Seis
horas da manhã, acordo, tomo o meu Tody com aveia Quaker e vou à
escola. Chego atrasado pois o ônibus Ford encrencou no caminho. Entro na
sala de aula e dona Lourdes se preparava para ir ao quadro negro
empunhando giz e apagador(que sujeira fazia esse conjunto).
Hora
do recreio, fila na cantina. A maioria queria experimentar o novo
refrigerante, o CRUSH. A garrafa era sugestiva com frisos em toda a
volta. Conhecíamos a Coca-Cola e o Guaraná Antartica, mas o de cor
laranja era novidade.
Naquele
dia o tempo mudou, e de repente caiu a chuva inesperada. Calçava o 7
vidas, em conseqüência disso cheguei em casa com o pé encharcado .
Após um belo banho, o Talco Jonhson nos pés para prevenir frieiras.
Após um belo banho, o Talco Jonhson nos pés para prevenir frieiras.
A
roupa foi direto para o tanque, pois o Sabão Rinso sempre lavava mais
branco. Como o 7 vidas estava molhado, calcei o meu Bamba e fui com meu
pai a bordo do Sinca Chambord de cor vermelho, abastecer em um posto
Esso, aquele do Tigre.
Meu
pai parou em uma farmácia para comprar lâmina de barber da marca
Gillette. À nossa frente no estacionamento, um belo Aero Willys
executivo.
Meu
pai tinha mania de se pentear a todo momento, motivo pelo qual o Pente
Flamengo estava no bolso da Calça de Tergal, aquela do senta-levanta.
A chuva que tomei, não me fez bem, minha mãe me fez tomar dias seguidos do fortificante Biotônico Fontoura.
Certa vez fui obrigado a tomar o Òleo de Bacalhau Scott(quase fiz um boletim de ocorrência contra minha mãe)
Certa vez fui obrigado a tomar o Òleo de Bacalhau Scott(quase fiz um boletim de ocorrência contra minha mãe)
Em
dias de chuvas não mais usava o 7 vidas, passei para o Vulcabrás.
Afinal a propaganda na nossa TV RQ – Colorado era positiva quanto ao
novo calçado.
Na
hora da fome, um belo cozido feito em travessa Pirex e servido em
pratos colorex. Minha mãe costumava usar a Gordura Vegetal Saúde nos
diversos pratos que preparava.
Após a refeição direto para o banheiro escovar os dentes com Kolynus. Aproveitava para passar um pouco de Glostora no cabelo.
A
calça Brim Coringa era quase um uniforme. As camisas minha avó dava
conta de confeccioná-las em sua máquina Singer, sempre usando o óleo da
mesma marca Singer.
Ia
eu me encontrar com os amigos, mas antes passava na padaria do seo
Manoel para comprar o Drops Dulcora, aquele embrulhadinho um a um. Minha
Bicicleta Monark era o meio de transporte mais rápido.
Em
casa era obrigado a estudar tendo a Enciclopédia Barsa ao lado, afinal,
lá trazia de tudo. Confesso que tinha a coleção da revista Bolinha e
Roy Rogers.
O dia passava rápido e a noite chegava para o bom descanso. O Cobertor Parayba sempre a minha disposição.
No dia seguinte o despertador com duas sinetas laterais me acordam para as tarefas de sempre.
Duvido que outra época áurea como a vivida possa se apresentar com mesmo glamour no futuro.
Recordar é viver, como dizia o poeta. Obrigado por ter vivido plenamente esses bons anos.
Vamos acordar!!!!
Um comentário:
Querido Sergio!!
Você é um gênio!!! Obrigada por todas essas recordações!
Só discordo quando vc diz "que não sabíamos que eramos felizes";sabíamos sim,só não tínhamos a dimensão da felicidade que,infelizmente não volta mais! Parabéns pelo texto; as agências de publicidade deveriam contratar vc!
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