O separatismo do Brasil que assolou parte do país, iniciado ainda
durante a campanha pelo mau gosto do ex-presidente Lula com o insensato
“nós contra eles” começa, felizmente, a arrefecer, a perder força.
E que bom! Até porque essa discussão de separar o país é realmente insensata.
Ataques do Sul contra o Norte, e vice-versa, do Sudeste contra o
Nordeste, e vice-versa, que tanto assolou as redes sociais, já está
começando a dar espaço ao bom senso da compreensão nacional, da
tolerância entre os diferentes.
Porque somos diferentes. Tão diferentes que gostamos de coisas
diferentes, vamos para lados diferentes, temos sotaques diferentes,
viajamos para lugares diferentes, nos parecemos diferentes e temos
gostos musicais diferentes.
E é aí que me apego à vacina brasileira para todos os males que está sendo mais uma vez usada: a piada, a galhofa, a risada.
E rindo do que nos amedronta. O tal e insensato separatismo ganhou
nas redes sociais, tal como um viral, uma piada bem à brasileira e
usando a música. Dizia o autor que se acaso o Brasil for mesmo ser
divido, “me deixem do lado que não toca funk carioca”.
E antes que você vá tentando dar seriedade à piada com argumentos
pseudo-sociais, de manifestação desta ou daquela classe social,
lembre-se que os anos 80 e 90 foram pródigos de preconceitos e piadas
contra a música sertaneja. O termo “caipira” para classificar o estilo e
os músicos do gênero era sempre usado de forma pejorativa.
Passou e o sertanejo, se não uma unanimidade nacional, hoje é aceito e
compreendido em toda a sua extensão. Talvez o funk carioca evolua para
isso. Depende do tempo e dos músicos.
O que não pode ser aceito é o desejo do governo Dilma Rousseff, agora
de mandato renovado, de instituir o famigerado projeto de “Regulação da
Mídia”, um nome pretensamente técnico e até bonito para controlar a
imprensa que preserva a liberdade de expressão e denuncia a libertinagem
de governos dados ao autoritarismo.
Tão autoritários que podem tirar até a liberdade das pessoas de fazer
piadas que arrefecem discussões insanas como a do separatismo. E aí, não terá graça nenhuma.
(*)
Jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba com
especialização em economia pela Fipe-USP. É diretor e produtor do
filme-documentário Orgulho de Ser Brasileiro
(2013), de sua autoria, que disseca o estilo de ser do brasileiro com
todas as suas nuances e oscilações de sentimento enquanto cidadão. De
1999 a 2011, foi âncora da 'CBN em São Paulo', onde começou como
repórter. É palestrante nas áreas de economia, realidade social
brasileira e jornalismo. Apresenta, desde julho de 2014, o ‘Jornal da
Manhã’, noticiário transmitido pela Jovem Pan.
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