Paulo com sua foto e o semblante alegre pelo feito de ter ingressado em
5 faculdades do curso mais concorrido, e claro, pelo fato de duas delas em
primeiro lugar.
Em Dourado, cidade natal dos avós e de sua mãe, o
assédio tem sido grande. Em São Paulo já pararam a Karina perguntando se ela era
a moça do outdoor que havia entrado na faculdade em primeiro lugar. O Blog do Ronco perguntou se está lidando bem com todo esse assédio, e com muita simplicidade disse: “É gostoso,
na Usp e na Unifesp todos me conhecem pelo nome e sobrenome”
Os avós Ruth e Ananias Golçalves dos Santos estão orgulhosos da neta
Em Dourado uma menina ligou para a Karina dizendo
que queria vê-la e que iria colocar o melhor vestido pois nunca havia conhecido
um gênio. Karina se diverte com os comentários mas sabe que apenas a primeira
fase desse projeto foi cumprida e que terá pela frente muito trabalho e muita dedicação.
2 comentários:
Essa matéria vem como uma brisa em meio à tempestade de fatos ruins que vivemos. Isso sim é meritocracia. É a prova mais verdadeira que sucesso só vem antes de trabalho no dicionário.
Enquanto jovens não abrem mão das baladas, redes sociais, vícios; vemos esse belo exemplo de esforço e dedicação.
Parabéns! É o início da pavimentação de um grande futuro.
O país precisa cada vez mais de pessoas assim.
Parabéns a Karina e aos seus familiares pela conquista.
Votos dos tios de SCSul e suas primas.
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