Nos últimos tempos, cresceu em Montes Claros a apresentação recorrente
de atestados médicos por parte de empregados com vistas a justificar faltas ao
trabalho. É comum que, havendo impossibilidade esporádica e excepcional de
comparecimento ao trabalho pelo empregado, por efetivo motivo de doença que
impeça o seu labor, este apresente o respectivo atestado médico que
justifique sua ausência.
"Contudo, este procedimento vem tomando proporções incomuns e
preocupantes, principalmente porque, não obstante o aumento no absenteísmo,
algumas empresas têm se deparado com muitos atestados falsos, rasurados ou até
comprados", afirma Gislayne Lopes Pinheiro (foto), especialista em
Direito Processual Civil e do Trabalho, membro da diretoria da Associação
Comercial Industrial e de Serviços de Montes Claros.
Ela pontua que "empregados de má índole estão utilizando desse
artifício para obter vantagem indevida, tanto nas empresas em que trabalham ou
até para auferir benefícios junto à Previdência Social. Não se pode perder de
vista, porém, que a apresentação de atestados médicos falsos, adulterados ou
comprados constitui prática criminosa e repulsiva, que necessita ser tratada
como tal".
Havendo prova inequívoca de tal prática, deverá o empregador agir
com rigor, rompendo o contrato de trabalho por justa causa e informando os
fatos à Autoridade Policial, por meio de uma notícia crime, para instauração do
competente inquérito, apuração e se for o caso, punição dos envolvidos.
A apresentação de atestado médico falso constitui fraude e autoriza
a demissão sumária do empregado, por justa causa, estando respaldado o
empregador para aplicá-la, ante a previsão legal contido na letra “a” do art.
482 da CLT. O ato de improbidade faz desaparecer o indispensável vínculo de
confiança que permeia a relação de trabalho, autorizando assim a rescisão do
contrato por justo motivo. "Frise-se que a fraude ao Atestado Médico não
se dá somente em relação à compra do atestado em si, mas também quando há
adulteração de dados e rasuras", completa Gislayne.
Os únicos profissionais habilitados para emitir atestado são os
médicos e dentistas, devendo o referido documento conter obrigatoriamente o
nome completo do profissional de saúde e respectivo registro no Conselho
Regional de Medicina ou de Odontologia, além do número na Classificação
Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial da Saúde.
De outro lado, a advogada ressalta que "compete à empresa a
adoção de medidas eficazes para o combate ao absenteísmo, notadamente no que
concerne à criação de uma rotina para entrega de atestados médicos e
verificação da veracidade dos mesmos, divulgando essa rotina a todos os
empregados, com apoio de líderes e supervisores da organização".
A utilização e venda de atestados médicos falsos revela além da
fragilidade no controle da emissão de carimbos médicos e de papéis timbrados,
um fator ainda pior, que se dá muitas vezes pela ausência de ética e seriedade
do profissional de saúde, que faz com o que o procedimento criminoso seja
viável.
Para Gislayne, "o comércio ilegal do documento que justifica o
afastamento do emprego tem alimentado uma verdadeira indústria de boicote ao
trabalho, criando uma situação nociva para o empresariado, que já começa a
sentir os resultados negativos dos desfalques constantes nas equipes de
trabalho e até queda na produção".
Fonte: Blog do Fábio Oliva
Em Ribeirão Bonito (27/09/2009)
A
Polícia de Ribeirão Bonito investiga um suposto esquema de fraude em
licenças médicas com assinatura de um médico da cidade. A denúncia
partiu da gerência de Recursos Humanos (RH) da Usina Santa Cândida de
Bocaina. Os 20 Atestados Médicos supostamente falsificados teriam sido
entregues por 16 trabalhadores da empresa.
"Começamos a perceber que para um determinado médico, existiam assinaturas, impressos e letras diferentes. Foi então que suspeitamos e fizemos um levantamento por um período de 4 a 5 meses. Os atestados foram levados para o médico, que constatou que 20 deles não haviam sido emitidos por ele", conta Clayton Gonçalves, gerente de RH da empresa.
A Usina registrou Boletim de Ocorrência e um inquérito foi aberto na Delegacia da cidade para comprovar o uso de documentos falsos. "Se comprovado de fato, o uso desses documentos falsos, a pena é de reclusão de 2 a 6 anos mais a multa", afirmou o Delegado Gustavo Alonso Garmes.
"Começamos a perceber que para um determinado médico, existiam assinaturas, impressos e letras diferentes. Foi então que suspeitamos e fizemos um levantamento por um período de 4 a 5 meses. Os atestados foram levados para o médico, que constatou que 20 deles não haviam sido emitidos por ele", conta Clayton Gonçalves, gerente de RH da empresa.
A Usina registrou Boletim de Ocorrência e um inquérito foi aberto na Delegacia da cidade para comprovar o uso de documentos falsos. "Se comprovado de fato, o uso desses documentos falsos, a pena é de reclusão de 2 a 6 anos mais a multa", afirmou o Delegado Gustavo Alonso Garmes.
AMARRIBO Brasil
A Oscip AMARRIBO Brasil está encaminhando novos fatos ao Ministério Público Estadual na tentativa de reabrir o caso uma vez que foi arquivado.
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