quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Bons Tempos parte II

Prezada Dagmar, realmente éramos felizes e não sabíamos.....

Seis horas da manhã, acordo, tomo o meu Tody com aveia Quaker e vou à escola. Chego atrasado pois o ônibus Ford encrencou no caminho. Entro na sala de aula e dona Lourdes se preparava para ir ao quadro negro empunhando giz e apagador(que sujeira fazia esse conjunto).
Hora do recreio, fila na cantina. A maioria queria experimentar o novo refrigerante, o CRUSH. A garrafa era sugestiva com frisos em toda a volta. Conhecíamos a Coca-Cola e o Guaraná Antartica, mas o de cor laranja era novidade.
Naquele dia o tempo mudou, e de repente caiu a chuva inesperada. Calçava o 7 vidas, em conseqüência disso cheguei em casa com o pé encharcado .

 Após um belo banho, o Talco Jonhson nos pés para prevenir frieiras.

A roupa foi direto para o tanque, pois o Sabão Rinso sempre lavava mais branco. Como o 7 vidas estava molhado, calcei o meu Bamba e fui com meu pai a bordo do Sinca Chambord de cor vermelho, abastecer em um posto Esso, aquele do Tigre.
Meu pai parou em uma farmácia para comprar lâmina de barber da marca Gillette. À nossa frente no estacionamento, um belo Aero Willys executivo.

Meu pai tinha mania de se pentear a todo momento, motivo pelo qual o Pente Flamengo estava no bolso da Calça de Tergal, aquela do senta-levanta.
A chuva que tomei, não me fez bem, minha mãe me fez tomar dias seguidos do fortificante Biotônico Fontoura.

Certa vez fui obrigado a tomar o Òleo de Bacalhau Scott(quase fiz um boletim de ocorrência contra minha mãe)
Em dias de chuvas não mais usava o 7 vidas, passei para o Vulcabrás. Afinal a propaganda na nossa TV RQ – Colorado era positiva quanto ao novo calçado.
Na hora da fome, um belo cozido feito em travessa Pirex e servido em pratos colorex. Minha mãe costumava usar a Gordura Vegetal Saúde nos diversos pratos que preparava.

Após a refeição direto para o banheiro escovar os dentes com Kolynus. Aproveitava para passar um pouco de Glostora no cabelo.
A calça Brim Coringa era quase um uniforme. As camisas minha avó dava conta de confeccioná-las em sua máquina Singer, sempre usando o óleo da mesma marca Singer.

Ia eu me encontrar com os amigos, mas antes passava na padaria do seo Manoel para comprar o Drops Dulcora, aquele embrulhadinho um a um. Minha Bicicleta Monark era o meio de transporte mais rápido.
Em casa era obrigado a estudar tendo a Enciclopédia Barsa ao lado, afinal, lá trazia de tudo. Confesso que tinha a coleção da revista Bolinha e Roy Rogers.

O dia passava rápido e a noite chegava para o bom descanso. O Cobertor Parayba sempre a minha disposição.

No dia seguinte o despertador com duas sinetas laterais me acordam para as tarefas de sempre.

O tempo passou rapidamente, 
mas as boas lembranças jamais serão esquecidas.
Duvido que outra época áurea como a vivida possa se apresentar com mesmo glamour no futuro. 
Recordar é viver, como dizia o poeta. Obrigado por ter vivido plenamente esses bons anos.
 Vamos acordar!!!!

Um comentário:

Dagmar Blota disse...

Querido Sergio!!

Você é um gênio!!! Obrigada por todas essas recordações!
Só discordo quando vc diz "que não sabíamos que eramos felizes";sabíamos sim,só não tínhamos a dimensão da felicidade que,infelizmente não volta mais! Parabéns pelo texto; as agências de publicidade deveriam contratar vc!